Eleições, almofada e o que ainda falta: tudo o que disse Amorim
Rúben Amorim reconhecer que apesar do resultado, 3-0, não foi um jogo fácil em Arouca (GrafisLab)

Eleições, almofada e o que ainda falta: tudo o que disse Amorim

NACIONAL10.03.202421:10

Treinador leonino realçou que a vitória em Arouca só é importante se não houver relaxamento no próximo jogo

- Num jogo em que o Sporting acaba por conseguir consolidar a liderança, conseguiu voltar a não sofreu golos, que comentário faz?

- Foi um jogo que sabíamos que a ia ser muito complicado, não parece agora porque foi um 3-0 e quem olha para o resultado não percebe que o jogo foi difícil. Numa primeira parte em que chegámos ao golo, tivemos sempre mais perto do golo, mas depois o Arouca tomou conta do jogo, tentámos mudar um bocadinho para não estarmos sempre a levar com bolas entrelinhas do Cristo, mas piorámos porque nem pressionámos a bola nem marcámos o jogador entrelinhas. O facto de não sofrer golos vem da grande defesa do Franco, determinante que nos ajudou muito nesta vitória. Na segunda parte estivemos sempre mais perto de aumentar a vantagem do que sofrer golos, controlámos bem a equipa do Arouca, esteve mais longe da nossa baliza, e, portanto, fizemos um jogo competente num campo difícil para toda na gente.

- Este seria teoricamente um dos terrenos mais complicados para o que falta jogar, pode ser um ponto chave a partir de agora?

- Não acho que seja importante para as contas do campeonato, agora para a nossa confiança, para a parte mental, depois de termos tido um jogo com o Rio Ave que não nos correu tão bem e que nos faltou alguma coisa e que devemos ter para ganhar títulos, hoje foi o contrário, mesmo com a história do jogo, de não jogarmos sempre da mesma maneira, não tão bem, mas fomos sempre muito competente a defender, a atacar, e diria que foi um momento importante para nos aumentar a confiança, mas sem perder noção de que todos os jogos vão ser difíceis, tudo pode acontecer, é levar as coisas com tranquilidade, mas esta vitória foi muito importante para o grupo.

- Substituiu Eduardo Quaresma ao intervalo, porquê?

- Estava claramente cansado, a demorar muito tempo quanto tinha de soltar a bola e já vamos conhecendo os jogadores para perceber quando isso é do discernimento ou do cansaço. O Inácio tinha um limite de tempo, preferimos que acabasse o jogo e não começasse.

- Foi um jogo a menos, já está construída uma almofada de conforto?  O seu grande desafio agora é manter o foco e não deixar equipa entrar em euforias?

- A última vez que fomos campeões tínhamos 10 pontos de avanço a esta jornada, empatámos com o Moreirense, e eu não me sentia com uma almofada. Agora, com um ponto imaginar que temos uma almofada é irreal e os jogadores não sentem isso, por isso é que cada jogo é uma montanha para escalar. Podem olhar para a equipa a ser competente, mas não tendo jogado bonito, mas tendo ganho. Só temos um ponto, temos de ganhar todos os jogos para manter a distância. Há uma grande concorrência dentro do plantel, todos querem jogar, e estamos longe de estar confortáveis.

- Face à adaptação que o Sporting fez ao longo do jogo e a superioridade na segunda parte por que razão não foram marcados mais golos?

- Alguma falta de definição e houve partes em que no último passe devíamos aguentar mais, mas se pensarmos no jogo e as vezes que o Viktor apareceu na cara do guarda-redes, faltou eficácia.

- Na segunda parte marcou dois golos, mas considera que as segundas partes podem ser traiçoeiras fisicamente, como prepara isso?

- Acima de tudo é com o conhecimento que se prepara, com o comportamento do adversário, as características de cada jogador, o mais lento com o mais lento, o que joga melhor de cabeça com o que joga melhor de cabeça, é pensar o jogo, eles também querem muito ganhar, temos de recuperar bem, e aí o departamento de performance tem sido incrível. E, claro, quando falta qualquer coisa a vontade ajuda muito.

- Chegou aos 200 jogos ao serviço do Sporting, com 110 golos marcados, que sentimento tem?

- Os 110 golos deviam estar aqui os jogadores todos para receberem essa nomeação porque eles é que têm esse trabalho. 200 jogos, volto a dizer, é uma marca muito importante, porque é um clube muito importante, apenas um atingiu este número de jogos [n. d. r. Joseph Szabo fez 270], e estamos muito orgulhosos, mas a pensar no que temos de fazer daqui para a frente.

- O futebol tem grande preponderância na sociedade, em dia de eleições, olhando ao contexto do País, o núcleo de portugueses do Sporting tem tempo e espaço para falar sobre as eleições?

– Quando era jogador não tinha grande atenção sobre isso, vivemos um bocadinho numa bolha. A equipa técnica e staff votou antecipadamente, fizemos o nosso dever cívico. Temos uma grande diversidade ao nível político, é muito saudável, mas, sim, votámos antecipadamente. Cada um tem as suas convicções e não se mexe na política, no futebol e na religião, por isso, é seguir isso.