«É um orgulho ser o mais jovem do século a chegar aos 100 jogos pelo Benfica»

NACIONAL30.09.202422:04

António Silva chegou aos 100 jogos pelo Benfica contra o Gil Vicente e, no programa 'Mística a Dois', destacou o significado da marca

Com apenas 20 anos, António Silva tornou-se, frente ao Gil Vicente no passado sábado, o futebolista mais jovem do século XXI a chegar aos 100 jogos pela equipa A do Benfica. Entrevistado por António Bastos Lopes no Mística a Dois, programa da BPlay, o defesa-central expressou a satisfação em ter atingido a marca e garante que o foco é continuar a construir a sua história no Benfica.

«Sabia que antes do jogo ia ser o primeiro, mas é algo que nunca pensei que seria possível concretizar. Tinha o sonho de jogar na equipa A do Benfica, mas sabia que chegar aos 100 jogos era algo muito longínquo e que teria de ter muito trabalho envolvido. Felizmente consegui e com 20 anos ser o mais jovem deste século a chegar a esse número é um motivo de orgulho», começou por dizer o número 4 das águias.

O defesa-central lembra-se da «estreia no bessa» e reconhece que «era algo que já esperava que pudesse acontecer devido às lesões no plantel». A nível individual, aponta ao jogo contra o PSG em casa, em 2022, como o que o marcou mais, mas, a nível de equipa, escolhe outro: «O jogo em que senti mais o que era o Benfica e o que é sentir o Benfica foi contra o Sporting, com o golo do João [Neves] no último minuto. Contra o SC Braga, no ano em que fomos campeões, também senti uma adrenalina que nunca tinha sentido.

Depois de uma época de estreia em que tudo lhe correu bem, António Silva admite que «precisava de sentir alguma dificuldade» porque a vida «nem sempre é um mar de rosas». O defesa-central acredita que pode «melhorar no jogo aéreo defensivo» e revela que olha «para o Nico [Otamendi] que ganha muitos duelos aéreos» como exemplo. «Depois as coisas vêm com consistência, com as vivências e vou melhorando a partir daí», acrescentou. E também não lhe falta golo: «oito golos em 100 jogos? Penso que é uma boa média, mas podiam ser mais. Na primeira época fiz muitos, fiz cinco. Penso que são bons números e ainda os posso aumentar. Aproveitar lances de bola parada é um dos meus objetivos, sem dúvida. Valoriza muito o que é um defesa-central.»

Mística benfiquista

Desafiado a partilhar o que a mística benfiquista significa para ele, António Silva foi contundente: «Mística do Benfica é um sentimento que corre dentro de nós. Toda a gente diz que é difícil de expressar, mas é algo que me foi incutido desde pequenino pelo meu pai. Ir ao estádio, sentir o estádio, ver os jogadores, tirar fotos com os jogadores, é algo que tento levar para dentro do campo. O facto de ser benfiquista dá-me uma força extra dentro de campo e saber que estou a lutar pelos adeptos, porque eu sou um deles, a minha família é do Benfica e acho que é por aí.»

António Silva e Otamendi nas alturas, no Benfica-Santa Clara (Miguel Nunes)

Importância dos adeptos

Na conversa com António Bastos Lopes, o número 4 do Benfica não esqueceu os adeptos encarnados. «São especiais. Pela exigência que metem também a nós, jogadores. Mas acho que quando se cria uma onda à nossa volta, depois é muito difícil de nos pararem porque cria-se um ambiente à nossa volta de sucesso. E catapulta-nos muito, dentro de campo, para o que queremos, que são títulos, vitórias…», começou por dizer.

«Jogar no Estádio da Luz é sempre muito especial. E também o facto de as nossas famílias – pelo menos a minha – sentirem o clube como eu, traz sempre algo de muito especial ao facto de jogarmos, quer no estádio, quer quando vamos mesmo ao Norte – que temos sempre muito apoio e sentimos sempre muito apoio. E nós jogadores sentimos que devemos sempre algo aos adeptos, e a maneira de o fazermos é dentro de campo, a jogar bem e a fazer golos», acrescentou.

Por fim, António Silva apontou as baterias para o futuro. «Nós, jogadores, queremos sempre ter um nome na história do Benfica. Aquilo que eu ambiciono é títulos e, neste momento, tenho dois e ambiciono ter mais. Mas nós, enquanto equipa, sabemos que o clube vive de títulos, os adeptos vivem de títulos e é isso que vamos tentar passar para as pessoas. Sem nos exaltarmos muito, a pensar sempre naquilo que é o próximo jogo e, passo a passo, acho que vamos conseguir conquistar coisas bonitas», concluiu.