Culpas próprias e «lances capitais»: tudo o que disse Rui Duarte

Culpas próprias e «lances capitais»: tudo o que disse Rui Duarte

NACIONAL27.04.202421:18

Técnico reconhece culpas próprias dos bracarenses nos golos sofridos e a qualidade das águias; fala em lances que considera determinantes, em especial um vermelho por mostrar após lance em que considera ter existido agressão a Zalazar

Que análise faz ao jogo? O que faltou no segundo tempo?

Acho que na primeira parte o Benfica entrou bem, nós equilibrámos logo o jogo, conseguimos potenciar o que somos bons a fazer, ter bola e desposicionar o adversário. O jogo foi aberto na primeira parte, com parada e resposta. Chegámos ao golo com uma jogada bem desenhada e uma boa finalização, e tivemos também o Álvaro isolado para o segundo golo. Há também um lance capital e basta ver as imagens: há uma agressão claríssima sobre o Zalazar e nós poderíamos estar aqui a vencer e a jogar com mais um.

Na segunda parte o jogo estava controlado, é culpa nossa o primeiro golo, o Borja não devia ter feito falta ali, o Benfica tem bons executantes e é forte nesse momento do jogo. O Benfica teve mais bola, com mais capacidade para chegar ao golo que nós, que já não estávamos a ser tão pressionantes como na primeira parte, e o Vítor Carvalho deu um pouco mais de músculo.

Há outro lance capital, em que estávamos cinco para dois, completamente isolados, para fazer o 2-1 e sabíamos que podia acontecer, e no lance a seguir o adversário tem uma bola que dá o 2-1. O 3-1 já é muito em desespero e a expulsão do Victor Gómez também condicionou. Ficou um sabor amargo por não levarmos daqui nada.

No lançamento do jogo, afirmou que não se notaria a contestação dos adeptos. Sentiu que o Benfica estava apático e tudo corria de feição ao SC Braga no momento em que os adeptos do Benfica interromperam a partida?

Eu estava focado nos comportamentos da minha equipa. Obviamente que me apercebo das coisas, mas estava muito focado nos meus jogadores, estou mais concentrado é no retângulo de jogo. Temos de jogar com a capacidade de sermos bons, e somo-lo - o Braga tem excelentes jogadores, de seleção, de topo e ficou aqui demonstrado que temos uma boa equipa e somos organizados.

Que impacto tem esta derrota? Mantém o objetivo de chegar ao terceiro lugar?

Sim, é uma derrota que no lançamento e durante a semana passámos esse compromisso de que se queremos lutar pelo terceiro lugar, tínhamos de cá vir fazê-lo e acho que isso ficou demonstrado. Não vamos desistir nem atirar a toada ao chão, faltam três finais e os adversários também têm jogos difíceis e temos de focar-nos no próximo passo, que é o Casa Pia, que também é uma equipa boa e organizada.

Que importância teria para o SC Braga terminar em terceiro lugar?

Tem uma importância grande, porque queremos sempre mais. O terceiro é o lugar que é possível neste momento, mas partimos em cada jogo para disputar os três pontos e tentar ganhar. Reforço que isso ficou demonstrado aqui e se conseguirmos as vitórias que procuramos nestes três jogos, é possível lá chegar.

O lance que envolveu Zalazar teve influência no resultado? O que quis fazer com a inclusão de Cher Ndour?

O impacto emocional na equipa provoca uma revolta, principalmente no jogador que á agredido. Não me quero desculpar muito com isso mas influencia, porque são incidências do jogo e é claro. Há que ser honesto e falar nas coisas que são claríssimas, como esta são. Não tem envolvência
no comportamento da equipa, mas tem influência no resultado final.

O Cher tem trabalhado muito bem e entendemos que perante a pressão do Benfica, a sua capacidade de decisão dele seria importante. É possante, mas tem qualidade técnica e gosta muito de sair a jogar. Destrói, mas corre muito, e ajuda muito a equipa, e a seguir com bola é um jogador que não tem medo de ter a bola, acho que correu bem e é fruto do seu trabalho durante a semana.

O Álvaro Djaló foi um dos elementos mais perigosos na primeira parte. A sua saída pode ter afetado a equipa no restante tempo de jogo?

O Álvaro Djaló só saiu porque estava esgotado, senão não saía, estava a fazer um excelente jogo. Tentámos o Rony pelo Álvaro, que estava esgotado, já não estava a conseguir defender como tínhamos planeado. Conseguiu com bola desequilibrar o adversário e quando ele pede para sair, sabíamos que ia entrar um jogador diferente para aquele lugar, o Aursnes também estava a jogar e com o Carreras foi diferente, o Rony podia tirar mais partido disso e criar dificuldades. O Álvaro, enquanto aguentou, fez um bom jogo e reforço que estava com febre, o que realça o seu esforço.