«Infelizmente passou a correr mas espero que dure mais tempo»

Sporting «Infelizmente passou a correr mas espero que dure mais tempo»

NACIONAL17.07.202320:18

No dia em que completou nove anos de emissão, a Sporting TV escolheu para partilhar as suas experiências de leão ao peito um jogador que está a entrar na nona época em Alvalade: Sebastián Coates.


Pouco depois de se ter falado do interesse de clubes sauditas nos seus serviços, nomeadamente Al Nassr, Al-Ittihad e Al Hilal, o uruguaio não abordou diretamente esta questão, mas deu conta da forma como se sente de leão ao peito. «Infelizmente, estas oito épocas passaram a correr. O tempo passa rápido e tem sempre o sabor da felicidade por estar aqui com a sensação de que quero que esta ligação dure mais tempo também», disse.


Coates trocou o Sunderland pelo Sporting em janeiro de 2016 e, volvidos estes anos, entende que deu o passo certo. «Não era utilizado nem no Liverpool, nem no Sunderland; não conseguia ser um jogador importante e foi isso que procurei quando vim para o Sporting. Queria ser importante para o clube, para a equipa, jogar e consegui», afirmou.


O capitão dos leões já sabia algumas coisas do clube de Alvalade quando chegou, mas a real dimensão da instituição só teve quando entrou no Estádio José Alvalade. «Quando houve interesse do Sporting comecei a procurar mais informação. É sempre diferente quando se chega. No meu caso a forma como fui recebido, o chegar à Academia, o envolvimento nas ruas, mas quando cheguei ao estádio é que vi mais de perto a dimensão do clube em Portugal», confessou.


O primeiro título conquistado por Coates pelo Sporting foi a Taça da Liga de 2018/2019, ainda com  Marcel Keizer como treinador. Uma recordação agradável: «Trabalhamos para isso, para ganhar, mas viver o dia o dia do clube... Em Portugal sempre foram muito calorosos. Chegava dum país que era mais frio e este foi um passo muito importante. As pessoas são mais calorosas à semelhança do que acontecia no Uruguai. Estamos muito felizes pelo muito carinho que recebemos.»


A braçadeira de capitão
 

Quando Bruno Fernandes deixou o Sporting rumo ao Manchester United, em janeiro de 2020, a braçadeira de capitão do clube viajou para o braço de Coates. Pouco mudou, pelo menos na relação com os sportinguistas.

«Os adeptos sempre foram muito respeitosos comigo, tentam transmitir-me o pensamento deles e o carinho. Quando passa o tempo vai sendo diferente porque isso é importante para os adeptos. Tentei sempre respeitar o clube e os adeptos», afiançou. Já a relação com os companheiros de equipa tenta que seja pelo exemplo, mais do que por um estilo impositivo. «O que sempre tentei ter é a mesma relação desde que cheguei. Não acho bem mudar por ser capitão. Sempre tentei sempre da mesma maneira. Fora de campo sou muito tranquilo, falo com qualquer pessoa e sempre tento ajudar. Tenho de aprender muitas coisas ainda, mas com as experiências que já vivi tento ajudar os que estão a começar e auxiliá-los, também, dentro de campo», descreveu.


No dia em que se despediu de Alvalade, Ugarte chorou quando se recordou do auxílio que o capitão lhe prestou numa altura complicada da vida. «Obviamente que é muito importante ouvir, mas não acho que seja um papel do capitão. Somos todos iguais, ainda por cima o Manu é meu compatriota. A melhor maneira que tinha para fazer com ele, com Franco [Israel] ou com qualquer outro é tentar ajudá-lo de qualquer forma; estar disponíveis para eles.», assegurou.


Em 2019/2020, Coates viveu época de terror, na seguinte foi campeão nacional e melhor jogador da I Liga: «Desde que comecei a jogar sempre tive a consciência de que um ano podes ser o melhor de todos e no outro as coisas podem não correr bem. Não mudo porque um ano corre bem e no outro não tão bem. Pode ser maturidade ou força mental, mas a minha maneira de trabalhar sempre foi a mesma. Essa pode ser a diferença. Em 2019, tivemos uma palestra entre nós. O ano anterior tinha sido duro para muitos, mas alertámos que começávamos do zero e que tínhamos de trabalhar muito e estar muito unidos. Foi isso que entrou dentro de campo. Muito do que acontece dentro de campo é trabalho mas também muita união da equipa.»