As duas equipas estão separadas apenas por um ponto na luta pela permanência
Estoril e Portimonense dão hoje o pontapé de saída da 26.ª jornada com um jogo que já cheira a final de aflitos. A nove rondas do fim da Liga, cada ponto é uma batalha e os confrontos diretos ganham uma relevância maior.
Canarinhos e algarvios estão separados por apenas um ponto, ocupando, respetivamente, a 16.ª e 15.ª posições, e partilham angústias semelhantes: séries negativas de maus resultados e a curiosidade de ambas as equipas virem de derrotas frente a grandes, o Estoril perdeu 1-3 na Luz diante do Benfica, o Portimonense viu o FC Porto vencer no Algarve por 3-0.
Na primeira volta houve triunfo para o Portimonense, com um golo solitário de Pedrão, mas o histórico no António Coimbra da Mota é favorável à equipa da Linha de Cascais: 15 vitórias em 29 jogos (seis triunfos dos homens de Portimão).
O ESTORIL
A equipa de Vasco Seabra perdeu cinco dos últimos seis jogos. O cenário não é nada favorável e os rumores sobre a possibilidade de o treinador sair são cada vez mais recorrentes. Jovic, Cabaço e Holsgrove continuam ausentes por lesão e entre os disponíveis espera-se que Rafik Guitane (jogador mais utilizado) e Cassiano (ponta de lança) façam de alguma forma a diferença numa formação que tem oscilado entre o bom futebol e a fragilidade defensiva: tem o sexto melhor ataque do campeonato (41 golos) e a terceira pior defesa (49 golos sofridos).
A figura: Rafik Guitane
Médio ofensivo de técnica individual muito superior à média do campeonato, o argelino de 24 anos terá a consciência de que o futuro está garantido independentemente do que vier a acontecer à sua equipa. O que já mostrou é suficiente para assumir outros voos, um futebolista claramente a pedir uma equipa com mais sede de protagonismo.
O onze provável: Daniel Figueira; Bernardo Vital, João Basso, Pedro Álvaro; Rodrigo Gomes, Zanocelo, Mateus Fernandes, Tiago Araújo; Guitane, Cassiano e Heriberto
O que disse Vasco Seabra, treinador do Estoril: «O que queremos é anexar tudo o que é a valorização em termos individuais, coletivos e financeiros com o resultado desportivo – que já foi acompanhado do mesmo e nesta reta final queremos voltar a fazê-lo acompanhar e da melhor forma possível.»
Técnico não 'perde o sono' face à perspetiva de mudança técnica caso os 'canarinhos' não derrotem o Portimonense; aponta à qualidade existente e à força do coletivo para ultrapassar o momento menos positivo da equipa
O PORTIMONENSE
A formação de Paulo Sérgio só venceu um dos últimos oito jogos, somando cinco derrotas e dois empates neste ciclo. Os algarvios têm menos 17 golos marcados que o adversário e mais três golos sofridos (pior, na Liga, apenas os 54 golos do Chaves), mas têm mais um empate e menos uma derrota. O central Filipe Relvas é o jogador mais utilizado e Carlinhos o melhor marcador, com apenas seis golos na prova, o que revela as dificuldades ofensivas de um plantel que tem mudado todos os anos em nome da saúde financeira e obrigando o técnico a segurar as pontas – tem sido assim há quatro anos, desde que assumiu o comando técnico.
A figura: Carlinhos
Não é apenas por ser o melhor marcador, mas por ser aquele a quem os colegas entregam a bola nos momentos de dificuldade. Médio com chegada à área, gosta de assumir o jogo e definir ele próprio quando os pontas de lança não o fazem. Leva oito golos no total, naquela que é a sua segunda época mais concretizadora da carreira (melhor só os 10 golos no FC Aarau, da Suíça, em 2015/2016).
O onze provável: Nakamura; Guga, Alemão, Pedrão, Filipe Relvas; Denner, Lucas Ventura; Jasper, Carlinhos, Hélio Varela; Hildeberto
O que disse Paulo Sérgio, treinador do Portimonense: «Temos que estar positivos e fortes, porque ainda estão 27 pontos em disputa e nós temos que brigar para conseguir os nossos objetivos. Essa é a mentalidade. Não há nada a fazer no que está para trás.»
Treinador do Portimonense quer erradicar os erros e estancar o ciclo negativo da sua equipa; mensagem de apoio a António Pacheco.