Direção da APAF toma posse com defesa dos valores e direitos da arbitragem em destaque
Luciano Gonçalves foi reconduzido a novo mandato para o quadriénio 2024-2028; várias personalidades discursaram, apelando melhores condições e comportamentos para com a arbitragem
A Cidade do Futebol recebeu, esta noite, a tomada de posse da recentemente eleita direção da APAF, novamente presidida por Luciano Gonçalves, que se mantém em funções para um mandato no quadriénio 2024-2028.
O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, José Couceiro, foi o anfitrião da sessão e fez uso da palavra para uma plateia de mais de uma centena de convidados, obviamente composta por uma maioria de árbitros. A sessão não contou com a presença de Soares Dias, presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral, devido a ter apitado, na véspera, a partida entre o Bayer Leverkusen e o West Ham, pelos quartos de final da Liga Europa e não ter conseguido chegar ao evento em tempo útil.
Nos vários discursos destacaram-se intervenções como as do protagonista da noite, Luciano Gonçalves, momentos após arrancar mais um - o último mandato - como presidente da APAF, tendo defendido a «profissionalização da arbitragem» e também que os árbitros «não devem ser vistos como sacos de pancada dos outros».
Intransigente relativamente ao que deve ser a posição dos árbitros para o mundo do futebol e a sociedade em geral, Luciano Gonçalves, garantiu que "enquanto aqui estiver, irei defender e exigir para os árbitros o que eles merecem», enquanto o presidente do Conselho de Arbitragem, José Fontelas Gomes, e o presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, também antigos árbitros, apontaram os seus discursos à importância de preservar o bom-nome e segurança daqueles que representam a classe.
Fontelas Gomes assinalou que o trabalho entre APAF e Conselho de Arbitragem da FPF tem sido «de colaboração» que privilegia o estabelecimento de melhores condições e o progresso desta atividade. «Um trabalho muitas vezes com ideias e opiniões até diferentes, mas em que no final a arbitragem levou o seu melhor», garantiu, enquanto Pedro Proença assumiu que nunca esquece o setor no qual se notabilizou no futebol português.
"Tenho sempre dificuldade em não falar nesta minha dupla qualidade (ndr: presidente da Liga e árbitro de futebol). O que sou hoje como dirigente, reconheço-o no sítio onde vim (a arbitragem), aquilo que sou atualmente. Uma vez árbitro, para sempre árbitro", assinalou, seguido pela última intervenção, que pertenceu a Luís Godinho, árbitro em atividade e eleito novo Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, que não teve pejo em deixar palavras fortes, criticando a forma como os árbitros são tratados por quem segue o fenómeno desportivo.
«Independentemente de quem cá esteja ou de sermos os melhores ou os piores do Mundo a desempenhar esta função o que, não obstante, o que não pode acontecer é a seriedade, honestidade e profissionalismo do árbitro serem sistematicamente colocados em causa", assinalou o árbitro de futebol, determinado em mudar mentalidades e transmitir um ambiente mais positivo em torno do futebol e de todos aqueles que o compõem, com a terceira equipa em campo a merecer mais respeito e menos suspeição.