Maradona, Aimar e o «número 10»: Messi e Zidane trocam ideias em entrevista
'Bola de Ouro' foi entrevistado pelo ex-jogador francês, numa conversa de meia-hora nas instalações do Inter Miami
Zinédine Zidane e Lionel Messi foram os protagonistas de uma entrevista em jeito de conversa durante meia-hora, em que falaram, entre outros temas, da camisola 10, de Pablo Aimar e da importância de Diego Armando Maradona.
A importância de Maradona e da camisola 10
«Para nós, argentinos, o 10 é muito importante porque vem logo Maradona à cabeça. Queríamos todos ser como ele. Ninguém o conseguiu imitar, mas o sonho e o desejo estava sempre lá. Era o jogador que eu admirava para lá das gerações», disse Messi, confessando que não se lembra de o ver a jogar nos seus melhores anos. «Mais tarde, vi muitas coisas dele, há pessoas que nunca o viram, mas ele é a referência. Os meus filhos sabem quem ele é e nunca o viram jogar.» Zidane acrescentou que «Maradona era uma referência para toda a gente, não só para os argentinos», e ainda que «todas as crianças queriam o número 10», referindo-se a El Pibe.
Influência de Pablo Aimar
Messi falou sobre Pablo Aimar, ex-Benfica, que já por várias vezes descreveu como o seu ídolo. «Além do Diego [Maradona], o Aimar era alguém que admirava muito enquanto jogador. Era um atleta cuja forma de jogar eu adorava. Eu não acompanhava muito futebol europeu, quando crescemos é que começamos a interessar-nos pela Europa. Mas eu era um argentino e adorava o Aimar».
Por seu turno, Zidane destacou Enzo Francescoli como uma das maiores inspirações. «Um dos meus filhos chama-se Enzo. Ele jogou no Marselha, eu queria ser como ele. Tratava muito bem a bola, com muita elegância. Não se via muito disto. Era uma altura em que não havia muitos jogadores estrangeiros em França. Quando ele chegou, vindo da América do Sul, vimos um tipo de futebol diferente. Era um mágico, eu queria fazer o mesmo que ele.»
A posição 10 no futebol moderno
Taticamente, os astros abordaram a questão de, nos dias que correm, a posição de médio criativo estar, cada vez mais, em «vias de extinção». Messi referiu que «muitos desses jogadores passam para o meio-campo ou jogam a falsos extremos, mas o criativo puro, como Riquelme ou Aimar, está a perder-se muito». Zidane afirmou que «é o trabalho do 10 acrescentar um pouco de magia, de fazer o que os outros não fazem, de liderar a equipa», adicionando ainda que Messi se diferenciava dos demais pois conseguia «fazer os colegas ver o que tinham de fazer antes de receberem a bola».
A entrevista contou, também, com elogios de parte a parte. Zidane definiu Messi como «magia pura», ao passo que o argentino falou de Zizou como «um dos melhores da história, um jogador diferente, que transportava magia, arte, tudo».