8 abril 2024, 22:19
«João Neves e António Silva? Benfica precisa de vender mas não a correr»
Luís Mendes, admistrador da SAD e vice-presidente das águias, falou sobre o mercado
SAD esperava evolução relativamente à época passada para fazer grande encaixe financeiro; Europeu ainda pode vir a ser importante, mas expectativas de mercado começam a baixar; uma das formas de analisar Roger Schmidt
Os planos da SAD sobre um grande encaixe financeiro pela venda do passe de António Silva podem conhecer uma alteração no próximo defeso. Considerado uma das joias da coroa na época passada depois de entrar no onze para não mais sair, o central de 20 anos não teve a devida evolução na temporada ainda em curso e isso tem impacto junto dos potenciais interessados.
Fontes conhecedoras do mercado contactadas por A BOLA apontam esse handicap como algo prejudicial para aqueles que mais prometem, como é o caso do defesa encarnado, ou seja, sobre quem recai a maior parte dos olhos, nomeadamente de clubes capazes de avançar com ofertas do valor das respetivas cláusulas de rescisão, ou próximas disso.
Se em maio de 2023 corriam nos corredores da Luz muitos rumores sobre potenciais ofertas de alto valor para a aquisição do internacional português, as expectativas baixaram consideravelmente passado um ano por um futebolista que tem uma cláusula de rescisão de €100 milhões e contrato até 2027.
O mercado, porém, tem muitas variáveis e nem sempre é linear, pelo que ainda é prematuro avançar com certezas, além de que há um Euro-2024 a caminho e António Silva deverá ser um dos 23 convocados por Roberto Martínez. Mas na SAD benfiquista começam a surgir dúvidas sobre a melhor resposta a dar sobre movimentações que possam ocorrer no próximo trimestre: vender por menos do que estava inicialmente pensado ou esperar que esta estagnação seja passageira, obrigando à continuidade de um processo de lapidação de um diamante ainda em bruto.
Dito isto desta forma pode parecer que António Silva perdeu estatuto na equipa. Não foi esse o caso, porque pela segunda época consecutiva manteve-se dono de um dos dois lugares do eixo central, em dupla com Otamendi — é o quarto jogador mais utilizado do plantel, com 4208 minutos em 48 jogos, apenas atrás de Aursnes, Otamendi e Rafa. Mas teve várias oscilações durante a temporada, inclusive nos jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa, e, acima de tudo, não teve o crescimento que se esperava de acordo com o elevado potencial identificado, estando, aos olhos de muitos, no mesmo patamar de evolução de há um ano.
8 abril 2024, 22:19
Luís Mendes, admistrador da SAD e vice-presidente das águias, falou sobre o mercado
Este aspeto será tido em conta pela administração da SAD na hora de analisar o trabalho de Roger Schmidt na época 2023/2024: como o técnico alemão ajudou, ou não, a melhorar os jovens jogadores com quem trabalhou: de António Silva a João Neves, passando por Florentino ou Kokçu.
Para já, e no que toca a projeções do que o mercado de transferências pode trazer, há cada vez mais a convicção no clube de que o equilíbrio das contas será garantido pela venda do passe de João Neves. Apesar de o algarvio ter o mesmo valor de mercado que António Silva na plataforma Transfermarkt (45 milhões de euros), as águias esperam realizar um encaixe muito superior a este montante. Porque quanto ao médio de 19 anos os decisores dos tubarões europeus não têm grandes dúvidas: é para agarrar já.
Ao contrário do que aconteceu na época passada, o desempenho do Benfica na presente edição da Liga dos Campeões não fez valorizar os seus principais ativos. No caso de António Silva, a prova não lhe correu bem, uma vez que foi expulso logo no primeiro jogo (receção ao RB Salzburgo, 0-2) e, novamente na Luz, viu a mesma cartolina no 3-3 frente ao Inter, sendo até agora o único jogador a ter visto dois cartões vermelhos na Champions 23/24. Na Liga Europa também não foi feliz, ficando na memória o erro em casa frente ao Marselha que permitiu o golo de Aubameyang.