Brasil suspira por Neymar e por treinador estrangeiro
Neymar está ausente dois relvados há quase um ano (Foto: IMAGO)

Brasil suspira por Neymar e por treinador estrangeiro

INTERNACIONAL11.09.202420:35

As dores depois da derrota no Paraguai. Imprensa brasileira volta a colocar em causa valor dos técnicos brasileiros

SÃO PAULO - A julgar pela imprensa brasileira, o melhor jogador canarinho em campo na derrota por 0-1 do Brasil para o Paraguai, em partida de qualificação para o Mundial de 2026 disputada na madrugada de quarta-feira em Assunção com golo de Diego Gómez, foi... Neymar. O craque de 32 anos deve até ter ouvido os suspiros dos compatriotas pelo seu regresso mesmo em Riade, a 12 500 de distância da capital uruguaia, onde recupera, há quase um ano, de uma rotura ligamentar do joelho esquerdo.

O selecionador Dorival júnior e a CBF já disseram, aliás, que acompanham de perto a recuperação de Neymar e mantêm guardado um lugar no onze para o atleta, ao lado de Vini Jr, a partir de 2025. Porque nas jornadas de outubro, quando o Brasil enfrenta Chile e Peru, e de novembro, para as partidas com Uruguai e Venezuela, seleção que está lado a lado com os canarinhos no quinto lugar da qualificação, com 10 pontos, oito a menos do que a líder Argentina, ele estará clinicamente inapto.

Além de Neymar, muita gente suspira por Jorge Jesus, seu treinador no Al-Hilal, por Carlo Ancelotti, o italiano que treina Vini Jr no Real Madrid, ou Abel Ferreira, multicampeão no Palmeiras, como o colunista Alexandre Alliatti, do site GE. «Dorival Júnior [...] é um sujeito sério, correto. E acabou de iniciar o seu trabalho. Mas você consegue imaginá-lo levando a seleção a algum lugar? E pior: você consegue imaginar algum treinador brasileiro levando a seleção a algum lugar?».

«O posto não exige qualidade: exige excepcionalidade», acrescenta. «Porque os dois melhores trabalhos desenvolvidos no Brasil nos últimos anos (Abel Ferreira no Palmeiras e Juan Pablo Vojvoda no Fortaleza) foram feitos por estrangeiros e a equipa mais envolvente que vimos jogar por aqui num passado recente, o Flamengo de Jorge Jesus, tinha um treinador estrangeiro? Porque não há nenhum técnico brasileiro em posição de destaque na Europa?», questiona o jornalista. Ancelotti, sublinhemos, teve um pré-acordo com a CBF, pelo menos, segundo a entidade.

«Sei do meu potencial, mas...»

Além dos suspiros por quem não está, Neymar, e talvez nunca venha a estar, um estrangeiro no banco brasileiro, sobram as críticas a quem esteve na má exibição nos Defensores del Chaco. Sobretudo Vini Jr, sempre o mais exigido. «Sei do meu potencial, do que posso fazer pela seleção, está sendo um processo muito complicado porque quando a confiança não vem, os golos não vêm mas estou focado em fazer o melhor pelo meu país, eu estando melhor vou dar tranquilidade aos demais, é tempo de refletirmos nas nossas casas», admitiu o craque.

Para Dorival Júnior, «o Brasil perdeu-se após o golo» do Paraguai. «Acho que a expectativa era muito positiva para que pudéssemos ter um jogo mais consistente, até ao momento em que tomámos o golo, tínhamos essa condição mas a partir daí perdemo-nos», afirmou o treinador, agora com quatro vitórias, cinco empates e uma derrota no cargo. Do lado paraguaio, a curiosidade de ter cinco jogadores a atuarem no Brasileirão em campo – Gatito (Botafogo), Junior Alonso (Atlético), Bobadilla (São Paulo), Villasanti (Grêmio) e Isidro Pitta (Cuiabá).