André Villas-Boas: «É muito estranho que o Sérgio ainda não tenha renovado com o FC Porto»
André Villas-Boas treinou Chelsea e Tottenham (Foto: IMAGO)
Foto: IMAGO

André Villas-Boas: «É muito estranho que o Sérgio ainda não tenha renovado com o FC Porto»

NACIONAL27.10.202310:47

Deixa a entender nas entrelinhas que o treinador pode ser usado como trunfo eleitoral de Pinto da Costa nas eleições

André Villas-Boas não compreende a razão pela qual Pinto da Costa ainda não renovou contrato com Sérgio Conceição, que termina vínculo laboral em junho de 2024. Numa entrevista ao Expresso, o provável candidato deixa reparo sobre essa situação. 

«Não deixa de ser surpreendente. É muito estranho que numa relação tão amorosa como a que o Sérgio tem com o FC Porto e o seu presidente tem com o treinador, ainda não tenha havido espaço para uma renovação. Teria sido de grande sentido de oportunidade fazer a renovação após o jogo com o Inter, não só pelo que ele representa para nós, portistas, pelo seu sucesso, mas também pelo sentido de oportunidade, já que é quando estamos mais isolados e tristes que pode surgir um abraço amigo e uma confiança no trabalho para o futuro. Surpreende-me que ainda não tenha acontecido, desconheço as intenções do presidente e treinador, porque eles não falam do assunto e é tabu há bastante tempo. Tenho pena que assim seja porque o Sérgio, além de tecnicamente muito competente, projeta os valores do FC Porto de uma forma única», frisou. 

André Villas-Boas falou ainda dos «quase divórcios regulares» entre Pinto da Costa e Sérgio Conceição. «Acho que, naturalmente, uma pessoa que se vê, às vezes, isolada na gestão da organização se encontre, por vezes, em situações de poder absoluto e daí achar que é dona da comunicação da sua própria organização. Isto é muito normal nos treinadores, principalmente nas propriedades, já que, como o dono não está presente, a grande comunicação é feita pelos treinadores, visto que os CEOs ou presidentes não estão tão presentes na comunicação. Se a comunicação não for ditada a partir do topo, o treinador rege-a. Como conhecedor do fenómeno diria que esses desencontros têm a ver com a falta de comunicação interna. Dá-me a entender que, no FC Porto, a comunicação está perdida, faz-se a partir das vontades e desejos do treinador. Penso que não deveria ser assim, porque uma organização deveria obedecer a determinados parâmetros de comunicação e creio que as divergências internas acontecem por via de falta de entendimento comunicacional entre as partes», disse.