«Lembro-me de o Abel destruir o Benfica numa pré-eliminatória da Champions»
Helton Leite esteve no Benfica duas épocas e meia (Foto: Miguel Nunes)

«Lembro-me de o Abel destruir o Benfica numa pré-eliminatória da Champions»

Helton Leite, antigo guarda-redes das águias, elogiou técnico português

Helton Leite, guarda-redes que representou o Benfica durante duas épocas e meia, foi convidado a falar do papel de Abel Ferreira no sucesso do Palmeiras e lembrou que o treinador português já tinha mostrado o seu talento nos gregos do PAOK antes de brilhar no Brasil.

«Não tenho acompanhado muito o futebol no Brasil, mas conheço bem o Abel Ferreira. Lembro-me até que, quando estava no Benfica, fizemos uma pré-eliminatória nas provas europeias com o PAOK, quando o Abel estava lá, e eles destruíram-nos, eliminaram o Benfica na pré-Champions [1-2, a 15 de setembro de 2020], ele com uma equipa com menos qualidade que a do Benfica eliminou-nos», lembrou em entrevista ao programa Bastidores, da Rádio Itatiaia.

E explicou o êxito dos técnicos lusos no campeonato brasileiro: «Creio que em parte deve-se ao sucesso que o mister Jorge Jesus teve aqui, colocou o Flamengo a jogar de uma forma como há muito tempo não se via no Brasil, foi marcante e logo depois veio o Abel e teve muito sucesso. Abriram-se as portas para os treinadores portugueses.»

A diferença está na tática. «Nós no Antalyaspor tivemos um auxiliar técnico português, o João Tralhão, que tem diversos cursos da UEFA, e conversas 10 minutos com ele… é um conhecedor profundo de futebol, de todos os processos de treino. Aqui no Brasil, a primeira coisa de um treino é correr até cair para o lado. No Benfica, os treinos eram compostos por 30 minutos de ginásio, campo, um pouco de corrida e treino com bola. Trabalha-se mais», sublinhou.

E acrescentou: «No Benfica, os jogadores tinham de chegar às 7 horas da manhã, 7.30 pequeno-almoço, 8 horas palestra, 8.30 ginásio, e às 9 horas relvado de treino. E depois, se nos atrasávamos um minuto, 20 euros de multa, dois minutos, 40 euros… Ou seja, chega a uma altura e aprendes disciplina, aprendes futebol, ficas pronto para qualquer equipa do mundo. E aí percebemos que o jogador brasileiro, já feito, quando vai para outro país não está pronto. Por isso começam a vir ao Brasil contratar cada vez mais novos para poderem crescer num contexto diferente na Europa.»    

Quanto ao futuro, depois de deixar o Antalyaspor, o guardião de 33 anos manifestou desejo. «Na Turquia não vou continuar, tenho o desejo de continuar na Europa numa grande liga, jogar competições europeias, estou à espera do que possa aparecer», contou.

Tags: