Finalização fez a diferença
Edwards mostrou criatividade. Foto IMAGO
Foto: IMAGO

O MISTER DE A BOLA Finalização fez a diferença

NACIONAL31.10.202318:17

Manuel Machado analisa o Boavista-Sporting

1. Equipas bem trabalhadas
Jogo a por em confronto equipas com dispositivos táticos diferenciados; Sporting a dar continuidade ao seu bem oleado 3x4x3, com a particularidade da utilização de Geny Catamo no corredor direito, algo que não sendo novo só tinha acontecido em períodos de tempo reduzido e o Boavista no mais tradicional 4x2x3x1, também ele a revelar-se bem trabalhado.

2. Blocos distintos
 Posicionamento distinto dos blocos, com o Sporting em bloco médio/alto a procurar de forma intencional produzir futebol ofensivo, assente na solidez do seu trio de centrais, no domínio do espaço interior por Morita e Hjulmand, com Pedro Gonçalves e Edwards em constantes diagonais dos flancos para a zona de finalização, deixando o jogo exterior para Matheus Reis e Geny Catamo. O Boavista em bloco baixo, com a sua linha defensiva condicionada pelos três atacantes opositores, opondo-se com eficácia no espaço intermédio, onde tinha superioridade numérica 5x4, procurou com um jogo mais direto explorar a profundidade, o que conseguiu em dois ou três momentos.

3. Indicadores equilibrados
Embora diferentes quer na ideia, quer nas dinâmicas, as equipas realizaram jogo no qual o equilíbrio foi nota dominante. Se olharmos à maioria dos indicadores, excetuando o que reporta aos índices de finalização, onde os de Lisboa revelaram eficácia maior. Na realidade, a presença do seu possante número 9 (Gyokeres) e os contributos dos criativos Pedro Gonçalves-Marcus Edwards e Geny Catamo, em adição à profundidade que cirurgicamente Matheus Reis realizou, acabariam por ser fatores decisivos para a chegada aos golos e á vitória. Boavista sólido defensivamente mas com os laterais a ter de fechar dentro e os seus alas obrigados a acompanhar, baixando, os movimentos dos extremos do Sporting. Viu-se condicionado nas saídas ofensivas. Com claro défice de criatividade na ligação entre as suas linhas, o que foi mais notório entre a linha média e o ataque  -- Makouta fez jogo positivo mas carece de imaginação e criatividade necessárias a quem ocupa aquela posição. Conseguiu, ainda assim, criar dois ou três momentos de finalização, que com melhor pontaria, poderiam ser transformados em golo e dar outro rumo ao resultado final. 

4. Qualidade tática
Nota final para o resultado que nos parece justo , atribuindo a vitória à equipa cujos os jogadores têm melhor qualidade, factor que fez a diferença e por isso merece destaque, dado que nos restantes itens o que foi visível pode traduzir-se numa única palavra: equilíbrio. Relativamente aos bancos, é merecedor de referência a qualidade tática que os conjuntos apresentaram, assim com a gestão dos 90 minutos de quaisquer dos técnicos, de acordo com o resultado, geriram, em minha opinião, corretamente, as situações: um na tentativa de acrescentar ofensivamente na procura de anular a desvantagem, Petit, e o outro assertivo na forma como utilizou o que tinha à disposição, para guardar a vantagem obtida.