Destaques do SC Braga: Moutinho, guerreiro sem medo que nunca precisou de armadura
Médio foi o comandante de uma equipa que só durou 45 minutos; Matheus manteve sempre a esperança num final feliz; Equívocos defensivos na segunda parte foram fatais...
Melhor do SC Braga: João Moutinho (7)
Disciplinado. Como sempre. O que, por si só, parece redutor para aquilo que consegue fazer em campo com impressionantes 37 anos. Não terá o fulgor e o ritmo de outrora, é certo, mas as qualidades, na dinâmica, capacidade recuperação e fazer pressão ao adversário, obrigar ao erro, mobilidade… tudo isso está lá. Em alguns momentos até mais refinado, quase sempre a um dois toques, a pensar mais rápido do que outros, como aquele momento em que isolou Álvaro Djaló (39’) na cara de Trubin. Um guerreiro no verdadeiro sentido da palavra, metódico nos processos, feroz na execução, com uma bravura que não necessita de armadura para ir a combate.
Matheus (7)
Atento. Um dos jogadores mais experimentados ao ambiente da Luz. Uma experiência que se revelou determinante na entrada da águias. Com saídas arrojadas, aos pés de Rafa (5’) e Aursnes (9’), com agilidade a voar para tirar golos a Di Maria (16’, 66’ e 90+4’) e numa defesa por instinto a Carreras (62’). Foi mantendo a equipa sempre no jogo. Esteve perto de ser uma das figuras…
Víctor Gómez (4)
Expulso. Num lance em que revelou imprudência com Di Maria já nos instantes finais. Depois de uma primeira parte positiva – decisivo num corte a Arthur Cabral aos 67’ – o espanhol foi perdendo fulgor com erros de marcação e posicionamento que foram bem aproveitados pelos encarnados na fase final do jogo.
Paulo Oliveira (5)
Discreto. Numa primeira parte sem reparos, com uma excelente leitura dos movimentos de Arthur Cabral e Neres, acabou por ser fundamental sem se… dar muito por ele. Com processos fáceis, sem complicar, forte nos duelos aéreos. Na segunda parte, por sua vez, com uma equipa encostada às cordas, encolhida e com menos espaço para decidir bem, acabou por ser levado na onda com alguns equívocos, a mostrar falta de comunicação com Niakaté, o parceiro do eixo.
Niakaté (4)
Impetuoso. Em demasia. Um central pronto para ir a… todas. O que nem sempre é benéfico porque muitas vezes perde o posicionamento e toda a equipa acaba por se desequilibrar. Na etapa inicial tudo lhe correu bem. Corte decisivo a Rafa (14’), muito forte e possante nos duelos, corajoso na forma como ia travando o talento de jogadores como Di Maria ou Neres. Na parte final, talvez pelo cansaço, acabou por cometer deslizes, em demasia, como o lance do terceiro golo em que tentou dominar antes do golo de Marcos Leonardo.
Borja (5)
Disponível. A respirar confiança com Di Maria pela frente, sem receio de ir para cima do argentino, conseguiu criar desequilíbrios nos primeiros 45’, com critério nas saídas, sem perder de vista a consistência defensiva no corredor. Faltou-lhe, claro está (como toda a equipa…) maior regularidade, pois caiu muito na segunda parte, como, de resto, ficou evidente no lance do golo de Neres com o brasileiro a conseguiu fugir nas suas costas para marcar de cabeça…
Cher Ndour (4)
Assobiado. Os adeptos não perdoaram a saída da Luz e foi sempre um dos visados. Com apenas 19 anos essa animosidade foi sentida pelo médio que poucas vezes conseguiu agarrar o jogo. Pouca condução, nervosismo nos duelos (perdeu um com Arthur Cabral, aos 10’, que acabou com a bola na trave) e azarado… pois no lance do primeiro golo de Marcos Leonardo, após o remate de João Mário, a bola acabou por lhe embater no rosto sobrando para o brasileiro marcar. Não terá sido, por certo, o regresso que desejava à Luz.
Zalazar (6)
Marcado. No rosto, após um duelo (demasiado) aceso, com Otamendi. Muito dinâmico, a aparecer em espaços ‘mortos’, conseguiu criar desequilíbrios, com ações a tentar servir os alas bracarenses. Saiu com a equipa em vantagem e com a missão cumprida de um jogo competente.
Álvaro Djaló (6)
Magistral. Aquele toque de génio a tirar Otamendi do caminho, antes de atirar aquele cruzamento perfeito para o golo de Ricardo Horta. Muito ativo, sempre a querer assumir protagonismo, ambicioso e destemido, colocou à prova Trubin (39’) com enorme defesa do ucraniano, com uma rotação elevada, causando problemas ao setor mais recuado dos encarnados.
Banza (5)
Esforçado. Muito vigiado, sem espaço para fazer a diferença, o congolês nunca virou a cara à luta e entregou-se de corpo e alma, esperando um deslize adversário para o ferir. Esteve perto, aos 39’, com defesa apertada de Trubin, lance acrobático (43’) que o ucraniano agarrou e um golpe de cabeça (45’+3) sem perigo. Na etapa final foi uma sombra. Dele próprio…
Ricardo Horta (6)
Contido. É daqueles jogadores que se espera sempre mais. Voltou à sua melhor versão, mais ligado ao jogo, capaz de ditar muitas vezes o ritmo do jogo, letal nas raras ocasiões que consegue criar. Marcou um golo, quase não festejou (por respeito a um clube onde se formou) quando antes já tinha testado Trubin num remate cruzado de belo efeito.
SUPLENTES
Vítor Carvalho (4)
Indeciso. Entrou para dar maior consistência ao miolo bracarense, mas foi precisamente nesse período que a equipa caiu em termos de organização defensiva. Muito ansioso, más decisões, acabou por não ser arma decisiva.
Ronny Lopes (4)
Receoso. Pouco rasgo, numa altura em que não havia muito espaço para fazer a diferença no último terço. Entrou para o lugar de Álvaro Djaló, mas o espanhol deixou uma marca muito maior neste jogo.
Bruma (5)
Audaz. Por vezes até em demasia… como ficou evidente no lance que que arriscou o remate (84’, o primeiro do SC Braga na segunda parte!) quando tinha melhores opções na decisão. Ainda voltou a arriscar aos 90+1’ mas saiu por cima…