Fluminense e Boca jogam para entrar na história
Imagem do Maracanã, palco da final da Libertadores (Foto: Fotoarena/IMAGO)
Foto: IMAGO

Final da Libertadores Fluminense e Boca jogam para entrar na história

Clube brasileiro busca primeiro título; e os argentinos o recorde de triunfos na prova; de um lado e do outro, treinadores têm 10 jogadores escolhidos e uma dúvida para a grande final

O Fluminense vai ser o 11.º clube brasileiro a conquistar uma Taça dos Libertadores da América? Ou o Boca Juniors igualará o recorde de conquistas, sete, do vizinho Independiente? De entre todas as dúvidas que a final desta noite, às 20 horas de Lisboa, no Maracanã, levanta, essa é a essencial: que se vai fazer história já se sabe, mas qual história?

 Os brasileiros chegam ao jogo com o fator casa a favor — e uma equipa mais habilidosa, segundo a maioria dos observadores. Os argentinos com a tradição de terem ganho seis de 11 (um recorde) finais disputadas — e um conjunto mais guerreiro, segundo a maioria dos observadores. 

Na fase de grupos, o Flu brilhou mais alto por ter aplicado 5-1 ao River Plate, o outro colosso de Buenos Aires. Na fase a eliminar, os tricolores superaram com autoridade Argentinos Juniors e Olímpia até precisarem de muita emoção — e uma ponta de sorte — para eliminarem os compatriotas do Internacional nas meias-finais.

Já o Boca, vencedor tranquilo do seu grupo, tem um registo insólito a partir dos oitavos de final: não ganhou um jogo sequer. Empatou duas vezes com Nacional, com Racing e com Palmeiras antes de decidir nos penáltis, graças, acima de tudo, ao guarda-redes Sergio Chiquito Romero, um dos principais nomes da equipa e da Libertadores 2023.

Romero, claro, jogará de início. Assim como Advíncula, Figal, Valentini e Fabra, na defesa; Medina, Pol Fernández e Equi Fernández, no meio-campo; Merentiel e o lendário Cavani, no ataque. Falta uma vaga no setor intermediário para Jorge Almirón, o treinador xeneize de 52 anos a viver o momento mais alto da carreira, atribuir.

Valentín Barco, 19 anos, a última joia do Boca, joga ou não? A recuperar de lesão muscular, o ala com magia no pé esquerdo que deixou a cabeça em água à defesa do Palmeiras nas meias-finais foi testado no 4x4x2 titular já no Rio mas ainda não é dado pela imprensa argentina como garantido no onze.

Do lado do tricolor também há dez nomes certos: Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo e Marcelo; André e Ganso; John Arias, Keno e Cano. A última vaga no meio pode ser de Martinelli, Alexsander ou Lima, se o talentoso treinador Fernando Diniz optar por uma equipa mais contida, ou de John Kennedy, se o selecionador do Brasil nas horas vagas preferir um ousado 4x2x4.

JK, 21 anos, é um oásis de juventude numa equipa com dois quarentões, o guarda-redes Fábio, 43, e o central Felipe Melo, 40, além de Ganso (34), Cano (35) ou Marcelo (35), que pode tornar-se o 15.º a somar a Libertadores à Champions. Com cinco orelhudas, se chegar à meia dúzia iguala Sá (seis Libertadores) e Gento (seis Champions) mas vencendo ambas. Esta pode ser mesmo uma final para a história.

Bilhetes vendidos até em Portugal

Duas semanas antes da final, a Absolut Sport, parceira oficial da Conmebol, já anunciava que esgotara todos os pacotes, que incluem hospedagem, deslocação e bilhete, para a final. Houve interessados de todo o Brasil e da Argentina, além de compradores nos Estados Unidos, nas Honduras, em Espanha, no México e outros países, entre os quais Portugal, onde foram vendidos quatro pacotes para sete adeptos, residentes em Lisboa e no Porto. 

«Acompanhar uma final de Libertadores num estádio tão emblemático como o Maracanã é o desejo de qualquer torcedor, o nosso compromisso é garantir a segurança no momento da compra e de promover diversas experiências inesquecíveis para cada uma dessas pessoas», diz Harry Collecta, CEO da Absolut Sport no Brasil, a A BOLA.

Todas as opções de compras foram comercializadas em menos de cinco horas. A plataforma registou um recorde de mais de 21 mil acessos simultâneos de interessados.

Rivais esgotam camisas do Boca

Rivalidade Brasil-Argentina? Claro. Mas só depois dos ciúmes internos. Flamenguistas, vascaínos e botafoguenses vão contribuindo para que o apoio ao Boca Juniors no Rio de Janeiro não parta apenas dos cerca de 100 mil argentinos chegados do país natal. Em nome da velha disputa com o Fluminense, as camisolas dos xeneizes viraram febre na Cidade Maravilhosa. «Tem muito flamenguista, vascaíno e botafoguense comprando, eles [tricolores] vão ser minoria», contou o vendedor Sergio Ricardo à reportagem do UOL. 

«Há mais de duas semanas que a procura tem sido grande, todos os vendedores tiveram de pedir mais.» Adeptos do Boca ouvidos pela ESPN Brasil admitem que têm uma dívida para com os homólogos do Fla. «Há uma união Fla-Boca, temos canções e bandeiras alusivas a isso, em 2019 eles ganharam ao River, agora é a nossa vez. Todos os rivais do Flu estão connosco, Vasco e Botafogo também mas, mais do que ninguém, o Flamengo», disse um.