Angola: Petro Luanda vê recurso rejeitado e continua suspenso de competir
Mais um treino do Petro de Luanda ainda sem saber como será o futuro

Angola: Petro Luanda vê recurso rejeitado e continua suspenso de competir

INTERNACIONAL14.09.202318:04

Federação invoca vício formal, Petro diz que tempo dado para correção era inviável; batalha jurídica longe do fim e futebol angolano em suspenso internamente e em risco na CAF

O Conselho de Disciplina da Federação Angolana de Futebol indeferiu esta quinta-feira o recurso apresentado pelo Petro de Luanda da pena de suspensão de toda a atividade desportiva por dois anos, que havia sido imposta por recusa em colaborar com um processo de investigação de alegada corrupção desportiva.

Segundo o comunicado, o Conselho de Disciplina rejeita o recurso por um vício formal, ou seja, falta de procuração autenticada dos advogados representantes do Petro. A direção dos triculores foi avisada para corrigir esse vício formal em 24 horas, o que, sustenta, não aconteceu. O Petro não reagiu ainda, mas está já em diálogo com a Federação para tentar que o recurso seja apreciado e o castigo suspenso.  Uma das razões invocadas, a notificação ter chegado às 15h23 da última sexta-feira e nem o prazo de 24 horas, já de si curto, poder ser cumprido já que as instituições judiciais fecham ao fim de semana. Argumento sustentato por vários especialistas angolanos em Direito.

Com esta decisão do Conselho de Disciplina, ainda passível de revisão, o Petro de Luanda pode falhar a presença na Liga dos Campeões, cuja participação se iniciaria este domingo, dia 17 de setembro, em Angola, com os moçambicanos da UD Songo. Mantém-se em aberto a participação na primeira edição da Superliga Africana, que arranca com oito equipas continentais. O jogo de estreia é só a 20 de outubro, com o Malemodi Sundowns, da África do Sul. E a Federação decidiu também suspender o jogo da Supertaça, entre Petro e Académica do Lobito, até que haja uma decisão definitiva sobre a pena dos primeiros. E o arranque do Girabola ficou comprometido.

Tomás Faria, presidente do Petro de Luanda, vai recorrer até às últimas instâncias

Kabuscorp e Ac. Lobito com castigo suspenso

A FAF divulga também a suspensão dos castigos a Kabuscorp e Académica do Lobito (descida de divisão), Bento Kamgamba (presidente do Kabuscorp, punido com 4 anos de suspensão) e Agostinho Tramagal (treinador da Ac. Lobito, suspenso por seis anos). Foi uma suspensão automática do castigo por efeito do recurso a ser avaliado, na matéria de facto, pelo Conselho Jurisdicional da FAF.

Em causa, um processo que começou com um áudio divulgado nas redes sociais em que o treinador Agostinho Tramagal revela que recebeu dinheiro do Petro como incentivo à Académica do Lobito para vencer o rival 1.º de Agosto da época passada; que recebeu uma proposta ainda superior do 1.º de Agosto para perder o jogo, mas que a recusou; e que tudo fez para a equipa ter perdido com o Kabuscorp na Taça de Angola, o que não veio a acontecer. 

O Petro foi punido com dois anos de suspensão por ter recusado colaborar com a investigação – o que os tricolores rebateram;  Kabuscorp e Académica do Lobito foram punidos com descida de divisão por corrupção; Bento Kangamba e Agostinho Tramagal foram suspensos por quatro e seis anos, respetivamente, por corrupção; o 1.º de Agosto foi multado por tentativa de corrupção.