Brasil Adjunto de Abel gera guerra entre CBF e Palmeiras
A conferência de imprensa de João Martins, o adjunto que substituiu Abel Ferreira (castigado) no jogo de domingo do Palmeiras na casa do Athetico Paranaense, provocou, ontem, feroz troca de comunicados entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o clube paulista. Em causa, as críticas de Martins à arbitragem daquele e de outros jogos do Brasileirão e as acusações de que os jogadores brasileiros fazem teatro e de que há um sistema que não quer ver o Palmeiras bicampeão.
«O que ocorreu, de facto, foi um desfile de grosserias e uma tentativa infantil e até xenofóbica de reduzir a relevância do futebol brasileiro na Europa», escreveu a CBF. «O comportamento do jogador brasileiro, que o funcionário em questão tanto critica, não corresponde à realidade, na medida em que o Brasil é o país do mundo que mais tem jogadores atuando no estrangeiro, inclusive na própria seleção portuguesa. A atual gestão da arbitragem da CBF nunca esteve tão transparente, dando satisfações públicas semanais, inclusive reconhecendo eventuais erros», nota ainda, acrescentando ter encaminhado «o vídeo contendo as declarações do profissional do Palmeiras ao Tribunal de Justiça Desportiva para que ele revele qual seria o sistema no futebol brasileiro que não permite que o melhor vença».
Na sequência, o Palmeiras questiona por que «o comunicado da CBF é endereçado exclusivamente ao Palmeiras, sendo que profissionais de outra equipa da Série A fizeram, também ontem [anteontem], comentários semelhantes aos do auxiliar técnico João Martins?», referindo-se a Luiz Felipe Scolari e Hulk, treinador e atacante do Atlético Mineiro, revoltados após serem expulsos no dérbi com o América.
Entre outras sete perguntas, a direção palmeirense questiona «por que a opinião de um profissional português sobre o futebol brasileiro causou tanto desconforto à CBF se a própria entidade, como é de conhecimento público, busca um treinador estrangeiro para comandar a seleção brasileira?».