Direção da APAF toma posse com defesa dos valores e direitos da arbitragem em destaque
Luciano Gonçalves (à esquerda) toma posse como presidente reeleito da APAF. Foto: D.R.

Direção da APAF toma posse com defesa dos valores e direitos da arbitragem em destaque

NACIONAL12.04.202422:17

Luciano Gonçalves foi reconduzido a novo mandato para o quadriénio 2024-2028; várias personalidades discursaram, apelando melhores condições e comportamentos para com a arbitragem

A Cidade do Futebol recebeu, esta noite, a tomada de posse da recentemente eleita direção da APAF, novamente presidida por Luciano Gonçalves, que se mantém em funções para um mandato no quadriénio 2024-2028.

O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, José Couceiro, foi o anfitrião da sessão e fez uso da palavra para uma plateia de mais de uma centena de convidados, obviamente composta por uma maioria de árbitros. A sessão não contou com a presença de Soares Dias, presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral, devido a ter apitado, na véspera, a partida entre o Bayer Leverkusen e o West Ham, pelos quartos de final da Liga Europa e não ter conseguido chegar ao evento em tempo útil.

Nos vários discursos destacaram-se intervenções como as do protagonista da noite, Luciano Gonçalves, momentos após arrancar mais um - o último mandato - como presidente da APAF, tendo defendido a «profissionalização da arbitragem» e também que os árbitros «não devem ser vistos como sacos de pancada dos outros». 

Mais de uma centena de convidados, na sua maioria árbitros de futebol, participaram na tomada de posse da direção da APAF para o novo mandato até 2028. Foto: D.R

Intransigente relativamente ao que deve ser a posição dos árbitros para o mundo do futebol e a sociedade em geral, Luciano Gonçalves, garantiu que "enquanto aqui estiver, irei defender e exigir para os árbitros o que eles merecem», enquanto o presidente do Conselho de Arbitragem, José Fontelas Gomes, e o presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, também antigos árbitros, apontaram os seus discursos à importância de preservar o bom-nome e segurança daqueles que representam a classe.

Fontelas Gomes assinalou que o trabalho entre APAF e Conselho de Arbitragem da FPF tem sido «de colaboração» que privilegia o estabelecimento de melhores condições e o progresso desta atividade. «Um trabalho muitas vezes com ideias e opiniões até diferentes, mas em que no final a arbitragem levou o seu melhor», garantiu, enquanto Pedro Proença assumiu que nunca esquece o setor no qual se notabilizou no futebol português.

"Tenho sempre dificuldade em não falar nesta minha dupla qualidade (ndr: presidente da Liga e árbitro de futebol). O que sou hoje como dirigente, reconheço-o no sítio onde vim (a arbitragem), aquilo que sou atualmente. Uma vez árbitro, para sempre árbitro", assinalou, seguido pela última intervenção, que pertenceu a Luís Godinho, árbitro em atividade e eleito novo Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, que não teve pejo em deixar palavras fortes, criticando a forma como os árbitros são tratados por quem segue o fenómeno desportivo.

«Independentemente de quem cá esteja ou de sermos os melhores ou os piores do Mundo a desempenhar esta função o que, não obstante, o que não pode acontecer é a seriedade, honestidade e profissionalismo do árbitro serem sistematicamente colocados em causa", assinalou o árbitro de futebol, determinado em mudar mentalidades e transmitir um ambiente mais positivo em torno do futebol e de todos aqueles que o compõem, com a terceira equipa em campo a merecer mais respeito e menos suspeição.