Na estreia de Vasco Seabra no António Coimbra da Mota para o Campeonato, os estorilistas enfrentam encarnados feridos no orgulho após nova derrota europeia, mas apostados em arrancar a sétima vitória doméstica seguida. Canarinhos só por uma vez venceram as águias como visitadas no escalão maior... em 1946!
Estoril e Benfica defrontam-se este sábado em jogo da 8.ª jornada da Liga.
Decorridas sete jornadas, as duas equipas encontram-se em pólos opostos da tabela classificativa.
A equipa da Linha deu mergulho abaixo da linha de água: é 17.ª classificada, com apenas quatro pontos. Apenas venceu (2-0) o Rio Ave, logo à segunda jornada, nas últimas cinco jornadas perdeu quatro e a exceção foi o empate (2-2) na receção ao Vizela, na 6.ª jornada, que até acabou por ditar a saída de Álvaro Pacheco do comando técnico dos canarinhos.
Vasco Seabra foi o senhor que se seguiu e depois do amargo de boca em Guimarães na ronda anterior, permitindo reviravolta à equipa da casa num jogo em que esteve a vencer por 2-0, vai agora-se estrear-se para a Liga no António Coimbra da Mota, perante os seus adeptos, num duelo em que nada tem a perder diante do campeão nacional em título.
O Benfica entra para esta 8.ª jornada no segundo lugar, com 18 pontos, a apenas um do líder Sporting (só joga domingo, em Alvalade, ante Arouca). Pelo que em caso de triunfo pode dormir na liderança, à condição.
Vem de triunfo (1-0) no clássico caseiro com o FC Porto, aumentou para seis as jornadas consecutivas a vencer e este percurso doméstico triunfal, que começou a ser percorrido após a entrada com o pé esquerdo nesta Liga, com a derrota no Bessa (2-3), só tem sido assombrado pelos trambolhões na Champions.
Do lado dos encarnados são vários os condicionalismos perante as lesões de Ángel Di María e Alexander Bah, danos colaterais da derrota frente ao Inter em Milão, a segunda consecutiva na fase de grupos da Liga dos Campeões.
A polivalência de Aursnes deve levar o norueguês para o lugar de Bah e David Neres também irá manter-se no onze. Jurásek, com Aursnes à direita, será titular à esquerda.
António Silva, após castigo europeu, retoma o lugar no eixo defensivo para reeditar a dupla com Otamendi.
No Estoril, Jordan Holsgrove, expulso em Guimarães, é a grande baixa na equipa de Vasco Seabra, que pode apostar em Alex Soares no miolo, mas são muitas as variáveis e o próprio técnico está ainda em fase de conhecimento da matéria-prima que tem à disposição.
Este surge, pois, como o jogo da redenção para os jogadores encarnados, que certamente quererão passar ao Estoril a fatura da derrota na liga milionária. Mas os canarinhos não estão certamente para isso, têm mais do que fazer do que pagar faturas alheias. Mas será preciso passar da teoria à prática.
Se olharmos ao histórico, o Benfica também é favoritíssimo nesta visita ao António Coimbra da Mota. Este será o jogo 29 entre as duas equipas para o Campeonato. O Benfica venceu 21 vezes (75%), empatou seis (21,43%) e só perdeu uma (3,57%). Marcou 64 golos e sofreu perto de um terço destes: 21.
O único triunfo dos estorilistas já é peça de museu do século passado, um 6-3 em partida jogada a 1 de dezembro de... 1946. José Mota fez hat-trick (11', 71' e 88'), Lima bisou (33' e 55') e Miguel Lourenço também fez o gosto ao pé (25') - trio que chegou a representar a Seleção Nacional.
Os golos do Benfica foram da autoria de Arsénio Duarte (27'), Rogério Pipi (48') e Francisco Ferreira (77').
No cômputo geral, será o jogo 57 entre as duas equipas. O Benfica venceu 41 vezes (73,21%), empatou 11 (19,64%) e perdeu 4 (7,14%). Marcou 146 golos e sofreu 45.
Benfica
Sistema: 4x2x3x1.
Onze provável: Trubin; Aursnes, António Silva, Otamendi e Jurásek; João Neves e Kokçu; David Neres, Rafa e João Mário; Musa.
Lesionado: Alexander Bah e Di María.
Figura: João Neves. Com Roger Schmidt privado de Di María pela primeira vez, o jovem médio assume papel de protagonista no onze que o alemão irá apresentar no jogo deste sábado. Continua a ser elemento preponderante na manobra de jogo da águia e a chamada à Seleção Nacional, na estreia nos convocados de Roberto Martínez, é mais um tónico para o tavirense de 19 anos continuar a mostrar ao Mundo que os jogadores não se medem aos palmos.
A antevisão de Roger Schmidt: «Espero o que espero sempre em jogos que não sejam em nossa casa: difícil e complicado. Sinto que o Estoril joga bem melhor do que a posição que tem na classificação. Joga bom futebol e consegue marcar gols. Tem diversos futebolistas e também um treinador novo. Vai estar muito bem preparado para o jogo com o Benfica. Porém, nós também sabemos que temos muita qualidade. Será um jogo muito importante para o Benfica antes da pausa para os jogos das seleções.»
Roger Schmidt fez esta sexta-feira a antevisão ao Estoril-Benfica, da 8.ª jornada, sábado às 20.30 horas. O treinador alemão espera um jogo complicado e não fugiu aos temas da atualidade.
Roger Schmidt fez esta sexta-feira a antevisão ao Estoril-Benfica, da 8.ª jornada, sábado às 20.30 horas.
Estoril
Sistema: 3x4x3
Onze provável: Marcelo Carnê; Volnei Feltes, Pedro Álvaro e Bernardo Vital; Rodrigo Gomes, Alex Soares, Mateus Fernandes e Tiago Araújo; Rafik Guitane, Cassiano e Heriberto Tavares.
Lesionados: Erick Cabaco e Mangala.
Castigado: Jordan Holsgrove.
Figura: João Marques: Aos 21 anos, cedo foi apontado como um dos destaques do Estoril versão 2023/2024, de batuta na mão, a orquestrar o ataque da equipa da Linha na era-Álvaro Pacheco, que se revelou de curta duração. Três golos a isso ajudaram. Não entrou, porém, no primeiro onze de Vasco Seabra na Liga, na derrota (2-3) em Guimarães, sendo suplente utilizado. A ver vamos se o holofote não se irá virar para outro lado...
A antevisão de Vasco Seabra: «Espero um Benfica mais idêntico ao que tem sido o campeonato, não vou esconder isso. Apesar das características individuais dos jogadores mudarem um pouco o que são os movimentos ou os lugares onde solicitam a bola, em termos globais penso que o jogo do Benfica manter-se-á idêntico.»
O treinador do Estoril espera receber um Benfica próximo do que tem sido nos encontros a contar para a Liga, não se concentrando na última derrota dos encarnados ou nas ausências de Bah e Di María