FC Porto: Koehler questionado por contrato de 'factoring' de €14,5 milhões
João Rafael Koehler, empresário e apoiante de Pinto da Costa (FOTO: FACEBOOK)

FC Porto: Koehler questionado por contrato de 'factoring' de €14,5 milhões

NACIONAL29.02.202414:21

Empresa da qual o conhecido apioante da lista candidata de Pinto da Costa e possível integrante da futura Administração é um dos gerentes constituiu uma linha de financiamento que mereceu críticas dos sócios Henrique Ramos e Tiago Silva

Dois sócios com voz ativa no universo do FC Porto, Henrique Ramos e Tiago Silva, trouxeram à luz um contrato de ‘factoring’, no valor de €14,5 milhões, constituído em abril de 2023, e que vence em janeiro de 2029, um financiamento feito à SAD pela Connect Capital, que tem como um dos gerentes João Rafael Koehler, empresário e apoiante da lista ‘Todos pelo Porto’, de Pinto da Costa.

Assim que foi divulgado em detalhe as Contas Consolidadas do Relatório e Conta do 1.º semestre 2023/24 da SAD portista, Henrique Ramos publicou uma mensagem na rede social X na qual questionou o empresário, apontado como um dos possíveis integrantes da administração se Pinto da Costa for eleito para um 16.º mandato.

Connect Capital tem como um dos gerentes João Rafael Koehler,

«@JoaoRKoehler não tenho a chave do portal e as lupas que possuo estão longe da transparência. Podes desembaciar esta situação? Qual é o teu papel hoje no @FCPorto  e que papel vais ter na lista @todospeloporto?», revelando o financiamento de €14, 5 milhões da Connect Capital Services - Unipessoal Lda, empresa sedeada na Várzea, em Santarém, que, de facto, tem como sócios gerentes João Rafael Koehler e Paulo Caetano, empresário ligado à Fomentinvest.

O 'factoring' é um mecanismo financeiro de crédito que permite a antecipação de receitas futuras, garantindo o aumento da liquidez e a entrada imediata de capitais. No total, este tipo de operações tem um peso de €98,5 milhões nas contas da SAD portista.

Como outras sociedades desportivas, o FC Porto recorre a essa operação financeira que tem o mérito de injetar dinheiro instantâneo mas que tem um custo associado: os juros são muito mais elevados que na banca tradicional. A SAD tem vários contratos com sociedades de 'factoring' (Glas Trust, Sagasta, Internationales Bankhaus Bodensee AG e, com menor expressão, o Novo Banco). O contrato de € 14 milhões com a Connect Capital é o mais recente 'factoring' da Sociedade.

Também da rede social X, Tiago Silva vai mais longe na leitura deste negócio. « Uma sociedade da qual João Koehler é gerente e tem uma participação desde 17 de Abril de 2023 (Connect Capital), financiou o FCP, precisamente em Abril de 2023, em 14.500.000M€, sendo que o vencimento deste empréstimo terá lugar em Janeiro de 2029. Não admira, pois, que viesse a integrar o Conselho de Administração da SAD do FCP se Pinto da Costa se mantivesse à frente do clube, fazendo lembrar aqui as insolvências em que o maior credor tem sempre lugar à mesa na Comissão de Credores», escreveu.

Mas há mais, aponta Tiago Silva: «Esta sociedade Connect Capital que financiou o FCP em 14.500.000,00 Euros e que tem João Koehler como gerente e detentor de participação, é, por sua vez, detida pela sociedade Quadrantis Capital que tem também João Koehler como Administrador e fundador. E quem é a Quadrantis? É, como já disse há uns meses atrás, uma sociedade de capital de risco que está na corrida pelos direitos televisivos do futebol português, tendo já apresentado uma oferta pelos mesmos a Pedro Proença. Viva a transparência, viva o Portismo livre e desinteressado, viva os negócios!!!!»

As Contas Consolidadas do Relatório e Contas do 1.º semestre 2023/24 apontam que um dos contratos de 'factoring', de €9,6 milhões, da Internationales Bankhaus Bodensee AG, vence já em março e que também nesse mesmo mês a sociedade tem a liquidar €17,6 milhões de uma operação de papel comercial com o Banco Carregosa.

Aquele sócio calcula – alegadamente – que a SAD vai «alegremente a caminho dos 30 Milhões de euros só de juros por ano (implica termos de fazer uma grande venda todo os anos só para podermos pagar estes encargos financeiros)» e critica a compra, por €1,5 milhões, de mais uma percentagem do passe de Samuel Portugal ao Portimonense: « Mais um negócio vergonhoso e obscuro com o Portimonense. Depois dos 7M por Manafá e dos quase 3M por Bruno Costa (a poucos meses de ser um jogador livre), temos agora os 4M por Samuel Portugal que, ano e meio depois, ainda não sabe o que é jogar pelo FCP.»