FC Porto «Ando desencontrado com Pinto da Costa...»
André Villas-Boas voltou a sublinhar que um dia será candidato à presidência do FC Porto, mas não desfez o mistério se será nas próximas eleições, agendadas para abril de 2024. Sobre este e outros assuntos o antigo técnico falou à margem do QSP Summit, um congresso sobre gestão e liderança que terminou hoje, em Matosinhos, e no qual foi um dos oradores.
Uma das revelações surgiu sobre o afastamento que vive de Pinto da Costa. «Tenho máximo de respeito pela pessoa que lá está. Respeito absoluto. Nós andamos desencontrados na relação, fruto de um jogo que tive entre o FC Porto e o Marselha… E eu já disse ao próprio, o porquê dessa quebra de relação. Para mim foi jogar ao Estádio do Dragão, vazio, o sócio do FC Porto e não o treinador do Marselha. O sócio do FC Porto que, por acaso, era treinador do Marselha e, por acaso, ganhou quatro títulos pelo FC Porto. Nesse dia confirmei o meu destino, no meu regresso a casa. Se o mesmo vai acontecer em 2024, em 2028 ou quando os estatutos disserem, que também estão a ser retocados, não consigo responder de forma precisa… Há tantas coisas a que estamos sujeitos… As eleições estão marcadas para abril de 2024, o meu papel como sócio ativo é votar nas mesmas. Se é como candidato ou não, não sei», revelou.
André Villas-Boas também revelou de onde surgiu a ideia de se candidatar à presidência dos dragões. «Fui invadido pela emoção numa mensagem escrita por uma pessoa da qual tenho em alta consideração, em 2015, a dizer que sabia que um dia iria ser presidente do FC Porto. Até então, ainda não tinha raciocinado sobre o mesmo. A verdade é que como sou muito vinculado à emoção e à intuição fui invadido por sentimentos que me confirmam isso. Se bem que é algo que está na mão dos votantes, que um dia esse lugar me está destinado. Se o mesmo é para agora em 2024 ou 2028 ou noutro qualquer momento, assim será. Tenho esse sentimento de destino e de responsabilidade e também uma animosidade positiva pelas pessoas que me abordam», voltou a confidenciar.
O antigo técnico dos azuis e brancos desfia uma série de argumentos para não assumir, por enquanto, uma decisão sobre uma candidatura, do qual emerge o sentido de responsabilidade. «Pesam muitos fatores. Com a imprevisibilidade atual, vinculada aos quadros competitivos europeus, à instabilidade financeira dos clubes, a um mercado de clubes que funcionam em cadeia, aos novos disruptores, como são os casos dos clubes da Arábia Saudita, tudo isto são sensibilidades que obrigam a pessoa que lidera o FC Porto a ter um sentido de responsabilidade, profissionalismo e conhecimentos intocável. Se me apresentasse e vissem em mim, pós apresentação de um programa eleitoral, a pessoa com essas capacidades, assumiria, tendo a noção do que aquele cargo obriga. Já passei pela função de treinador e sei precisamente o sentido da responsabilidade que é ser líder um clube que tem 17 milhões de adeptos e uma massa associativa de 130 mil sócios. Há um sentido de grande responsabilidade nessa posição. Todos os passos têm de ser bem calculados. Tem de ser feita análise forense a uma possível candidatura», esclareceu, acentuando que não estabelece um tempo para se vincular a uma posição de candidatura: «Tenho muito claro que até junho de 2024 não vou trabalhar. Enquanto treinador de decidi fazer essa pausa, desde que saí do Marselha. Não corresponde a timings, mas a uma série de fatores decisivos. O futebol atravessa, e o futebol português, e também o FC Porto, a altura mais sensível de sempre.»