«Estrela pálida que iluminou a noite tranquila do dragão»
João Mário festeja o 2-0 diante do Estrela da Amadora (Foto: Grafislab)

FC Porto-E. Amadora, 2-0 «Estrela pálida que iluminou a noite tranquila do dragão»

NACIONAL18.02.202400:08

Vitória sem contestação do FC Porto; um jogo que não deixou saudades; portistas lamberam feridas e geriram a pensar no Arsenal

Ao FC Porto, depois de ter perdido cinco pontos nas duas partidas anteriores, fazia falta um adversário que, por falta de ambição, lhe permitisse que um jogo quase sempre de intensidade baixa chegasse e sobrasse para garantir os três pontos, e que desse ainda para preparar o duelo da Champions da próxima quarta-feira, frente ao Arsenal. 

O Estrela da Amadora, que se apresentou num 5x4x1, de bloco baixo, apenas por uma vez obrigou Diogo Costa a trabalho de qualidade superior (por sinal, imediatamente após o 1-0, por Galeno), nunca foi capaz de ter bola (69/31 na primeira parte), mostrando-se até, a espaços, cada vez que o FC Porto ensaiava a pressão alta, incapaz de boas soluções. Terá sido uma das exibições mais descoloridas da equipa da Reboleira na presente temporada, numa noite em que até a gestão das substituições lhe correu mal, e as alterações táticas após o 2-0, transformando o 5x4x1 num 4x3x3 que também virava 4x5x1 com muita facilidade, de pouco ou nada serviram. Sem realizar uma exibição empolgante, o FC Porto chegou e sobrou para as encomendas e ainda podia ter conseguido, mesmo sem meter a carne toda no assador, um resultado ainda mais robusto.

De Zaidu a João Mário

Sérgio Conceição, que não teve, no regresso de Zaidu, que podia dar-lhe maior profundidade ao flanco esquerdo, o efeito desejado em função de uma lesão preocupante do nigeriano, aproveitou para estrear Otávio no eixo da defesa. O ex-Famalicão teve boa nota, a sua velocidade compensa em boa parte o que vai faltando a Pepe (outros adversários mais exigentes permitirão conclusões definitivas) e esse deve ser um dos destaques da noite. 

O outro vai para o entendimento dinâmico entre João Mário e Francisco Conceição, a dupla da ala direita que muitas vezes destoa, por boas razões, do rame-rame do resto da equipa. A deixar dúvidas continua o posicionamento de Pepê, que tem ordem para vagabundear por onde muito bem entende, perdendo, com isso, alguma influência na mecânica da equipa. De titularidade indiscutível, um pouco à imagem de Aursnes no Benfica, a polivalência parece por vezes virar-se contra ele mesmo... 

Um minuto de emoção

Estes 90 minutos do Dragão terão tido apenas um minuto de emoção: aos 36, após um ressalto, galeno abriu o ativo, e aos 37 Ronaldo Tavares fez Diogo Costa brilhar. E quanto a parada e resposta estamos conversados. E mais conversados ficámos aos 56 minutos, quando João Mário, imediatamente após uma grande defesa de Brígido a remate de Galeno, disparou cruzado para o 2-0. Faltavam 34 minutos para o fim do jogo, mas percebeu-se que estava tudo resolvido, o FC Porto mantinha-se organizado e pouco disposto a desconcentrações arouquianas, enquanto que o Estrela da Amadora, apesar do carrossel de alterações - Nanu entrou aos 66 minutos e foi extremo primeiro, lateral depois e extremo de novo a seguir - nunca se mostrou à altura de incomodar Conceição

Noite de gestão

Percebendo que tinha o jogo na mão, o treinador portista aproveitou para dar descanso ao filho Francisco e a Galeno (69), duas peças essenciais no duelo com o Arsenal, e preferiu Toni Martínez a Taremi quando, aos 87 minutos substituiu Evanilson. Com o que tem pela frente e com aquilo que precisa de recuperar, o FC_Porto estava mesmo a precisar de uma noite tranquila e moralizadora.