A falta que um Pepe faz
Problemas do FC Porto têm sido sobretudo defensivos; não pelos jogadores, mas por não ter uma voz de comando
Viemos de um resultado muito negativo com uma exibição que não ficou à altura do FC Porto, mas os jogadores (...) irão corresponder à altura do seu nível, têm potencial para dar muito mais e vamos continuar a apoiar o treinador porque assim o merece
André Villas-Boas, presidente do FC Porto
De visita a Angola, André Villas-Boas, presidente do FC Porto, manifestou apoio público ao treinador Vítor Bruno, mas também deixou recados para dentro, com a derrota por 1-4 na Luz, frente ao Benfica, ainda presente. Disse AVB que espera resposta dos jogadores, que «têm potencial para dar muito mais» — mas se o recado parece dirigido ao plantel, também encaixa bem em quem o comanda e que, supostamente, não estará a retirar o melhor desses jogadores.
Atenção: o FC Porto não está a fazer uma má época. Ganhou a Supertaça, só perdeu pontos na Liga em Alvalade e na Luz, tem tudo em aberto na Europa, apesar de estar aquém das expectativas. Mas sobram sinais de fragilidades, sobretudo defensivas. Não só nas derrotas em Alvalade e no Dragão, mas também na reviravolta com o Sporting na Supertaça (três golos sofridos nos primeiros 25 minutos) ou no empate com o Man. United (dois sofridos nos primeiros 20'). Nos jogos grandes, o FC Porto tem sido um desastre a defender. É verdade que o setor recuado é quase todo novo, mas Nehuén Pérez ou Tiago Djaló não são piores que Zé Pedro (por isso jogam) nem Francisco Moura é pior que Wendell (que alterna entre banco e bancada). Falta Pepe. E o FC Porto tem saudades não apenas do central, mas sobretudo do líder. Quem, naquele onze portista, dá um grito a despertar, a alertar em campo o que vai mal?