Evra conta tudo! A subida inesperada e o «caos»; sonha lidar com 'grandes'

E. Amadora Evra conta tudo! A subida inesperada e o «caos»; sonha lidar com 'grandes'

NACIONAL24.06.202320:57

O antigo internacional francês Patrice Evra concedeu uma entrevista ao The Times na qual abordou a faceta de investidor no Estrela da Amadora através do grupo norte-americano My Football Club (MYFC).

Na mesma, acabou por confessar que não estava à espera que a equipa subisse já ao escalão maior do futebol português e que se instalou «o caos», que agora irá enfrentar para «começar a época da forma correta».

«De momento, como costumo dizer, é o caos. Não estávamos preparados para isto, mas as pessoas são muito determinadas e apaixonadas, e vamos garantir que conseguimos começar a época da forma correta. É essa a nossa prioridade. Não quero falar do projeto. A prioridade são os jogadores e eles regressarem dentro de duas semanas. Têm menos duas semanas [de férias] do que todos os outros. É caótico. O meu foco são os jogadores, garantir que quando chegarem tenham o centro de treinos pronto e perceber que posições o treinador quer reforçar. É um grande trabalho e não sei por que me envolvi nisto. Estava a viver uma vida calma. Espero que o clube se dê bem nos próximos dois anos e não me cresça nenhum cabelo branco», atirou, bem-humorado, Evra, garantindo que a posição da MYFC no clube já valorizou bastante e confessando que até já recebeu oferta para vender a mesma.

«Não possuo tudo, mas tenho uma boa maioria. Quando comprámos o clube o valor era de 5 milhões de euros. Agora já vale 40 milhões. Há alguns meses recebemos uma oferta para a comprar a nossa parte. Era de um clube de primeira linha da Premier League», contou, falando numa história de amor com o clube da Reboleira, cuja história considera que se cruza com a sua:

«Quando ouvi a história do Estrela, e tendo eu vindo de infância pobre, lembrou-me o dia em que comecei no futebol. E isso fez-me ser como sempre disse: se eu fui bem sucedido, agora quero ajudar as pessoas. As pessoas envolvidas são boas pessoas, têm um bom projeto e uma mente positiva, por isso aceitei. Acolheram-me na família de imediato. Lembrou-me imenso a minha infância e diria que farei tudo por este clube. Até já concluí o meu curso de treinador e posso treinar qualquer equipa, mas às vezes, quando deixas o futebol, as pessoas querem ver-te como treinador ou comentador, mas não te querem ver como a pessoa que se senta na mesa como dono do clube. Eu estou a tentar mudar isso tudo. E correu tão bem, que em oito meses garantimos a promoção ao escalão principal. É uma loucura.»
 

O seu objetivo, agora, passa por dotar o Estrela com capacidade para enfrentar equipas do calibre dos três grandes do futebol nacional.

«Vamos para algo que sabemos que não será fácil, mas vamos tentar, colocar o máximo de dinheiro no clube, de forma a preparar a melhor equipa para o treinador [Sérgio Vieira], que foi muito claro: 'se não tiver uma equipa para competir, não fico'. Temos de lhe dar o poder e todas as ferramentas para lidar com equipas como Sporting, Benfica e FC Porto. Dizer o nome dessas equipas faz-me sonhar, pelos meus jogadores, staff e equipa», assentou.