Filipa Patão: «A Liga dos Campeões é o palco onde merecemos estar todos os anos»
Filipa Patão quer a qualificação para a Liga dos Campeões Foto: Miguel Nunes

Filipa Patão: «A Liga dos Campeões é o palco onde merecemos estar todos os anos»

Técnica encarnada sublinhou a importância de mais uma qualificação para a prova europeia, porém alertou que a equipa precisa de fazer mais do que se agarrar à vantagem trazida da 1.ª mão

Falta apenas um jogo para o Benfica assegurar a 4.ª qualificação consecutiva para a fase de grupos da Liga dos Campeões feminina. Para isso acontecer, as águias precisam de segurar a vantagem (2-1) trazida da Suécia ou aproveitar o fator casa para derrotar esta quarta-feira o Hammarby, em jogo a contar para 2.ª eliminatória do play-off de acesso à competição.

Na antevisão ao encontro, Filipa Patão sublinhou que as expectativas em relação a uma nova presença na prova são altas e que a Liga dos Campeões é um palco no qual a equipa «merece estar.»

«As expectativas são altas. Se não pensarmos assim não estamos no sítio certo. Sabemos da dificuldade do jogo, sabemos que vamos jogar contra uma excelente equipa e tivemos a prova disso na 1.ª mão com um estádio cheio. São uma equipa com muita qualidade, com muitas jogadoras que, apesar de o clube em si não estar regularmente na fase de grupo, são uma equipa muito experientes, com capacidade e de países onde o futebol é dominante. Sabemos da dificuldade do adversário, mas também das nossas armas e do que somos capazes de fazer. Viemos de um excelente resultado fora de casa e agora é não só controlar o jogo, mas sim vencê-lo e demostrar a nossa qualidade e do nosso futebol. Estamos à espera de este encontro com muita motivação e muita confiança», começou por dizer a treinadora encarnada, alertando, de seguida, para os perigos que podem advir se a equipa encostar-se à vantagem da 1.ª mão.

«Este era o melhor cenário. Só melhor que este era tendo de ter ganho por três ou por quatro. Ainda assim, não esperamos facilidades pela vantagem e pelo fator casa, porque não vai. Podemos contar com o resultado, mas se só o abordarmos em função disso vai correr mal. As missões são claras, sabemos do que temos de fazer. Temos de tirar a bola ao adversário, marcar um golo para gerirmos o jogo. Tenho toda a certeza de que não vamos ver um Benfica contido ou a defender o 2-1. Será um Benfica em função do que sempre foi na Liga dos Campeões», reforçou.

Depois de uma entrada em falso no jogo passado, que permitiu aos Hammarby colocar-se na vantagem no marcador, Filipa Patão reforçou a necessidade das águias em corrigir esses erros e que a estratégia da equipa passa agora por controlar o encontro nos vários momentos do jogo.

«Faltou-nos algum ritmo competitivo neste tipo de jogos, o que é normal porque estamos numa fase da época diferente da equipa do Hammarby. Elas acabam por estar a meio da sua época, quando nós estamos no início. Nós não temos tantos jogos quanto isso- falo de jogo com este nível de exigência-, portanto é normal que na fase final a equipa se ressinta, ainda para mais com uma viagem e o jogo que tínhamos anteriormente. Para isso não acontecer, temos de dominar e ter mais bola nos diferentes momentos do jogo, o que acabou por não acontecer no último encontro. Neste jogo, a nossa estratégia passa um pouco por isso, e o foco é esse: controlar mais a bola e controlar mais o jogo para não termos de correr atrás dela tanto tempo.», antecipou, não esquecendo a importância da qualificação para o projeto de futebol feminino do Benfica: «É bastante importante. É tão importante quanto continuar a vencer o campeonato, a Taça de Portugal ou a Taça da Liga. Todas as competições para nós são importantes e é esta mais uma das competições que o Benfica tem de estar, merece estar, mas isso tem dois lados da moeda: para isso acontecer, temos de fazer por merecer, temos de dar a resposta dentro de campo e vamos trabalhar muito para voltar a estar na Liga dos Campeões, que é o palco onde merecemos estar todos os anos.»

Por fim, Filipa Patão destacou que a gestão do plantel será elaborada a pensar no Hammarby e não em função do dérbi com Sporting da próxima semana.

«Se estivesse já a pensar no jogo com o Sporting estava desgraçada. Nós temos de fazer as coisas jogo a jogo e perceber o que nos traz mais vantagens. Claro que vamos fazer uma gestão do nosso plantel, sabemos o que cada jogadora consegue entregar em cada jogo, o que precisamos de gerir ou não, porque o bom do nosso plantel é que temos várias jogadoras disponíveis para fazer qualquer jogo. As decisões serão em função deste jogo e não em função do Sporting», concluiu.