«Disse ao meu pai que ia trabalhar muito para ficar na história do Benfica»
André Almeida, ex-defesa e capitão do Benfica (Imagem SL Benfica)

«Disse ao meu pai que ia trabalhar muito para ficar na história do Benfica»

NACIONAL10.11.202310:46

André Almeida recorda os primeiros momentos na Luz, o entusiasmo no dérbi, a mota do Eliseu e o cruzamento transformado em grande golo

André Almeida chegou ao Benfica em 2010, teve um período de um ano de empréstimo ao União de Leiria, regressou em 2012 e só colocou ponto final na ligação aos encarnados em 2022/2023, na condição de capitão de equipa. Com a camisola vermelha, o lateral/médio fez 308 jogos e marcou 11 golos. Conquistou 5 Campeonatos, 2 Taças de Portugal, 1 Supertaça Cândido de Oliveira e 4 Taças da Liga.

Foi agora eleito pelos benfiquistas um dos 20 jogadores dos últimos 20 anos a merecer ser imortalizado no Mural dos Campeões, construído no Estádio da Luz.

O melhor momento? Quando nos tornámos tetracampeões e eu vi subir a faixa com o Tetra e a restante equipa por baixo.

«O ambiente no estádio foi sempre incrível. O momento que mais me marca, a seguir ao do Tetra, para conhecer um pouco do que é o Estádio da Luz e da força que tem, acaba por ser um jogo em que estamos a perder 0-3 com o Sporting, e o estádio não nos deixa cair. Ficamos a 7 ou 8 pontos, e os benfiquistas a gritar 'Eu amo o Benfica'. Se a Luz for sempre assim, não há quem nos segure», recordou André Almeida, numa entrevista reproduzida pelos canais de comunicação do clube.

André Almeida, ex-defesa e capitão do Benfica (Imagem SL Benfica)

Sim, era um cruzamento, mas foi um grande golo.

André recorda a primeira vez no seu novo estádio e aponta o melhor momento que ali viveu: «Lembro-me vagamente do primeiro dia, deve ter sido num dos treinos de pré-época em 2011/12. Mas, do primeiro jogo oficial, lembro-me bem. Foi contra o Santa Clara, na Taça da Liga. Ganhámos 2-0, foi o meu primeiro jogo na Luz. Foi em janeiro, não sei precisar o dia. Foi um jogo bonito, uma sensação indescritível, nunca pensei jogar por um clube desta dimensão. Esse dia foi o concretizar de um sonho. Tinha aqui a minha família e muitos amigos. Foi um jogo que, se calhar, não teve assim tanta importância, porque era a fase inicial da Taça da Liga, mas, para mim, foi um jogo importantíssimo e muito especial. O melhor momento? Qando nos tornámos tetracampeões, e eu vi subir a faixa com o Tetra e a restante equipa por baixo. Foi o momento mais impactante para mim, porque, quando assinei pelo Benfica, lembro-me de falar com o meu pai e dizer que ia trabalhar muito para pertencer à história deste clube. Foi um momento muito especial, o momento alto.»

Histórias que tem na Luz são muitas, mas recorda com especial entusiasmo a da «preparação da mota do Eliseu», nos festejos da conquista do tetra. «Se calhar, é a história mais gira que há para contar, mas, dentro do campo, há histórias muito bonitas, e essas são do conhecimento de todos. O envolvimento com os adeptos, o envolvimento das equipas pelas quais eu tive o privilégio de passar. Muitos bons momentos, e isso é o que mais fica.»

Já desafiado a recordar um momento não hesita em destacar um golo candidato ao Prémio Puskas: «[Marcado ao Portimonense a 8 de setembro de 2017] Normalmente, quando as pessoas falam comigo na rua, é o momento que mais perguntam. 'Foi de propósito, ou foi sem querer?' A realidade é que, se eu jogar na esquerda, corto para dentro para cruzar com o pé direito na direção da baliza. Foi exatamente o que eu tentei fazer, cruzar na direção da baliza para haver um desvio ou alguém não tocar na bola e ela entrar sozinha. Por felicidade, a bola saiu demasiado alta. Neste caso, no ponto certo para dar 3 pontos ao Benfica. Por isso, sim, era um cruzamento, mas foi um grande golo.»