António Silva chegou aos 100 jogos pelo Benfica contra o Gil Vicente e, no programa 'Mística a Dois', destacou o significado da marca
Com apenas 20 anos, António Silva tornou-se, frente ao Gil Vicente no passado sábado, o futebolista mais jovem do século XXI a chegar aos 100 jogos pela equipa A do Benfica. Entrevistado por António Bastos Lopes no Mística a Dois, programa da BPlay, o defesa-central expressou a satisfação em ter atingido a marca e garante que o foco é continuar a construir a sua história no Benfica.
«Sabia que antes do jogo ia ser o primeiro, mas é algo que nunca pensei que seria possível concretizar. Tinha o sonho de jogar na equipa A do Benfica, mas sabia que chegar aos 100 jogos era algo muito longínquo e que teria de ter muito trabalho envolvido. Felizmente consegui e com 20 anos ser o mais jovem deste século a chegar a esse número é um motivo de orgulho», começou por dizer o número 4 das águias.
O defesa-central lembra-se da «estreia no bessa» e reconhece que «era algo que já esperava que pudesse acontecer devido às lesões no plantel». A nível individual, aponta ao jogo contra o PSG em casa, em 2022, como o que o marcou mais, mas, a nível de equipa, escolhe outro: «O jogo em que senti mais o que era o Benfica e o que é sentir o Benfica foi contra o Sporting, com o golo do João [Neves] no último minuto. Contra o SC Braga, no ano em que fomos campeões, também senti uma adrenalina que nunca tinha sentido.
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Depois de uma época de estreia em que tudo lhe correu bem, António Silva admite que «precisava de sentir alguma dificuldade» porque a vida «nem sempre é um mar de rosas». O defesa-central acredita que pode «melhorar no jogo aéreo defensivo» e revela que olha «para o Nico [Otamendi] que ganha muitos duelos aéreos» como exemplo. «Depois as coisas vêm com consistência, com as vivências e vou melhorando a partir daí», acrescentou. E também não lhe falta golo: «oito golos em 100 jogos? Penso que é uma boa média, mas podiam ser mais. Na primeira época fiz muitos, fiz cinco. Penso que são bons números e ainda os posso aumentar. Aproveitar lances de bola parada é um dos meus objetivos, sem dúvida. Valoriza muito o que é um defesa-central.»
Mística benfiquista
Desafiado a partilhar o que a mística benfiquista significa para ele, António Silva foi contundente: «Mística do Benfica é um sentimento que corre dentro de nós. Toda a gente diz que é difícil de expressar, mas é algo que me foi incutido desde pequenino pelo meu pai. Ir ao estádio, sentir o estádio, ver os jogadores, tirar fotos com os jogadores, é algo que tento levar para dentro do campo. O facto de ser benfiquista dá-me uma força extra dentro de campo e saber que estou a lutar pelos adeptos, porque eu sou um deles, a minha família é do Benfica e acho que é por aí.»
Importância dos adeptos
Na conversa com António Bastos Lopes, o número 4 do Benfica não esqueceu os adeptos encarnados. «São especiais. Pela exigência que metem também a nós, jogadores. Mas acho que quando se cria uma onda à nossa volta, depois é muito difícil de nos pararem porque cria-se um ambiente à nossa volta de sucesso. E catapulta-nos muito, dentro de campo, para o que queremos, que são títulos, vitórias…», começou por dizer.
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«Jogar no Estádio da Luz é sempre muito especial. E também o facto de as nossas famílias – pelo menos a minha – sentirem o clube como eu, traz sempre algo de muito especial ao facto de jogarmos, quer no estádio, quer quando vamos mesmo ao Norte – que temos sempre muito apoio e sentimos sempre muito apoio. E nós jogadores sentimos que devemos sempre algo aos adeptos, e a maneira de o fazermos é dentro de campo, a jogar bem e a fazer golos», acrescentou.
Por fim, António Silva apontou as baterias para o futuro. «Nós, jogadores, queremos sempre ter um nome na história do Benfica. Aquilo que eu ambiciono é títulos e, neste momento, tenho dois e ambiciono ter mais. Mas nós, enquanto equipa, sabemos que o clube vive de títulos, os adeptos vivem de títulos e é isso que vamos tentar passar para as pessoas. Sem nos exaltarmos muito, a pensar sempre naquilo que é o próximo jogo e, passo a passo, acho que vamos conseguir conquistar coisas bonitas», concluiu.