Plantel do SC Braga conta com jogadores muito jovens e essa falta de maturidade pode estar na base de alguma irregularidade exibicional
Carlos Carvalhal fez a antevisão à receção ao Lusitano de Évora. (Foto: Paulo Novais/LUSA)

Carlos Carvalhal: «Todos podemos fazer mais»

NACIONAL14.01.202513:39

Treinador dos guerreiros espera que a equipa responda da melhor forma possível, após a derrota na meia final da Taça da Liga, perante um adversário que exige concentração; técnico revelou conversa com os jogadores e ainda abordou o mercado de transferências

O SC Braga defronta, esta quarta-feira (20.15 horas), o Lusitano de Évora nos oitavos de final da Taça de Portugal e Carlos Carvalhal chamou à atenção para aquilo que este adversário já fez na competição, assim como para o que sucedeu recentemente com equipas do principal escalão, frente a oponentes do Campeonato de Portugal.

«Jogar na máxima força, respeitar o adversário que já eliminou equipas de escalões acima, portanto o Estoril, o Aves SAD e o Académico Viseu. O ponto de partida para vencer este jogo é o respeito pelo adversário. Analisamos o Lusitano de Évora da mesma forma que analisamos o Benfica, não vamos ser surpreendidos de forma alguma. Mas, para além de não sermos surpreendidos pela qualidade do oponente, assim como ao nível da atitude, pois tive a oportunidade de lhes recordar alguns jogos, já desta eliminatória, com algumas surpresas, como também da altura em que comandava o Leixões, na 2.ª divisão B [terceiro escalão] em que na altura viemos vencer aqui o SC Braga e não foi porque o Leixões era melhor, mas às vezes a distração leva a que quando se queira retomar o fio daquilo que é necessário fazer para alcançar a vitória, já venha tarde. Estamos avisados, portanto ordem é para ir com força máxima e com tudo para tentar passar a eliminatória que é o nosso objetivo.»

Os guerreiros perderam, de forma contundente (0-3), na meia final da Taça da Liga, frente ao Benfica e o técnico, de 59 anos, preferiu recordar o triunfo no Estádio da Luz, como forma de motivar a equipa.

«Sou uma pessoa que gosta de se focar nas coisas positivas e ainda há pouco estive a ver, porque não foi há meses, foi há dias, que fomos vencer ao Estádio da Luz, por 2-1 e o SC Braga apenas venceu quatro vezes no terreno do Benfica, em 103 anos de história. Quem conseguiu isto foi este grupo de trabalho, estes jogadores, um comportamento coletivo muito forte, no fundo um compromisso muito grande de querer vencer um jogo extremamente difícil, ainda por cima num contexto com o Estádio da Luz completamente cheio, com o Benfica a poder ir para primeiro lugar. Foi uma grande vitória. É nisto que estou mais focado. Nós conseguimos fazer coisas e temos de as conseguir fazer mais vezes, sendo mais regulares e esse é o grande desafio. Recordo só que o SC Braga, e entendo as críticas, na realidade está no 4.º lugar, ninguém nos levou ao colo à Final Four da Taça da Liga, estamos a discutir a possibilidade de continuarmos na Taça de Portugal e na luta para continuar nas competições europeias, numa 2.ª divisão, quando poderíamos ter caído para a terceira ou mesmo ter ficado de fora. Estamos inseridos na luta pelas coisas.»

Os arsenalistas estão de regresso ao Estádio Municipal de Braga, palco no qual não têm demonstrado a sua melhor versão e Carlos Carvalhal até confessou tudo o que conversou com os jogadores.

«Falhámos numa decisão, não num apuramento, mas é uma realidade. A nossa equipa tem vários jogadores e o apelo foi ao melhor de todos, não só em termos de atitude, mas também da sua qualidade, porque entendo que existe qualidade suficiente para fazer mais. O desafio foi lançado aos jogadores em termos de qualidade jogo, poder juntar à atitude, pois temos tido uma boa atitude em vários jogos. Foi questionado aos jogadores se podia ser algo derivado da equipa técnica, pois também temos de fazer autocrítica. O que transmitimos aos jogadores foi que na última passagem aqui jogávamos bom futebol e em todas as nossas outras equipas, portanto o problema também não estará na equipa técnica, mas também não está nos jogadores. Se calhar, todos nós podemos fazer mais em termos de qualidade de jogo e juntar à atitude. Esse é o desafio já para amanhã, juntar a atitude com a qualidade, depois o mais difícil será manter a consistência.»

A saída de Roberto Fernández, por empréstimo para o Espanhol, está confirmada, mas não foi o único a sair neste período e o treinador não quis entrar muito pelo planeamento da temporada, mas lá referiu que continua muito motivado.

«Não me fica bem, nem posso em termos éticos tecer considerações sobre isso, talvez no final da época numa espécie de balanço. Mas, não gosto de desculpas, quando assumi esperava dificuldades, se calhar não sabia que eram tantas, sendo que somos sempre surpreendidos quer positiva, quer negativamente. Mas, também é uma motivação, já o disse porque tem sido difícil. É uma marca da cidade que é muito resiliente, conhecemos pessoas, empresas e até o SC Braga que já caiu e se levantou, sendo que por vezes se levantam com um estrondo. Isto, dá-me um gozo muito grande, não deixar que as coisas caiam. Andar a fazer por estarmos a competir em todas as frentes, agora menos na Taça da Liga. e isso dá-me a mim e à minha equipa técnica uma motivação extra», explicou Carlos Carvalhal que sobre entradas de jogadores apenas mencionou o sentido de oportunidade.

«Estamos atentos ao mercado que não é fácil. O SC Braga já fez alguns investimentos, este ano, e estamos atentos a oportunidades que possam surgir. Mas, neste momento estamos focados nos jogadores que temos e no jogo que temos pela frente.»