Depois do Baldé... de água fria, o apoio de um antigo colega: «Grande profissional e excelente ser humano»
Guarda-redes dos durienses elogiado por Diogo Ribeiro, seu antigo colega no Vizela. (Foto: Penafiel)

Depois do Baldé... de água fria, o apoio de um antigo colega: «Grande profissional e excelente ser humano»

NACIONAL11.08.202414:40

Diogo Ribeiro, que foi seu colega de equipa no Vizela, na época em que Manuel Baldé subiu a sénior, salienta que esta foi apenas uma manhã infeliz do guarda-redes do Penafiel; os méritos de quem tanto trabalha e a crença de que vai chegar longe, projeta o ponta de lança; Hélder Cristóvão, treinador dos penafidelenses, já garantiu a titularidade do 'keeper' na próxima jornada

O jogo que marcou a estreia do Penafiel na Liga 2 da época 2024/2025 não vai deixar saudades a Manuel Baldé.

O jovem guarda-redes, de apenas 21 anos, teve uma manhã para esquecer, uma vez que ficou diretamente ligado aos três golos da Oliveirense, e, por essa razão, Hélder Cristóvão, técnico dos durienses, fez algo que não é (nada) habitual: substituiu o guarda-redes logo aos... 12 minutos.

A situação inusitada levou mesmo a que, altura da sua saída do terreno de jogo, Hélder Cristóvão e o próprio árbitro da partida, Tiago Martins (AF Lisboa), se dirigissem ao luso-guineense para lhe darem o devido conforto num momento particularmente difícil.

Costuma dizer-se na gíria futebolística que só não erra quem não está lá dentro, pelo que A BOLA quis saber um pouco mais sobre o percurso de Manuel Baldé para tentar perceber de que forma poderá reagir a este episódio.

Natural de Albufeira, Manuel Baldé, nascido a 14 de novembro de 2002, começou a dar os primeiros pontapés na bola (e a fazer as primeiras defesas, acrescente-se...) no Imortal. O seu potencial caiu no radar do Benfica e o guarda-redes rumou aos encarnados na época 2014/2015. O período formativo foi, depois, concluído nos juniores do Aves e do Vizela, tendo sido ao serviço do emblema minhoto que se estreou enquanto sénior. Corria a época 2020/2021 quando Álvaro Pacheco, então treinador dos vizelenses, deu a oportunidade a Manuel Baldé de somar os primeiros minutos ao mais alto nível, lançando-o na parte final de um desafio referente à Taça de Portugal, diante do Câmara de Lobos. Estávamos a 11 de outubro de 2020 e o keeper cumpriu os últimos cinco minutos desse desafio, da 2.ª eliminatória da prova rainha, que os minhotos venceram por 2-0 - Manuel Baldé substituiu Pedro Silva, hoje guarda-redes do Alverca e que na temporada passada também foi seu companheiro de equipa no... Penafiel.

Voltando ao presente, as próximas horas deverão ser complicadas de gerir emocionalmente para Manuel Baldé. Mas é pela voz de um antigo colega, Diogo Ribeiro, que surge o primeiro apoio público.

«Estive a ver o jogo e, infelizmente, não foi uma partida feliz para o Baldé. Mas o que lhe aconteceu hoje pode acontecer a qualquer jogador. A grande questão é que os guarda-redes e os pontas de lança são elementos que, por via de ocuparem posições de decisão, são muito mais escrutinados. Os erros têm maior amplitude. Eu sou ponta de lança e sei perfeitamente disso. Quando falho um golo também sou julgado. Mas o Baldé tem todas as condições para reagir a esta adversidade e continuar o seu trajeto», conta o agora jogador do Beira-Mar.

E para que tenha esta convicção sobre o antigo colega de equipa, Diogo Ribeiro, que viu Manuel Baldé crescer no Vizela, recorda os momentos em que o jovem guarda-redes apareceu na elite minhota, numa época marcada pelo sucesso, uma vez que o clube logrou a promoção à elite nacional: «Sempre vi nele muito potencial. No início, quando subiu aos seniores, eu não o conhecia muito bem, mas com o passar do tempo vi logo que estava a ter um enorme crescimento nos treinos. Era clara a perceção de que iria chegar alto. Além disso, do que demonstrava dentro do campo, o Baldé era também um colega na verdadeira aceção da palavra. É grande profissional e excelente ser humano.»

Diogo Ribeiro e Manuel Baldé nos tempos do Vizela. (Foto: D. R.)

E é olhando (ainda mais) à vertente pessoal que Diogo Ribeiro incide a sua opinião sobre Manuel Baldé. Porque, apesar de não ter jogado na campanha vizelense na Liga 2, que redundou na subida à Liga, o luso-guineense foi sempre um elemento importante no balneário.

«O mister Álvaro Pacheco valoriza muito o ser humano. O perfil de cada elemento do grupo. E o Manuel Baldé foi sempre um jogador de plantel, de balneário. Encarnava na perfeição aquele espírito de que os jogadores que não são tão utilizados quanto outros podem ser tão ou mais importantes no dia a dia dos clubes. E ele era, claramente, um desses casos. Mesmo jogando pouco, trabalhava sempre nos limites e era um excelente colega de equipa», recorda.

A finalizar, o ponta de lança dos aveirenses aponta o caminho ao guarda-redes dos durienses: «Não me espanta minimamente que continue ao mais alto nível, neste caso num clube de Liga 2. E para fazer parte do plantel de uma equipa como o Penafiel é porque tem de ter muita qualidade. Tenho a certeza que o jogo de hoje, com a Oliveirense, foi apenas um dia mau na carreira do Baldé, como todos temos, de resto. Assim como não tenho dúvidas em afirmar que esta adversidade só vai potenciar ainda mais o seu crescimento e que ainda vamos ouvir falar muito do Manuel Baldé.»

E Manuel Baldé vai poder continuar a demonstrar toda a sua qualidade... já na próxima jornada. No final do triunfo épico sobre a Oliveirense - os durienses venceram por 4-3 depois de terem estado a perder por 0-3 -, Hélder Cristóvão, treinador do emblema penafidelense, garantiu que o guarda-redes será titular no encontro da próxima jornada, que será diante do... Vizela. Curiosidades...