Gonçalo Santos assumiu a importância do embate deste sábado para os gansos, no sentido de evitar a despromoção direta; sublinha a maior obrigação de vencer para o opositor, dada a sua situação difícil
Com a permanência na Liga cada vez mais próxima, o Casa Pia pretende materializá-la o quanto antes e, este sábado, receberá precisamente a primeira equipa em posição de despromoção direta, o Desportivo de Chaves, que se desloca a Rio Maior sem a mínima margem de erro. Uma realidade constatada pelo lado dos lisboetas e do seu treinador, Gonçalo Santos, que reconhece que o encontro será importante para a equipa que comanda…mas para os flavienses sê-lo-á ainda mais.
«Não sendo falso humilde, acredito que o pensamento do Chaves neste momento é tentar fugir à descida direta e tentar chegar ao play-off, dadas a classificação e a margem de pontos que têm para os adversários. É um jogo decisivo para o Chaves e muito importante para nós. O que nos interessa é o que podemos fazer no jogo, o jogo será muito daquilo que pudermos fazer e estamos num bom momento, a fazer bons jogos, e temos uma equipa muito competitiva que entra em todos os jogos para ganhar», identificou o técnico.
Gonçalo Santos traçou um caminho muito complicado para o Chaves caso este não consiga derrotar o seu Casa Pia este sábado, recorrendo ao calendário para justificar a sua ideia. «Se olharmos para o calendário do Chaves, e eu gosto de ser muito pragmático e olhar para as coisa como elas são, o Chaves ainda vai jogar com duas equipas grandes até ao final (ndr: FC Porto e Sporting). Ou seja, em quatro jogos, doze pontos possíveis, jogando contra duas equipas grandes…», analisou o treinador dos gansos.
«Com todo o respeito, mas todos sabemos e andamos há muito tempo aqui no futebol, as equipas grandes estão muito mais bem apetrechadas que as outras, é muito difícil conquistar pontos, muito menos num curto espaço de tempo ganhar a duas equipas grandes», opinou Gonçalo Santos, que se focou na realidade do Casa Pia, que em caso de vitória garantirá que, no pior dos cenários até ao final da época, disputará o play-off para procurar a salvação – e a continuidade – no escalão principal.
«Se ganharmos – e acredito que vamos ganhar amanhã – garantimos matematicamente a manutenção (ndr: direta), não garantimos ainda o play-off mas nós, fazendo o nosso, veremos também o que as outras equipas irão fazer. Há muitas equipas atrás de nós, muito ponto ainda em disputa, não até ao final, mas entre as equipas, e depois ficamos muito mais tranquilos. É uma realidade, é uma motivação extra sabermos que, fazendo o nosso trabalho e ganhando o nosso jogo, ficamos muito mais perto de alcançar o principal objetivo», reconheceu.
Desta forma, um triunfo não sentenciará a época do Casa Pia mas…quase. «Acredito muito que, se ganharmos amanhã, iremos ficar praticamente salvos e com essa motivação extra, não é matematicamente, mas o mais importante somos nós e se vencermos daremos um passo importante na classificação, conseguimos os 35 pontos e se olharmos ao passado é muito difícil, penso salvo erro que só houve um ano em que uma equipa com 35 pontos não se manteve, lembro-me de ter olhado para isso há umas semanas», analisou o técnico.
«A realidade é essa, se conquistarmos os três pontos vamos ficar em casa, no nosso sofá, descansados, a olhar para o que as outras equipas irão fazer», anteviu, confiante, Gonçalo Santos, que destacou o regresso de Kiki à competição com alguns minutos na jornada anterior, frente ao FC Porto, mais de 400 dias após ter sido afetado por lesão grave no joelho direito. «Esteve muito tempo parado e eu sei o que é isso, estive 18 meses parado e sei bem o que é, o trabalho diário, mental e muita da força vem da cabeça e do querer», comentou.
«O Kiki era o único jogador de campo que faltava estrear e já os consegui estrear a todos em nove jogos, o que prova que conto com todos e eles sabem que quem trabalha diariamente e dá o máximo diariamente vai ter sempre a sua oportunidade. Já vem trabalhando há várias semanas connosco e depois de ter estado muito tempo parado foi tendo uma recaída aqui e ali», particularizou o treinador do Casa Pia, satisfeito por passar a ter o extremo ao seu dispor, assim como Pablo Roberto e Fernando Andrade, que recuperaram de pequenas mazelas.
José Carvalho Araújo, antigo treinador do extremo, saúda regresso do antigo pupilo aos relvados; destaca a sua força mental para recuperar de grave lesão que o afetou