Estrela quer ser ‘mandão’ ante o Farense: «Se queremos ganhar, temos de ser superiores em tudo»
Sérgio Vieira admite que só uma equipa afirmativa poderá vergar o Farense; elogia o opositor e foca-se em olhar para a posição classificativa apenas no final da temporada
No encerramento da 31.ª jornada da Liga, o Estrela da Amadora apresenta-se confiante na receção ao Farense pelo momento que atravessa – apesar de não vencer há cinco jogos, também não perde há três - e defronta um adversário do qual historicamente guarda boas memórias: empatou a zero na primeira volta, quando se apresentou em circunstâncias particularmente conturbadas (apenas um central de raiz) e também não perdeu os últimos três confrontos diretos (três igualdades).
Mais atrás no tempo, foi também ante os algarvios que o Estrela conquistou a edição 89/90 da Taça de Portugal. «Motivam-me muito esses indicadores, mas vêm muito tempo lá atrás, são indicadores da primeira volta e a questão do fator histórico, a conquista do Estrela perante o Farense foi algo que ficou sempre na história dos feitos deste clube, mas os motivos mais importantes da nossa motivação têm que ver com o momento, precisamente relacionado com o aspeto de termos os jogadores disponíveis, tirando infelizmente o Diogo Fonseca», analisou.
Na antevisão à receção ao Farense, que terá lugar esta segunda-feira na Reboleira, Sérgio Vieira admitiu aguardar, no outro lado, um opositor difícil. «No outro lado, com certeza vamos encontrar uma equipa confiante, compacta, bem organizada e com qualidade individual e coletiva, bem orientada, com uma boa história dentro do futebol português e também vai querer colocar as máximas dificuldades. Vamos querer ser superiores», prometeu, deixando ainda o repto para a partida que se avizinha.
«Se queremos ganhar o jogo temos de ser superiores em tudo, quer a nível coletivo ou individual, em todos os aspetos que o jogo tem», vaticinou Sérgio Vieira que, tal como no próprio Estrela que representa, também garantiu uma subida ao escalão principal no comando técnico dos leões de Faro em 19/20, guardando gratas memórias dessa passagem. «Aquilo que foi conquistado em Faro, durante a minha passagem lá e o que foi conquistado aqui, as bases são as mesmas», comparou o treinador, encontrando muitos pontos em comum.
«Em primeiro lugar, bases humanas e na competência, no trabalho em equipa e que duram para o resto da vida. Neste momento, o sentimento é o de que nós e o Farense nos possamos salvar, cumprindo com o objetivo da temporada, permanecer na Liga na próxima temporada, porque além desse aspeto que está relacionado com a minha história de vida e profissional, também tem que ver com o facto de ser em clubes importantes para o futebol português», estabeleceu, antes de apontar baterias ao triunfo.
Sérgio Vieira mostrou-se convicto de que o Estrela já ultrapassou a deceção que constituíram as duas igualdades concedidas nos instantes finais das duas jornadas disputadas, perante Rio Ave e Boavista. «Nós, os jogadores, a equipa técnica e toda a estrutura sabemos que tem que ver com as circunstâncias do momento e o que aconteceu no Estádio do Bessa foi diferente do que aconteceu com o Rio Ave. Já marcámos nos últimos minutos, nos últimos segundos, já marcámos e sofremos no início do jogo», recordou, consciente.
«Por vezes, o futebol tem esse fator aleatório que não é fácil depois associar, os motivos e o timing em que acontece. Infelizmente com o Rio Ave foi como foi, mexeu connosco e tanto com o Rio Ave como no Bessa tivemos de alterar a linha defensiva», acrescentou, garantindo que todos aqueles que compõem o núcleo do grupo não se focam em momentos em separado, mas sim com todo o processo e a finalidade do mesmo, que passa por garantir a permanência na Liga.
«A nossa liderança – minha, dos capitães e restantes jogadores – nós focamo-nos no que controlamos, no que é a missão específica das nossas ações e atitudes. Sabemos que no futebol existe um ruído muito forte, muitas vezes até exterior, de olhar para os objetivos a longo prazo, como os estamos a viver, a curto prazo. O caráter deles é o de focar nas tarefas, no que têm de fazer com e sem bola, a relação com os colegas…as atitudes e disciplina que têm de ter», explicou, considerando pouco relevante o facto de fechar a presente jornada.
Sérgio Vieira não encontra, para já, benefício em conhecer de antemão o resultado dos restantes concorrentes «A consequência é o resultado e a posição na tabela, mas como sabemos só temos de avaliá-la a 18 ou 19 de maio, dependendo do dia e da jornada…aí sim, temos de avaliar a posição em que estamos, a não ser que consigamos o objetivo antes. Aí, vamos dar uma importância a esse aspeto, embora seja um fato, realmente, que nesta jornada vamos ser os últimos a jogar e inconscientemente vamos ter esse pensamento, mas acho que nem minutos pode ocupar no nosso pensamento, só por alguns segundos», completou.