Bodo/Glimt-FC Porto: portistas querem começar já o «vício de ganhar»
Vítor Bruno e Samu Omorodion, que começou com 'a todo o gás' pelo FC Porto (GRAFISLAB)

ANTEVISÃO Bodo/Glimt-FC Porto: portistas querem começar já o «vício de ganhar»

Primeiro jogo europeu dos dragões com Vítor Bruno é na casa do campeão norueguês

O FC Porto começa esta quarta-feira a campanha na Liga Europa. No norte da Europa - a apenas 80 quilómetros do Círculo Polar ártico - é na cidade de Bodo que os dragões vão enfrentar o Bodo/Glimt, campeão em título e líder do campeonato da Noruega.

Este jogo marca o regresso do FC Porto à segunda competição da UEFA. É a primeira vez desde 2019 que os portistas disputam a prova antes da fase a eliminar. Agora, nesta nova fase de liga, o primeiro dos oito adversários dos azuis e brancos é o Bodo/Glimt. É a primeira vez que o emblema português defronta o conjunto norueguês que tem, para já, algumas especificidades.

Para começar, esta partida será disputada em relvado sintético. O Estádio Aspmyra, que recebe este jogo, não tem relva natural e, diga-se, quase também não tem lugares: a capacidade do recinto é pouco superior a 8 mil espectadores. Pelas 17:45, o israelita Orel Grinfeeld dá o apito inicial do desafio e Vítor Bruno já deu o mote: em entrevista à UEFA, o treinador do FC Porto anunciou que quer «uma equipa que seja viciada em ganhar».

O Dragão cresce à boleia das novidades

O FC Porto chega a esta partida com um início de época quase perfeito. Não fosse a derrota em Alvalade com o Sporting por 0-2, o conjunto só conhecia o sabor da vitória. É segundo classificado da Primeira Liga com 15 pontos e está a três da liderança.

Na jornada passada, na deslocação a Guimarães, frente a um surpreendente Vitória, a equipa de Vítor Bruno não deu qualquer hipótese e venceu por 3-0. Um triunfo que deixa ainda um pormenor favorável: a boa prestação dos reforços. Samu Omorodion, avançado espanhol, marcou dois dos golos e Francisco Moura, lateral-esquerdo que saiu do Famalicão, assistiu em duas ocasiões.

A equipa dos dragões deverá apresentar três reforços no onze inicial: Samu, Moura e o central Nehuén Pérez.

Onze esperado (4x2x3x1): Diogo Costa; João Mário, Zé Pedro, Nehuén Pérez, Francisco Moura; Alan Varela, Stephen Eustáquio; Pepê, Nico González, Galeno; Samu

A figura: Samu Omorodion

Três jogos, outros tantos golos, apenas com uma titularidade. Decidiu frente ao Farense e voltou a fazê-lo, com um bis, em Guimarães. Será, certamente, uma dor de cabeça para a linha defensiva adversária, sobretudo por tudo o que oferece em termos físicos.

Samu em grande no triunfo do FC Porto em Guimarães (FOTO: GRAFISLAB)

O que disse Vítor Bruno: «Este formato obriga a que estejamos a roçar a perfeição»

- Se olharmos para o adversário, temos de perceber que é um sério aviso o que têm feito em casa recentemente. Nos últimos oito jogos, ganhou-os todos. Queremos entrar fortes. Sabemos que este formato obriga a que estejamos a roçar a perfeição. Qualquer tropeço na fase inicial pode hipotecar o que queremos atingir mais à frente. Em relação ao relvado, acho que devemos olhar para essas adversidades como algo para ir buscar o nosso caracter mais corajoso, mais competitivo.

Campeão e líder vem magoado... mas não muito

A época já vai longa para os noruegueses que, à partida para este encontro, são líderes do campeonato com sete jogos por disputar. Na jornada passada, porém, as coisas não correram bem: na visita ao segundo classificado Brann, o Bodo/Glimt foi goleado por 1-4.

Um desaire que muito dificilmente evitará o bicampeonato e o quarto título de campeão em cinco anos. Neste momento, a equipa treinada por Kjetil Knutsen é líder da tabela, tem o melhor ataque e a melhor defesa da prova. Um líder indiscutível que, como todas as grandes equipas, tem as suas figuras.

Kasper Hogh, avançado, é o segundo melhor marcador da competição, com 10 golos. No meio-campo, Patrick Berg é a grande figura. «É um médio mais recuado, não diria defensivo, porque é uma espécie de Pirlo norueguês. Faz a construção de jogo em terrenos mais recuados, é o cérebro da equipa, é quem põe a máquina toda a funcionar. Anular Patrick Berg seria anular grande parte da capacidade de organização da equipa», explicou o analista João Paulo Cordeiro a A BOLA.

Onze esperado (4x3x3): Haikin; Sjovold, Nielsen, Bjortuft e Bjorkan; Berg, Fet e Evjen; Maatta, Hauge e Hogh

A figura: Patrick Berg

Como anteriormente referido, é por este médio mais recuado que passa grande parte do jogo do Bodo/Glimt. A partir de trás, é o grande construtor do ataque dos noruegueses. Sem ele, tudo fica mais fácil... para os adversários.

Patrick Berg, o número 7 do Bodo/Glimt e principal estrela do plantel

O que disse Kjetil Knutsen: «O FC Porto é talvez a equipa mais difícil que já defrontámos»

- O FC Porto é uma equipa de alto nível. O seu estilo, a sua identidade… São muito diretos, muito, muito bons, é uma equipa intensa. É um grande desafio para nós, mas estamos ansiosos. Somos uma equipa de uma pequena cidade no Norte da Noruega, e jogar contra equipas de topo como o FC Porto é espetacular para nós.

Kjetil Knutsen, treinador do Bodo/Glimt

Conheça melhor, em 10 números, o primeiro adversário do FC Porto na fase de liga da Liga Europa.