7 março 2024, 21:43
Autogolo dá empate ao Benfica (vídeo)
Goldson atirou de cabeça para a própria baliza, depois de livre marcado por Di María
Três golos no total de todas as provas, em 100 jogos com o treinador alemão
Fruto de intenso trabalho de preparação ou graças a particulares características dos jogadores que compõem o plantel, os lances de bola parada servem muitas vezes para ultrapassar defesas que se mostram dificilmente permeáveis de outra forma. Ora se são muitas as críticas ao modelo de jogo e futebol praticado pelo Benfica ao longo dos últimos meses, há um departamento no qual os encarnados têm notoriamente registado debilidades: os livres indiretos laterais. E tal até não constitui propriamente uma novidade, pois nos 100 jogos que Roger Schmidt fez ao comando do Benfica desde o arranque da temporada 2022/23, a equipa demonstra, como se constata no quadro à parte, uma flagrante inépcia neste tipo de lances de laboratório que tantas vezes desequilibram duelos renhidos e que, com o alemão, tão poucos dividendos têm rendido.
A equipa da Luz apenas marcou um golo de livre indireto (!) nas últimas duas Ligas (num total de 60 jogos, 34 de 2022/23 mais 26 desta temporada), através de João Neves, em Alvalade na penúltima jornada da época passada, e no lance que estabeleceu o 2-2 final, numa falta cobrada por Aursnes e que depois de três ou quatro carambolas chegou ao pé direito do jovem médio que fez desta forma o seu primeiro golo de águia ao peito.
Para lá deste, os encarnados marcaram em Milão ao Inter, nos quartos-de-final da passada Liga de Campeões (3-3), numa cabeçada de António Silva correspondendo a um cruzamento preciso de Álex Grimaldo. E nesta temporada, o empate caseiro diante do Rangers (2-2) na Liga Europa foi conseguido num autogolo do central Goldson, também num livre lateral cobrado por Di María.
Comparando com os números registados nas últimas temporadas (as cinco anteriores à chegada do técnico alemão a Portugal e as duas sob o seu comando) a diferença é significativa, com exceção de 2020/21, na qual as águias foram terceiras na Liga. Em quatro das cinco épocas transatas a equipa fez, no mínimo, quatro golos a partir deste tipo de livres laterais.
E comparando com os números dos três principais rivais desde agosto, verifica-se que todos têm melhor registo que os encarnados, com o Sporting a destacar-se com seis golos apontados de livre indireto – quatro na Liga e dois na Liga Europa, através de Paulinho (2), Coates (2), Gonçalo Inácio e Diomande –, o FC Porto tem três (Evanilson, Eustáquio e Fábio Cardoso) e o SC Braga soma dois livres indiretos com sucesso através de Simon Banza.
Já agora, acrescente-se que o Benfica apenas sofreu um golo neste tipo de lances apontado pelo axadrezado Bozeník logo na ronda inaugural da Liga.
7 março 2024, 21:43
Goldson atirou de cabeça para a própria baliza, depois de livre marcado por Di María
Com um plantel carente de jogadores finalizadores peritos neste tipo de lances – contando até com um Di María exímio a cruzar bolas para a área (vidé o pontapé de canto milimetricamente cobrado para a cabeça de Romero e que abriu o ativo sábado, no triunfo por 3-0 da Argentina sobre El Salvador) – importaria que o laboratório do Seixal começasse finalmente a mostrar resultados. Até por que a exigente etapa final de 2023/24 pode obrigar a que sejam eles a decidir toda uma época.