Bruno Lage não quer falar do FC Porto antes de defrontar os algarvios

Benfica: os egos, Tomás Araújo e o jogo mais importante da época, tudo o que disse Bruno Lage

Treinador dos encarnados fez esta terça-feira, no Seixal, a antevisão do jogo que encerra a 27.ª jornada da Liga, esta quarta-feira com o Farense no Estádio da Luz e em que as águias podem alcançar o Sporting no topo da tabela do campeonato

Da luta pelo título, às situações de Tomás Araújo, Di María e até dos egos dos jogadores, o treinador do Benfica, Bruno Lage, abordou vários temas na conferência de imprensa de antevisão do encontro com o Farense, amanhã às 20h15 no Estádio da Luz, no encerramento da 27.ª jornada. Em caso de vitória, os encarnados alcançam o Sporting no topo da classificação, com 65 pontos. E depós vem aí o clássico com o FC Porto.

– Que jogo pode o Benfica esperar esta quarta-feira com o Farense?

– A nossa postura e o nosso foco está completamente no jogo com o Farense. Pensamento é: Farense, Farense, Farense! Depois, compete-me garantir que a equipa jogue de acordo com a nossa qualidade. O Farense é uma equipa com grande dinâmica e apesar de não ter pontuado muito tem resultados sempre muito apertados… Temos de estar no nosso melhor. Tem apresentado uma linha de cinco, por vezes com três centrais... Tem qualidade forte nas transições, são jogadores tecnicamente evoluídos, que rematam bem. Estamos focados no que controlamos, o nosso jogo.

– Tendo em conta jogadores em risco e a situação clínica e física, vai fazer gestão? Até porque a seguir vem aí o clássico com o FC Porto no Dragão…

– Vou escolher o melhor onze para ganhar ao Farense. Não é só o Tomás [Araújo], há sempre um ou outro jogador que joga e tem algum toque, mazela. Temos optado por algumas alterações, vai ser em função desse olhar, da dinâmica do Farense e da dinâmica de cada um. O jogo mais importante da época é o do Farense! Tenho de concentrar ao máximo os meus jogadores. Temos de fazer o melhor onze em função da dinâmica e dos espaços para encontrarmos as melhores oportunidades de golo e garantir também que a equipa faz um jogo de acordo com a qualidade dos nossos jogadores.

– Mas o presidente do FC Porto, André Villas-Boas, disse que o clássico é o jogo da época…

Farense. O jogo mais importante para nós é o Farense, porque é o próximo. É o meu foco, a minha energia. E o nosso trabalho é para os benfiquistas, para ganhar títulos.

– Já apontou quatro candidatos ao título… Mas o Benfica é o que pratica melhor futebol?

– Temos de fazer o nosso trabalho. Pela exigência do clube, temos de ser favoritos e com a exigência dos adeptos temos também de jogar futebol de qualidade. A equipa tem apresentado boa dinâmica e depois cabe-me fazer com que os jogadores estejam sempre, de forma consistente, a top

– E a planificação da próxima época?

– Sobre isso… é o Farense. Quando me perguntam sobre a época estou aqui. Estou a 100 por cento de compromisso com o próximo jogo.

– Que mensagem passa para o balneário tendo em conta que joga com o penúltimo classificado e depois segue-se o clássico com o FC Porto?

– Não damos a possibilidade de se pensar no jogo seguinte. A forma como treinamos é com essa exigência. Temos dois meses em que a equipa está a crescer, em termos de consistência. Os jogadores entendem o que queremos. Há um conjunto de tempo e de qualidade de trabalho que nos leva a esta consistência e a minha função é garantir este patamar de exigência. Quem joga 10 minutos, sabe que no jogo seguinte pode ser opção. Isto acontece neste plantel, com esta riqueza, com dois jogadores por posição.

A situação de Tomás Araújo

– O que se passa com Tomás Araújo?

– Temos de gerir vários jogadores e ele está nesse lote. Normalmente, os jogadores da frente jogam 60 ou 70 minutos, mas sobretudo desde que há cinco substituições já temos treinadores a trocar centrais, por exemplo. Temos de o saber gerir, ele não está em risco de nada crónico. Sabemos que quando é chamado pode render. Não havendo Tomás, temos várias soluções, Leandro, Samuel, o Frederick também já jogou no passado naquela posição. O importante é termos opções.

– E para esta quarta-feira?

– Para amanhã vou decidir.

– Ele tem pubalgia? Tem de ser operado?

– Não, não há risco de o Tomás ser operado. Há 30 anos a pubalgia era um tabu, hoje é diferente, a forma como os jogadores trabalham, se preparam. O importante é a forma como temos de gerir um plantel com esta qualidade, temos a preocupação com o Tomás mas também temos com outros jogadores como o Nico [Otamendi], com 37 anos…

Tiago Gouveia voltou a jogar, ainda pela equipa B, pensa nele para a lateral direita?

– Foi com satisfação que o vimos jogar 45 minutos. Desde a primeira hora fui vendo a tristeza do jogador por estar parado, a recaída que teve… Mas a vontade de dar contributo à equipa também. Treina há duas semanas connosco, tem qualidade no remate, já jogou a lateral... Na equipa B fez 45 minutos com qualidade e queremos tê-lo a 100 por cento para ajudar a equipa nesta reta final.

A ideia de jogo com Di María em campo

– Como muda a sua ideia de jogo com Di María em campo?

– Não muda. Temos princípios que têm de ser a base, que é o nosso posicionamento em campo. O que muda são as características dos jogadores.

– O título vai ser decidido nos detalhes?

– Importante é ganhar amanhã [esta quarta-feira]. Não gosto de olhar para a estatística, mas temos criado oportunidades e temos de continuar a fazê-lo, a praticar futebol ofensivo. O nosso compromisso é com o próximo jogo. O foco total está aí.

– Como faz a gestão do ego e dos jogadores para as laterais?

– Não há egos, quem tiver muito ego... quem mete o ego à frente não entra na equipa. A exigência, o que dão nos treinos é que importante e vai definir os minutos até ao final da temporada.

– O que pensa sobre a crise institucional no futebol português? André Villas-Boas falou em paz podre…

– A pergunta é interessante mas o meu foco é o jogo com o Farense. Quero o apuramento para Liga dos Campeões pelo Benfica e somar o máximo de pontos para o ranking.