Chaves: SAD assume «responsabilidades» pela descida e promete regresso «num futuro muito próximo»
Balanço da época feito através de comunicado; os contratempos do início da época, a saída de Vítor Campelos, o mau arranque de campeonato e os erros de arbitragem; mesmo numa fase negativa, dirigentes dos flavienses recordam o que de bem foi feito e garantem trabalho árduo para recolocarem o clube na elite
Foi já na manhã deste domingo, poucas horas depois do último jogo do campeonato - o Chaves foi derrotado pelo Sporting (0-3), ontem, ao final da tarde, em Alvalade -, que a SAD do emblema transmontano se pronunciou sobre a época que agora finda.
Em comunicado, a administração da SAD dos flavienses assumiu as «responsabilidades» pela descida do clube à Liga 2, mas também garante que tudo fará para recolocar o Chaves no mais alto patamar do futebol português «num futuro muito próximo».
Na referida missiva, são referidos vários fatores para a não concretização dos objetivos, sendo aflorados temas como a saída inesperada de Vítor Campelos, algo que, pode ler-se, atrasou a preparação da época, bem como «erros de arbitragem» que, segundo os responsáveis do clube, também estiveram na génese de alguns resultados negativos.
A cúpula diretiva liderada por Francisco Carvalho fez ainda questão de realçar o investimento feito no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira e no complexo desportivo do clube, bem como o trabalho feito nos últimos anos e que originou a presença do Chaves nos grandes palcos do futebol português durante várias temporadas. A nota termina com um pedido de intensificação do apoio a todos quantos têm estado diretamente ligados à vida do Chaves.
Leia o comunicado na íntegra:
«Caiu o pano sobre a temporada 2023/2024.O GD Chaves desceu de divisão e, sem rodeios, assumimos as responsabilidades. Não conseguimos alcançar os objetivos que pretendíamos. Tínhamos como meta continuar no mais alto patamar do futebol português e, dessa forma, cimentar a nossa posição na elite nacional. Onde entendemos ser o nosso lugar e onde voltaremos, estamos certos, num futuro muito próximo. É para isso que iremos trabalhar ainda com mais afinco e dedicação. Temos o dever de olhar para dentro e perceber o que não fizemos bem. Só tendo noção real dos nossos erros é que estaremos capacitados para os não repetir. Mas se o primeiro passo para o sucesso é termos a honestidade intelectual de constatar de que houve coisas que não foram bem feitas, também não é menos importante ressalvar que outros fatores contribuíram para este desiderato. Em alguns jogos importantes deparámo-nos com erros de arbitragem e alguma manifesta falta de sorte. Estes dados não justificam tudo, mas tiveram o seu peso. Antes do início do campeonato, recorde-se, também tivemos alguns contratempos. Perdemos três semanas de planeamento de época. Tínhamos tudo acertado para a continuidade do mister Vítor Campelos, mas, já com contratos fechados, preferiu não continuar no clube, uma saída totalmente inesperada e que nos obrigou a ir ao mercado contratar um novo treinador. E só depois disso é que pudemos avançar para a contratação de novos jogadores. Com tudo o que daí advém. O arranque de campeonato foi extremamente negativo, com cinco derrotas nas primeiras cinco jornadas, mas mesmo depois desse cenário nunca deixámos de trabalhar nos nossos limites para conseguirmos alcançar o nosso objetivo. Algo que, infelizmente, não foi possível. Reforçamos que assumimos totais responsabilidades por esta descida de divisão, mas não deixamos também de dar garantia de que tudo iremos fazer para recolocar o Chaves no escalão maior. Mesmo com as nossas limitações orçamentais, já o conseguimos por duas vezes. E como se diz na gíria, não há duas sem três. E porque estamos numa altura de balanço, também recordamos que esta SAD investiu quase 7 milhões de euros em melhorias no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, nomeadamente na bancada nova e na construção do complexo desportivo adjacente. Esta mais-valia, sublinhe-se, permite à equipa principal e também às nossas camadas jovens estarem dotadas de mais ferramentas para representarem o GD Chaves. Pedimos, humildemente, a todos os que gostam do Chaves para que continuem a apoiar o clube. É nos momentos negativos que precisamos ainda mais da união dos transmontanos. Depois de avançarmos para a constituição da SAD, em 2013, regressámos à primeira Liga, três anos depois, algo que já não acontecia há 17 anos. E nas últimas oito épocas, cinco foram no principal escalão. O nosso trabalho está à vista de todos. Repudiando as críticas destrutivas, estamos atentos e agradecemos as construtivas. Pois também essas nos ajudam a melhorar. É esta a ambição que nos move e é ao mais alto patamar que queremos voltar. Trabalharemos para isso e contamos com a ajuda de todos aqueles que estiveram sempre connosco e com os que se queiram juntar a nós! Porque o Chaves é de primeira!»