Dreesen sucede a Kahn como CEO: presidente confirma saída litigiosa com ex-guardião

Bayern Munique Dreesen sucede a Kahn como CEO: presidente confirma saída litigiosa com ex-guardião

INTERNACIONAL28.05.202318:04

Mais do que o 11.º título consecutivo na Bundesliga (e 33.º na história do clube), conquistado sábado graças à vitória em Colónia (2-1) e ao empate do Borussia de Dortmund na receção ao Mainz (2-2), o gigante bávaro vive dias conturbados após o anúncio da saída quer de Hasan Salihamidzic do cargo de diretor desportivo, mas, mais ainda, da lenda das balizas Oliver Kahn de Chief Executive Officer (CEO) do clube, conhecida após o derradeiro jogo do campeonato… ao qual Kahn, campeão do Mundo pela Alemanha na Coreia do Sul/Japão-2002, já nem foi.

Para tentar esclarecer um episódio que deixou mossa na estabilidade do emblema, o presidente do Bayern, Herbert Hainer, enfrentou na manhã deste domingo os jornalista, em conferência de imprensa realizada no Allianz Arena, em Munique, na qual aproveitou para oficializar o até aqui (e desde 2014) vice-presidente do Conselho de Supervisão do Bayern. Jan Christian Dreesen, de 55 anos, como o novo CEO do clube, sucedendo no cargo a Oliver Kahn.

Já quanto à sucessão de Salihamidzic como diretor desportivo, Herbert Hainer não confirmou nem desmentiu que o alvo seja um de dois profissionais em funções, Markus Krosche (Eintracht Frankfurt) e/ou Max Eberl (RB Leipzig).

«A única coisa que há a dizer é que esses dois clubes vão jogar a final da Taça da Alemanha no sábado [dia 3 de junho, Estádio Olímpico de Berlim], onde o Bayern também gostaria de estar… e não está», foi o ‘nim’ de Herbert Hainer, acrescido de ‘farpa’ à gestão de Kahn e Salihamidzic no futebol do clube na época que, para os bávaros, já findou.

«Prometo uma abordagem mais holística ao futebol do clube. Estou convicto de que o que se passa dentro de campo reflete o que vai no clube no seu todo. Tudo o que está à volta também é uma equipa. Quando as pessoas adoram o seu trabalho e confiam umas nas outras, o sucesso coletivo é maior a longo prazo», afirmou, por seu turno Dreesen aos jornalistas, prometendo um perfil mais calmo, longe dos acessos de ira e indignação bruscos que deram fama a Oliver Kahn como dirigente, além de críticas e palavras consideradas não apropriadas no teor e ‘timing’, num estilo mais de ‘curto e grosso’.

Mas era da polémica do despedimento e do modo como feito à lenda do clube que todos queriam saber, depois de Salihamidzic ainda ter ido a Colónia e festejado com a equipa, enquanto Kahn já não foi e, na sua página na rede social Twitter, ter partilhado uma mensagem a revelar que foi «proibido pelo clube de ir a Colónia e festejar com a ‘malta’, na apresentação do troféu, já em Munique».

«É o pior dia da minha vida, não poder celebrar com a equipa», afirmou Oliver Kahn à Sky Sports. Um impedimento e procedimento que chocou os adeptos, tratando-se de alguém quase endeusado no clube, muito mais pelo que fez dentro das quatro linhas.

«Foram ambos [Kahn e Salihamidzic] despedidos e informados da decisão na quinta-feira [dia 25]. A decisão tornou-se emocional, não chegámos a acordo com Oliver, o fim não foi amigável. Então, tivemos uma reunião do Conselho Extraordinário, na sexta-feira [dia 26] e decidimos demitir Kahn. Por isso, sábado já não foi a Colónia. Já com Hasan [Salihamidzic] foi diferente, um exemplo de como estas coisas se dvem processar», esclareceu este domingo Hernert Hainer, olhos nos olhos dos jornalistas, para terminar de vez com a incredulidade dos adeptos de que ambos teriam sido despedidos… no relvado, após o encontro, ou ainda antes do jogo em Colónia, como se chegou a admitir.

Uma versão que Oliver Kahn constestou, num ‘tweet’. «Dizerem que me ‘passei’ quando fui informado não corresponde, de todo, à verdade. Foi uma conversa calma e factual. Só no sábado de manhã recebi a indicação de que não poderia ir ao jogo em Colónia. Uma decisão que acatei de forma calma. Claro que estou desapontado, mas feliz pela equipa, por este título, pelo treinador e fãs», escreveu Kahn.

O presidente, Herbert Hainer, contrapõe agora, uma vez confrontado com a ‘versão oficial’ posta a circular pelo Bayern, a de que a ausência do então ainda CEO (embora já demitido) no jogo em Colónia se deveria «a encontrar-se doente», com nova alegação, acrescentada na conferência de imprensa desde domingo: «Foi o que ele [Kahn] nos disse…», alegou este domingo ante os jornalistas Herbert Heiner, citado pelo The Washington Post.

Herbert Hainer tirou, ainda, o treinador, Thomas Tuchel da equação da polémica e das incógnitas. «Thomas não sabe se vai continuar? Não sei onde ele ou quem quer que seja foi buscar essa ideia, nem vejo porque não continuará a treinar o Bayern na próxima época. Tivemos uma boa conversa, e isso nem foi tema que se colocasse», revelou neste dia.

Herbert Hainer revelou também este domingo que outra lenda viva do clube e do futebol, Karl-Heinz Rummenigge, é o nome que irá propor na Assembleia Geral de acionistas do Bayern, a realizar na próxima terça-feira, dia 30, em Munique, para o Conselho de Supervisão do clube, como substituto de Oliver Kahn. Uma função que Rummenigge já desempenhou até 2002… altura em que foi substituído… por Kahn.

Depois da conferência de imprensa, durante a manhã, Herbert Hainer assistiu, já na tarde deste domingo, à goleada da equipa feminina do Bayern por 11-1 ao Turbine Potsdam, que consagrou o clube bávaro como campeão da Alemanha de futebol também no feminino, um dia após o masculino.