Destaques do Benfica: Arthur, o menino de Rio Maior
Arthur Cabral (Mario Vasa Global Imagens)
Foto: IMAGO

Destaques do Benfica: Arthur, o menino de Rio Maior

NACIONAL17.03.202421:28

Brasileiro decidiu o encontro e mostrou que é, muito provavelmente, o melhor ponta de lança dos encarnados; António Silva em todo o lado

O melhor em campo: Arthur Cabral (7)

Não marcava há mais de um mês e celebrou de raiva, com o punho cerrado. Será mais um jogador pouco feliz com a presente situação no plantel benfiquista, até porque passou muito tempo no banco dos suplentes depois de uma série de quatro jogos seguidos a fazer golos. O brasileiro não é do Rio de Janeiro, mas ficará seguramente conhecido como o menino de Rio Maior, onde decidiu a partida a favor dos encarnados, saltando do banco ao minuto 59 para mostrar que será, provavelmente, o melhor ponta de lança do Benfica. Na primeira ocasião, descaído sobre a direita, disparou e capitalizou, numa segunda oportunidade não evitou intervenção de qualidade de Ricardo Batista. Schmidt 'meteu a carne toda no assador' com Cabral e Neres. 'Saiu picanha'.

Trubin (6) — Apanhou uns quantos sustos no primeiro quarto de hora, mas começou a trabalhar tarde, dado que só foi chamado a intervir ao minuto 38, quando encaixou tranquilamente bola disparada por Nuno Moreira. Mais tarde, então sim, aqueceu as mãos com disparo violento de Pablo Roberto. Segunda parte relativamente calma, só perto do final teve de fazer-se à relva para segurar bola saída da cabeça de André.

Bah (5) — Um dos melhores lances do Casa Pia saiu de um canto a favor do Benfica e o lateral-direito dinamarquês acabou por ser apanhado pela velocidade com que os adversários chegaram à área benfiquista, quando estava de prevenção no seu meio campo. Do ponto de vista ofensivo, apareceu ao minuto 32. Isoladíssimo do lado direito e já na área casapiana, acabou por não definir bem e a encomenda não chegou ao seu destino. Não esteve particularmente inspirado ofensivamente, manteve-se sobretudo concentrado na missão defensiva.

António Silva (7) — Esteve envolvido em lance complexo na área do Casa Pia, quando ficou agarrado à cabeça, queixando-se de ter sido atingido na cabeça pelo guarda-redes Ricardo Batista. Defensivamente, só foi visto em dificuldades perto do final, quando André ganhou margem para atirar de cabeça à entrada da área do Benfica, e o seu jogo sobressaiu, curiosamente, do ponto de vista ofensivo. Estava com vontade de marcar e ameaçou, uma, duas, três vezes. Atirou para as mãos de Ricardo Batista, atirou por cima e atirou ao lado. Deveria ter desviado para a baliza aos 60’, mas errou, ficou a lamentar-se, sabia que a bola de Aursnes era perfeita. Foi visto em belas ações, ora com passe ambicioso a isolar Bah no lado direito, ora intercetando bola no meio campo do Casa Pia e avançando para desmarcar Di María na esquerda. Uma entrada impetuosa custou-lhe o amarelo e vai custar um jogo de castigo.

Otamendi (6) — Foi apanhado um pouco desprevenido pela entrada ambiciosa do Casa Pia, mas quando aqueceu não mais os adversários tiveram a mesma margem de manobra no seu raio de ação. Gosta de atacar as bolas paradas ofensivas, mas só foi visto a desviar mal um pontapé de canto de Di María, aos 42’.

Aursnes (6) — Cruzamento perfeito para António Silva ao minuto 60, primeira ação verdadeiramente notável na partida. Cumpriu do ponto de vista defensivo, ajudou q.b. ofensivamente, e ao minuto 65 teve muita sorte, pois distraiu-se e agarrou a bola com as duas mãos, quando a julgava fora de campo. Estava com pressa. Não foi uma situação assim tão clara.

Florentino (5) — Sobressaiu em Glasgow, quando o Benfica estava encostado às cordas, pareceu de menos em Rio Maior, quando o Benfica dominava e precisava de criar. Fez o habitual, corte, passe curto, marcação. Má entrega ao minuto 35, sem consequências.

João Neves (6) — Fez um golo, invalidado por fora de jogo. O resto foi trabalho, muito, a correr atrás dos adversários e a criar condições para os seus companheiros da frente.

Di María (6) — Atirou de longe ao minuto 27, na direção de Ricardo Batista, mas na primeira parte apareceu sobretudo nas bolas paradas. Subiu de rendimento na segunda parte, isolou Rafa ao minuto 54 — poderia ter sido o regresso da dupla de Glasgow —, e andou perto do golo, com duas tentativas. A segunda passou pertinho da trave de Ricardo Batista.

Rafa (6) — Foi sem tocar na bola que brilhou na primeira parte, com simulação de corpo, perfeita, bonita, que enganou a marcação e permitiu a Bah escapar para a área. Ao minuto 54, bem servido por Di María, fugiu pela esquerda e desviou perante Ricardo Batista. Evitou a mancha, mas errou a baliza. Aos 79’, nota ainda para passe simples que permitiu a Cabral escapar pela direita e visar a baliza.

João Mário (6) — Era apenas um médio responsável, com sentido de posse e condução de bola, até ao momento em que combinou com Neres e Arthur Cabral no lance que deciciu o encontro. A assistência pertence-lhe.

Marcos Leonardo (4) — Ao minuto 21, desmarcação e disparo da direita, em direção às mãos de Ricardo Batista. E foi praticamente tudo o que se viu do brasileiro, que saiu aos 59’.

Neres (6) — Entrou aos 59’ e rapidamente entrou em ação, com cruzamento para a área casapiana. Aos 71', atirou de longe, ao lado, mas estava confiante e ativo e integrou-se positivamente no lance decisivo da partida, com Cabral e João Mário.

Tomás Araújo (-) — Entrou aos 89’, para ajudar a manter a vantagem segura.