A vantagem mais magra é também a mais justa (crónica)

Arouca-SC Braga, 1-2 A vantagem mais magra é também a mais justa (crónica)

NACIONAL03.11.202421:57

SC Braga venceu bem. Colocou-se em vantagem através de um penálti caido do céu, mas acabou a justicar o triunfo. Porém, o golo de Sylla em cima dos 90 minutos dá um retrato mais fiel ao que se passou

O SC Braga está sem o fulgor de outros anos e assim, quando o talento não aparece ou aparece apenas a espaços, a equipa vai apostando na imensa capacidade de luta da maioria dos seus jogadores. Teve um penálti caído do céu (talvez justo, mas caído do céu), sofreu a pressão do Arouca durante a parte final do primeiro tempo e a abrir o segundo, mas quase fechava o resultado após a bela jogada do segundo golo, já depois de ter mais duas ou três boas oportunidades para marcar. Porém, do outro lado estava também uma equipa cujos jogadores não deixam pingo de suor no corpo e o golo de Sylla, em cima dos 90’, trouxe maior justiça ao resultado. Não ao vencedor, antes, sim, ao resultado.

Havia em cima da mesa a probabilidade de Vasco Seabra, recém-entrado para o lugar do uruguaio Gonzalo García, mudar algo substancial no Arouca. Era difícil alterar substancialmente as ideias de jogo dos aroquenses, sobretudo por ter entrado para treinador há menos de uma semana, mas era uma hipótese. E assim foi.

A equipa demorou algum tempo a entrar verdadeiramente em jogo e, juntando a entrada forte do SC Braga, o golo de penálti de Bruma na sequência de uma bola que cai no braço de David Simão após luta aérea com Niakaté, trazia alguma justiça áquilo que foram os primeiros quinze/vinte minutos de jogo.

O SC Braga controlava quase todas as operações, mas estava longe, bem longe, aliás, de encher os olhos aos seus adeptos. O Arouca, perto da meia hora, começou a aproximar-se um pouco mais da baliza de Matheus e, quase em cima do intervalo, após cruzamento de Yalçin na direita, Ivo Rodrigues rematou forte e colocado, mas o guarda-redes brasileiro dos guerreiros fez enormíssima defesa. O 0-1 ao intervalo era justo, embora o eventual 1-1, a acontecer, não fosse escandaloso.

Vasco Seabra e Carlos Carvalhal, satisfeitos com o que estavam a ver das suas equipas, decidiram nada mudar ao intervalo, totalmente confiantes em quem estava em campo.

Pouco depois do reinício, numa iniciativa de André Horta, resistindo à pressão dos médios contrários e vendo El Ouazzani isolado sobre a esquerda, meteu-lhe a bola e o franco-marroquino, de trivela, ampliou o resultado: 0-2.

Em desvantagem de dois golos, esperava-se que fosse Vasco Seabra o primeiro a mexer na equipa. Porém, foi Carlos Carvalhal a fazê-lo, colocando Ricardo Horta em campo, depois de quase uma hora do capitão sentado no banco, por desgaste físico dos últimos jogos. Entrou ainda Gorby para reforçar o meio-campo. Vasco Seabra respondeu quase de imediato, com as entradas de Sylla e Pedro Santos.

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Antes de mais mudanças em ambas as equipas, Vítor Carvalho rematou ao poste (66’) e, pouco depois, Matheus voltou a estar em foco, desviando bola perigosa para canto (70').

O SC Braga parecia ter o jogo controlado, mas, à entrada dos últimos 15 minutos, o Arouca deu novo sinal de vida, com Sylla a rematar rente à barra da baliza bracarense. Carvalhal tentou aumentar a força a meio-campo com a entrada de Gharbi e a saída de Roger, mas seria o Arouca, em cima dos 90', a marcar, num desvio de cabeça de Sylla.

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Os arouquenses acreditaram que seria possível chegar ao empate, mas foi tempo então de os bracarenses fecharem todos os caminhos para a baliza de Matheus e para a possibilidade de regressarem a casa sem os três pontos. A vitória foi justa e o resultado também.

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