Estrela da Amadora: Boa resposta à adaptação marcou pontos para Shinga
Ala esquerdo dos tricolores foi improvisado como central no encontro ante o Farense e respondeu de forma positiva, reforçando a sua utilidade junto da equipa técnica para o futuro...e para a receção ao Arouca, dentro de pouco mais de uma semana
Na escassez de opções, o Estrela da Amadora procura encontrar soluções. Tem sido essa a máxima aplicada nas últimas semanas no setor defensivo dos tricolores, que na receção ao Farense chegou a um ponto máximo na quantidade de ausentes, restando apenas um central de raiz disponível num universo de seis elementos que compõem o setor – apenas Erivaldo Almeida estava em condições de ir a jogo e restava a dúvida sobre quem poderia jogar ao seu lado…e em que sistema.
Sérgio Vieira optou por manter – tanto quanto as condições o permitiam – a estabilidade e decidiu apresentar o habitual sistema de três centrais apesar de…praticamente não ter centrais. Nada, porém, que tenha impedido a equipa amadorense de apresentar uma defesa composta pelo acima referido Almeida como referência, desempenhando as funções habitualmente desempenhadas por Miguel Lopes e, após a sua lesão, por Kialonda Gaspar, que se encontrava suspenso e, por isso, inelegível para a deslocação a Faro.
Almeida não acusou a responsabilidade e à sua direita teve Hevertton Santos, lateral que cumpriu o quarto encontro consecutivo como central improvisado, e à esquerda…a principal surpresa no onze: Nkanyiso Shinga, lateral esquerdo de origem que surgiu como central à esquerda e a um nível bastante satisfatório que suscitou elogios da crítica e, acima de tudo, mereceu o reconhecimento da equipa técnica, que obteve mais uma prova de que pode mesmo contar com o sul-africano.
O papel que se pedia a Shinga não era fácil: alinhar numa posição que não é a sua, para a qual não está rotinado quando, para cúmulo, poderia não apresentar o ritmo competitivo necessário pelo facto de não constituir uma opção regular. Uma situação factual e facilmente percecionável pela escassa utilização que vinha tendo desde setembro – nos últimos três meses e meio, o esquerdino de 23 anos apenas havia sido utilizado em quatro partidas e apenas numa delas como titular.
Nkanyiso Shinga cumpriu o quarto encontro como titular em toda a época e disputou os 90 minutos, mais do que no somatório do último mês e meio (61 minutos distribuídos por três jogos). A última titularidade já havia tido lugar em outubro, na deslocação ao reduto do Vila Meã, pela 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, e o africano respondeu com competência, marcando pontos para o futuro, quem sabe até imediato, com nova utilização na receção ao Arouca, agendada para o próximo dia 28.
O mais provável, porém, deve passar pelo regresso ao banco de suplentes face ao expectável regresso de Gaspar ao onze titular. De qualquer forma, Sérgio Vieira sentir-se-á tranquilo por ter entre as suas opções uma alternativa apta a desempenhar duas funções diferentes, espreitando uma oportunidade na ala esquerda, habitualmente ocupada por João Reis, ou no eixo defensivo caso a equipa venha a precisar de nova adaptação da sua parte, à imagem do que sucedeu, com êxito, no Algarve há pouco menos de uma semana.