O MISTER DE A BOLA Exige-se mais qualquer coisa
Augusto Inácio analisa o Sporting-Raków
1. Para entreter
As vitórias são sempre boas mas esta sabe a pouco. Um início de jogo em que os polacos tentaram responder aos ataques do Sporting mas aos 14 minutos aquela grande penalidade a favor dos leões e a expulsão mudam completamente a história do jogo. O Sporting dominou a partida como quis, sem grandes intensidades, nem velocidades na procura do golo; um jogo quanto baste para ter bola e o adversário não criar perigo. É verdade que o Sporting também não criou grande perigo, nem oportunidades mas foi um jogo completamente controlado, com alguma segurança de bola; praticamente foi só o Sporting a atacar e os polacos a defender. Numa primeira parte, como diria o meu amigo Quinito, para entreter.
2. Pior na segunda parte
Na segunda parte as coisas pioraram no nível exibicional, principalmente após o segundo golo, logo aos sete minutos após o intervalo. Após o golo de Pedro Gonçalves de grande penalidade, o Sporting desligou a ficha; Rúben Amorim começou a fazer substituições para dar oportunidade a outros jogadores e fazer descansar os mais utlizados, mas a verdade é que o futebol do Sporting ficou muito pouco inspirado – muitos passes falhados, pouca recuperação de bola, pouca intensidade a deixar o jogo rolar; o tempo ia passando e os polacos não criavam perigo, até que há um livre na zona central e muito longe da baliza verde e branca em que a bola passa pela defesa leonina, convidando o jogador polaco a rematar e depois apareceu um outro jogador do Raków a fazer a recarga e a reduzir a desvantagem.
3.Tudo a dormir
Reportando-nos ao golo polaco, é daquelas bolas que só entram se estiverem todos a dormir e foi isso que aconteceu, numa equipa do Sporting completamente a dormir e os polacos, do nada, a fazerem o golo. A partir daí, não é que o resultado estivesse em perigo, mas um Sporting desligado, com poucas oportunidades, muitos passes errados, muita sobranceria, pouca energia em termos de capacidade ofensiva. Enfim, a dar uma imagem muito pálida para aquilo que se esperava, até porque o Sporting tem feito bons jogos – é verdade que sofre golos por falta de atenção mas tem capacidade para criar oportunidades, podendo marcar três quatro golos por jogo, não podendo é ter uma média de mais de um golo sofrido por jogo. Não é a defesa que está mal, é a equipa no seu conjunto porque deixa de ter atenção aqueles pormenores que parece não darem em nada mas que depois resultam em golo. Rúben Amorim já disse que é um assunto a rever mas a verdade é que não pode acontecer, pois perante equipas mais fortes o Sporting pode vir a sofrer.
4. Mais um treino...
A equipa poupou-se, não correu riscos nem de lesões nem de cansaço; não foi um jogo desgastante para aquilo que vai ser o dérbi mas foi uma partida que acabou por ser quase um treino. A forma como o Sporting abordou o jogo é de quem já estava com a cabeça no Bennfica e quando assim é o espetáculo fica a perder. Quer-se ganhar sempre mas exige-se ao Sporting mais qualquer coisa perante um adversário que não é tão fraco quanto isso mas que se tornou fraco quando passou a jogar com dez. Ficam os três pontos. O Benfica não está bem, o Sporting está bem, malgrado a segunda parte e diz-se que a equipa que está pior vai ganhar e, a assim ser, vão empatar, porque o Sporting também esteve mal na segunda parte, mas oxalá seja o Sporting a ganhar. Nota para a entrada de mais um menino, Tiago Ferreira ,mas vamos ver porque há muitos que são lançados e depois esperam muito tempo para voltar a jogar.