Mercado Benfica: Por cada Grimaldo houve três Caroles
Marcos Leonardo, avançado do Benfica (Miguel Nunes/ASF)

Mercado Benfica: Por cada Grimaldo houve três Caroles

NACIONAL11.01.202419:50

Análise aos reforços de inverno do Benfica no século XXI; Marcos Leonardo tem a missão de contrariar a tradição; brasileiro é o 40.º jogador contratado em janeiro desde 2000

Marcos Leonardo é o 40.º reforço do Benfica no mercado de inverno deste século e terá pela frente a missão de romper com uma tradição: a maioria dos que chegaram a meio da temporada (sem contar com emprestados) não conseguiu deixar um lastro de sucesso. Por cada Grimaldo houve três Caroles: só 23 por cento foram relevantes. Dito de outra forma: por cada um que se deu bem, outros três não deixaram saudades.

O problema deste passado estará mais na qualidade dos jogadores contratados e não no timing, mas confirma as dificuldades históricas das águias em acertar nos homens certos para resolver problemas do imediato. 

Tendo como critério fatores como desempenho desportivo e retorno financeiro foram apenas nove em 39 os que cumpriram esses requisitos. Começou em João Tomás (proveniente da Académica, em janeiro de 2000), que conseguiu marcar 20 golos em 46 jogos antes de ser transferido para o Bétis. Seguiram-se Tiago em 2002, Geovanni em 2003, Fyssas em 2004 e Nuno Assis em 2005 (destes, apenas o português, transferido um ano antes para o Chelsea, não foi campeão com Giovanni Trapattoni).

Na segunda metade da primeira década de 10, encontra-se apenas um nome que viria a ter impacto no clube: David Luiz chegou a Lisboa numa manhã fria de inverno, com origem no estado brasileiro da Baía. Um central à data desconhecido, mas descoberto pelo scouting dos encarnados, que conseguiram tê-lo meia época por empréstimo e pagar apenas €500 mil mais à frente. O resto da história é conhecido: adorado pelos adeptos, campeão e transferido em 2011 (também no mercado de inverno) para o Chelsea por €25 milhões.

A segunda década do século XXI também não foi muito acertada em reforços de janeiro. Na primeira época, com Jorge Jesus no comando, chegaram quatro jogadores aos quadros: três para integrar o plantel (todos provenientes do Brasil) e um jovem guarda-redes que não viria para a primeira equipa, mas um nome para o futuro e obrigado a rodar noutro emblema. 

O trio formado por Éder Luís, Kardec e Airton não vai figurar nos livros da história dos encarnados; o outro mais tarde viria a ser considerado um dos melhores da baliza e digno do mural dos campeões do novo Estádio da Luz: Jan Oblak.

De 2010 a esta data, apenas mais dois futebolistas entraram a frio mas trouxeram calor às bancadas: Jardel (285 jogos e cinco vezes campeão) e Grimaldo, considerado por muitos como o melhor lateral-esquerdo que o Benfica teve em largos anos. O espanhol chegou em janeiro de 2016 (depois de quatro épocas e meia no Barcelona B) e desde aí nenhum outro reforço de inverno causou tanto impacto. 

Reforços Benfica A BOLA

Já se passaram oito anos e caberá agora ao jovem ponta de lança adquirido ao Santos entrar na lista das boas compras de janeiro. Sabe que terá tempo para isso, embora uma concorrência reforçada com o estatuto renovado de Arthur Cabral.