Chaves: o (mais que) provável adeus de um goleador que deixou a sua marca
Héctor Hernández está em final de contrato e não deve acompanhar os flavienses na descida à Liga 2; cobiça nacional e internacional; dobrou a marca de golos da primeira época
As duas últimas temporadas do Chaves tiveram um forte sotaque... espanhol. Héctor Hernández revelou-se uma cartada certeira dos flavienses, pese embora, como é sabido, esta época não tenha conseguido evitar a queda do clube na Liga 2.
O ponta de lança chegou a Trás-os-Montes em 2022/2023, proveniente do Rayo Majadahonda (Espanha) e para a grande maioria dos adeptos do Chaves tratava-se de um mero desconhecido. Afinal, era a primeira experiência de Héctor em solo lusitano e o conhecimento sobre as suas potencialidades era (ainda) diminuto.
Mas foi tudo uma questão de... tempo. E pouco. Os golos começaram a surgir e à 9.ª jornada da época passada o espanhol já tinha faturado em quatro ocasiões. As dúvidas começavam a dissipar-se e a plateia transmontana passava a ficar rendida ao reforço.
Os números foram crescendo e Héctor Hernández fechou a época com sete golos (e uma assistência) em 24 jogos. O Chaves terminou a Liga num altamente meritório 7.º lugar e o ponta de lança espanhol foi um dos melhores marcadores da equipa - a par de Steven Vitória, que era o marcador oficial de penáltis.
Os dados estavam lançados e Héctor Hernández prometia voltar a ser a referência ofensiva dos valentes transmontanos em 2023/2024. E não só foi, como dobrou (para já) o registo de eficácia relativamente à temporada anterior: soma 14 golos.
A grande diferença é que, ao invés do que tinha acontecido em 2022/2023, o Chaves não fez, de todo, uma campanha tranquila e meritória. Antes pelo contrário. Realizou um percurso altamente instável, nunca conseguiu ultrapassar os obstáculos com que se deparou ao longo do caminho e pagou bem cara essa fatura: foi despromovido ao segundo escalão.
Mas se houve quem tivesse tentado remar contra a maré foi Héctor Hernández. Os 14 tentos apontados pelo espanhol - que se formou no Atlético de Madrid e que chegou, inclusivamente, a estrear-se pela equipa principal dos colchoneros, na La Liga (um jogo e um golo em 2013/2014 e um jogo em 2014/2015) - são, neste momento, quase metade dos que os flavienses levam no campeonato (31), pelo que pouco mais há a dizer sobre a preponderância do camisola 23 na dinâmica coletiva. Mas, infelizmente para os transmontanos, a veia goleadora de Héctor não chegou para evitar o pior cenário.
À porta está a 34.ª e última jornada da Liga e Héctor Hernández deverá ser um dos vários jogadores do atual plantel do Chaves que se prepara para a despedida do emblema transmontano. Em final de contrato com o clube, o espanhol tem vários clubes (nacionais e estrangeiros) interessados nos seus serviços e, como tal, o futuro do ponta de lança será noutras paragens.
Antes, porém, dessa mudança de ares, Héctor Hernández terá oportunidade de voltar a fazer o gosto ao pé (ou à cabeça...) na derradeira partida e logo num palco grande: em Alvalade, diante do Sporting. E se ainda há clubes a avaliar a sua situação, então uma eventual despedida em glória no recinto leonino pode ser mais uma ajuda para um novo contrato num clube que tenha uma realidade diferente da do Chaves em 2024/2025. Aos 28 anos, Héctor Hernández parece estar em... ponto de rebuçado.