Farense «Farense vencer no Dragão? Há sempre uma primeira vez…»

No domingo, no Dragão, o Farense vai tentar contrariar a história dos confrontos com o FC Porto, feita de 24 jogos com outras tantas derrotas dos algarvios. «Concentração», «agressividade» e «inspiração» fazem parte da receita dada por José Mota na antevisão ao jogo.

- Depois do primeiro jogo, com uma derrota em casa [0-3, com o Casa Pia], este jogo no Dragão é complicado para recuperar os pontos perdidos nessa primeira jornada…

«É um adversário difícil, que luta por ser campeão. Sabemos a força que eles têm, nomeadamente no Dragão, estádio que deve estar com uma moldura humana importante e que vai estar cheio e devemos tirar partido desse bom ambiente. Perdemos o primeiro jogo, este não é o adversário apropriado para tentarmos trazer um resultado positivo – que passa sempre pela vitória – mas temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para termos um jogo bem conseguido, em que os níveis de concentração têm que estar no máximo e perceber o valor e forma de atuar do adversário. Se o fizermos, em muitos momentos iremos disputar o jogo, que é isso que pretendemos. É um jogo extremamente difícil, perante um FC Porto que é sempre forte e que vai querer desde o início tomar conta dele. Compete-nos estar concentrados, ter uma boa dinâmica e contrariar os momentos do FC Porto.»

- O FC Porto recebeu recentemente dois reforços para o meio-campo, isso vai alterar a forma como vai montar a equipa?

«Não. Sabemos o modelo de jogo deles e as suas dinâmicas, conhecemos tudo. Compete-nos a nós, e muitas das vezes sem bola, contrariar esse poderio e a forma de atuar dinâmica e agressiva com que eles entram sempre nos jogos. Os minutos iniciais serão sempre fundamentais, estamos atentos a tudo isso e sabemos os pormenores, a força que eles têm nas bolas paradas, as segundas bolas, ou seja, é uma equipa que tem uma forma de atuar muito interessante. E no seu estádio, ainda consegue ser mais avassalador. Estamos preparados para essas dificuldades, espero que tenhamos muita concentração, saibamos ser tranquilos quando tivermos bola e explorar os momentos em que poderemos desferir e dar continuidade aos nossos movimentos ofensivos. Quero uma equipa com capacidade de saber gerir a posse de bola, que seja agressiva também nos duelos e que seja ambiciosa e perceba que vamos para o Dragão também com a intenção de defendermos quando o tivermos que fazer e quando tivermos bola que sejamos desinibidos e organizados e com ambição de chegar perto da baliza do FC Porto. Vamos procurar ser objetivos, dinâmicos, porque se o formos também temos as nossas hipóteses e os nossos momentos, que poderão de ser de glória.»

- E mudanças a nível da estratégia e modelo de jogo? Habitualmente tem trabalhado o 4x3x3…  

«Muitas das vezes pode mudar, conforme, nomeadamente, o nosso momento defensivo. Mas também não é isso que eu pretendo, não estamos aqui a trabalhar para um só jogo, mas para um campeonato. Pretendo que sejamos uma equipa com dinâmicas interessantes, que sabe jogar e ter bola e vamos ao Dragão com essa intenção de disputarmos o jogo, com uma estratégia bem definida. Temos trabalhado muito sobre - não só a forma como o FC Porto joga - mas também quando tivermos bola saibamos explorar esses momentos. Se o fizermos com intenção, concentração e fundamentalmente com inspiração, que é muito importante, vamos proporcionar um jogo interessante.»

- Espera alterações no sistema do FC Porto?

«Sabemos que pode atuar num 4x3x3 ou 4x4x2, como se verificou no jogo com o Moreirense, em que entrou com um modelo e depois teve que jogar com os dois pontas-de-lança… isso dependerá muito de como estará o resultado. O que eu penso, e é o que vai acontecer, é um FC Porto determinado, sempre com o objetivo de impor o seu ritmo de jogo desde o primeiro minuto e tentar obrigar os adversários a recuar muitas das vezes o seu bloco e sabemos que eles são muito fortes nessas intenções, obrigando muitas das vezes os adversários a errar, pela capacidade de pressão que impõe desde o primeiro minuto.»

- 24 jogos do Farense em casa do FC Porto, 24 derrotas… o que isso representa para o Farense?

 «Quer dizer que há sempre uma primeira vez. Sabemos o que dizem as estatísticas e o histórico, mas também posso dizer que eu já lá ganhei com equipas da dimensão do Farense. Há sempre uma primeira vez para as coisas acontecerem. O que temos que fazer é tudo muito bem feito, perceber as capacidades e qualidades individuais e coletiva do FC Porto, tentarmos ser uma equipa muito rigorosa, objetiva e fundamentalmente uma equipa aguerrida, agressiva, com boas intenções e ter os momentos de inspiração, que são fundamentais nestes jogos. Sabemos que não vamos dominar o jogo, mas sabemos que muitas vezes poderemos ser rigorosos, objetivos e que tenhamos a inteligência de fazer golos, que são muito importantes e difíceis de os fazer no Dragão.»

- O FC Porto tem pontos fracos identificados, que sabe que pode explorar?

«Todas as equipas têm pontos fracos. É claro que o FC Porto no seu terreno é muito forte, quer com o Farense, como com o Bayern de Munique. Sabemos as dimensões e diferenças que existem entre o Farense e o Bayern de Munique. Estamos à espera de muitas dificuldades, todos sabemos a forma como o FC Porto joga e o que o Sérgio [Conceição] proporciona às suas equipas, aquela dinâmica e intensão muito forte de dar ritmos altos ao jogo, antevejo muitas dificuldades para nós e vamos tentar resolvê-las. Estudamos o FC Porto, sabemos os seus pontos fortes, as dinâmicas, aquilo que eles nos vão fazer, temos que estar muito concentrados e inspirados, que são as palavras que se adequam a este jogo.»