«Desejo que o Benfica passe um mau bocado»
Jean-Pierre Papin (IMAGO / PanoramiC)

«Desejo que o Benfica passe um mau bocado»

NACIONAL18.04.202409:15

Jean-Pierre Papin está de volta ao Marselha e avisa as águias para o duelo desta quinta-feira, em França, da 2.ª mão dos quartos de final da Liga Europa;

Agora com 60 anos e a desempenhar várias funções no Marselha, clube do coração e que representou entre 1986 e 1992 — jogou também Milan, Bayern Munique, Bordéus, para referir apenas os clubes maiores —, Papin não quis comentar em específico a equipa do Benfica e os seus jogadores, mas aceitou falar com A BOLA sobre o duelo da noite desta quinta-feira, da 2.ª mão dos quartos de final da Liga Europa.

O antigo ponta de lança fez uma carreira notável como jogador — 364 golos em 725 jogos, 30 golos em 54 jogos pela seleção da França, uma Taça dos Campeões conquistada pelo Milan em 1993/94, uma Taça Uefa conquistada pelo Bayern Munique em 1995/96... — e por isso conhece muito bem estes ambientes e sobretudo no palco do Velódrome.

Vai ser muito difícil para o Benfica. Este golo marcado por Aubameyang na primeira mão [2-1 para o Benfica no jogo da Luz, há uma semana] mantém-nos vivos.

«Espero que o Benfica passe um mau momento [risos]. É um jogo muito complicado para ambas as equipas. Mas tentar obter um resultado em Marselha, no Orange Vélodrome, diante de 65 mil pessoas... Vai ser muito difícil para o Benfica. Este golo marcado por Aubameyang na primeira mão [2-1 para o Benfica no jogo da Luz, há uma semana] mantém-nos vivos, um jogo da Liga Europa é disputado com raiva, com coração», antecipa Papin, reforçando o poder que acredita que o estádio do Marselha terá para empurrar a equipa para dar a volta à eliminatória, eliminar o Benfica e seguir para as meias-finais: «A questão nem se coloca, obviamente os adeptos vão pressionar a equipa da melhor forma possível! Estou até convencido de que será o melhor ambiente da temporada porque queremos e devemos qualificar-nos para estas meias-finais. Uma partida dos quartos-de-final da Liga Europa, em Marselha, perante esta multidão incrível, é sempre excepcional.»

Papin vive agora o seu clube de perto e está envolvido na estrutura do futebol da equipa francesa.

«Ocupo duas funções no Olympique de Marseilha, em primeiro lugar sou embaixador do clube, é uma posição que me convém perfeitamente e que me permite representar o OM da melhor forma possível. Em segundo lugar, sou também o treinador da equipa B, o que me permite estabelecer a ligação com estes jovens atletas olímpicos, transmitir-lhes a cultura do OM, a minha experiência e ajudar estes jovens jogadores a progredir», conta-nos.

A terminar, um olhar para o jogo da segunda mão das meia-final, da Taça dos Campeões Europeus de 1989/90 — o Benfica ganhou na Luz por 1-0 com um golo do ponta de lança Vata marcado com a mão, depois do 2-1 para os franceses em Marselha, jogo em que Papin apontou um dos golos.

Fomos batidos por um lance com a mão, mesmo que o nosso amigo Vata não queira admitir.

«Fizemos dois grandes jogos, apesar de termos sido menos bons em Lisboa, foram dois jogos de grande qualidade e ficámos muito frustrados com o resultado. Fomos batidos por um lance com a mão, mesmo que o nosso amigo Vata não queira admitir. Pra mim ele meteu a mão e a TV também disse que ele meteu a mão, cabe-lhe admitir que meteu a mão [risos]. Na altura não existia VAR, o bandeirinha não podia intervir... mas não há arrependimentos excepto não ter podido defrontar o Milan em 1990 [na final, perdida pelo Benfica por 0-1].