Futuro, Gyokeres e Jamor, tudo o que o treinador do Sporting disse
Nada ficou por dizer na conferência de Imprensa de Rúben Amorim no final da vitória sobre o Estoril
— Mais uma vitória do Sporting campeão.
— Era um objetivo. Conseguimos. E estou feliz também pela forma como jogámos. Controlámos o jogo, fomos claramente superiores e voltámos a não sofrer golos. Fomos muito competentes em todos os momentos mas não finalizámos bem. Mas mesmo depois das festas todas, cumprimos. Não baixámos a intensidade e a concentração. Agora, vamos festejar em nossa casa e arrumar de vez o campeonato. E depois virar a página. Dobradinha? Temos de dar o máximo para vencer a Taça para a época ser mais completa. Se não ganharmos não vai saber da mesma maneira e vamos sentir que faltou alguma coisa.
— Diogo Pinto e Miguel Menino são também campeões.
— Importante para eles. O Diogo não se notou nada, muito tranquilo. Toda a equipa ajudou. O Menino cresceu na Academia, a forma como ele nos ajudou… É campeão com todo o mérito. E uma palavra para toda a gente na Academia.
— Tem falado da preparação para a próxima época, o que mudou?
— O que mudou é que aprendi que não vale a pena dizer se vai ou não acontecer. Tenho contrato, as coisas vão correr e não sabemos o dia de amanhã, aprendi que eu é que criei a novela, com o facto de não querer ser taxativo e ser a primeira época em que tinha dúvidas. Se não ganhasse sairia, depois ganhando veio a fase do 'e se corre mal? Aprendi. Sou novo, cometo erros. Dizem que eu comunico bem, mas às vezes tenho de ser muito melhor nessa abordagem, pois tenho grande responsabilidade aqui e crio essa indecisão que pode não ajudar. Sempre fui feliz aqui, foi o primeiro ano em que pus em questão se será o momento de sair. Aprendi que estou feliz aqui, que não vou pressionar e o que tiver de acontecer, acontece. Estarmos a planear e a acelerar a próxima época, vou deixar a vida correr e o que mudou foi a forma de abordar o assunto, não o sentimento. Eu tenho contrato com o Sporting, nada mudou, quando houver novidades eu aviso. Eu também aprendo, é assim.
— Garantiu no dia da festa do título que Gyokeres ficava. É assim?
— Em relação ao Viktor não faço ideia, disse muita coisa no autocarro. Disse-o, mas não faço ideia. Queremos muito o Viktor, mas isso já entra no papel do Viana e do presidente. Temos de ver que há grandes ligas e grandes clubes que podem pagar e é difícil segurar jogadores. Sei que está feliz e que tem namorada portuguesa e tudo isso pode ajudar. Vamos jogar a Liga dos Campeões e vamos ver.
— Hoje ficou em branco…
— Ele está a 3 golos de ser o melhor marcador da Europa e diria que isso tem influência, aquela fome que ele tem, é um lado positivo, quer muito marcar, quer ser o melhor marcador da Liga. Tem vantagem, mas nunca está satisfeito, também sofreu algumas faltas, tem muita força e há gestão por parte do árbitro, mas quer ganhar e marcar golos, só que por vezes não corre tão bem como quer.
— Já pensa na final do Jamor?
— Há mais uma semana para trabalhar, depois temos de arrumar de vez o campeonato. Fazemos a festa que tivermos de fazer, mais 2 ou 3 horas no estádio, faremos o que for preciso, mas a partir da próxima semana não se houve mais falar em campeonato. Estou confiante para a Taça, mas é um mundo diferente, temos de ter noção do adversário que é, da época que teve, do treinador que é, da presença do [antigo] presidente no banco... Tudo vai entrar no jogo.
— Já há decisão sobre Mateus Fernandes?
— Mateus Fernandes vai estar para o ano na equipa principal no Sporting. Acho que tem características parecidas com as de Pedro Gonçalves, mas Pedro Gonçalves é especial. Mateus é grande jogador e ainda vai ser melhor . Temos feito dinheiro com isso [vendas], mérito do [Hugo] Viana, da academia, do scouting, que observa. Fatawu veio com um valor e foi vendido... Para mantermos o Viktor [Gyokeres] é importante esse tipo de negócios, mas aí o Viana tem de chegar-se à frente e explicar melhor.
— Bateu recorde de Jesus [pontos num campeonato, 86 era o máximo do Sporting], vai enviar-lhe mensagem?
— Se mandar uma mensagem a Jesus ele vai falar do recorde do Guinness [Al Hilal ganhou 28 jogos seguidos]. Não tenho forma de ganhar, acho que não vai haver mensagem. Quero dar os parabéns ao mister Jorge Jesus. Mas sabe sempre bem bater o recorde, a equipa fez um campeonato tão bom. Pelos golos, pelos espetáculos, pelo ambiente no estádio, é marca que fica, a equipa merece. E queremos tornar mais difícil para quem vem a seguir, que será, se Deus quiser, daqui a alguns anos.
— O que mudou na equipa do primeiro para o segundo título de campeão?
— Melhorámos no ataque organizado, no primeiro ano eramos defensivamente muito bons, não passamos muito tempo a trabalhar ataque organizado, agora temos nuances ofensivas. Temos centrais com capacidade de ter bola, recuperamos a bola mais rapidamente. E somos muito mais rápidos na recuperação defensiva. Tirando Coates, temos Diomande, Quaresma, Inácio, Matheus Reis, são diferentes de Feddal e Neto, muda a forma de jogar. Tínhamos Matheus Nunes para ir com a bola para a frente, com Porro só atacávamos pela direita, adaptámos. Quando perdemos jogadores pensamos que é uma desgraça, mas adaptamos o modelo e ficamos mais completos. Temos de ser mais completos no 4x4x2 a defender na próxima época. Eu adoro Palhinha e Ugarte, mas diria que Hjulmand é o mais completo dessa posição.