A mensagem a Amorim, Edwards e o que vai pesar em Leipzig. Tudo o que disse Rui Borges

NACIONAL21.01.202520:59

Treinador dos leões abordou vários temas no lançamento da partida de amanhã em Leipzig. A mensagem de confiança, a frescura física e os muitos avisos para um adversário que está longe de valer a classificação que ocupa na Liga dos Campeões

LEIPZIG - Rui Borges igual a si próprio. Com um discurso natural, sem fugir às questões e com total confiança na equipa para aquele que espera ser um duelo de elevado grau de dificuldade na Alemanha. O Sporting, porém, vai entrar para vencer e selar aquele que é o grande objetivo: o playoff dos oitavos de final da Liga dos Campeões.

- Qual seria a estreia perfeita de Rui Borges na Champions e que adversário espera encontrar?
- A estreia só terá significado para se conseguirmos vencer. Chegar ao playoff que é o nosso objetivo. O Leipzig é uma equipa perigosa no seu todos. Não vou individualizar muito. É olhar para o coletivo, as nuances do sistema, jogos de Champions e de campeonato têm variado, há várias nuances. Preocupo-me com isso. Em deixar os jogadores preparados para a exigência do jogo.

- Mas o que vai sentir quando ouvir o hino da Champions e para tudo o que mudou na sua carreira em tão pouco tempo?
- O hino é uma realização, um sonho. Se calhar há um ano e meio estava no sofá a olgar para os jogos e sonhava estar presente. Orgulha-me muito o que nos trouxe até aqui como equipa técnica. O trabalho, a simplicidade e acima de tudo acreditar que os sonhos são possíveis. Agora é continuar o nosso caminho e não desviar.

- O Sporting nesta Liga dos Campeões teve muitos momentos altos como a vitória sobre o Man. City. Ruben Amorim disse na altura que era uma fase de consistência europeia. Com tudo o que se passou… os objetivos mudaram e o foco é na Liga?
- Uma equipa como o Sporting só se pensa em ganhar. Ser melhor que o adversário. Sabemos que alguns nos vão criar mais problemas, vamos ter de sofrer mais, mas acima de tudo, dentro do ADN do clube, vamos lutar sempre pela vitória. Objetivo é claro: chegar ao playoff e para o conseguir temos de vencer este jogo. Sabemos que será difícil, contra uma equipa que no seu campeonato luta pelos primeiros lugares, apesar de na Champions ter tido um trajeto difícil, mas não apagar a sua qualidade e os problemas que nos vão criar. Temos de ganhar e saber o que temos de controlar. Conseguindo vencer, a consequência disso é o playoff. Tudo isso é consequência do nosso trabalho de equipa técnica.

- O quanto sente preparada a equipa para um jogo de Champions?
- Sinto a equipa bem preparada. E eles têm dado essa resposta desde que estamos no Sporting.  Temos apanhado jogo competitivos e difíceis e a equipa tem dado uma resposta fantástica. Os jogadores são inteligentes, não só técnica como intelectual. Estão mais do que preparados e por si só já estão motivados. Mas em momento algum podemos desvalorizar o adversário por não ter pontos. Vai ser difícil e temos de o encarar dessa forma. Mas acredito que vamos sair daqui com os três pontos.

- Marco Rose disse que não exista um favorito, concorda?
- Na Champions não há favoritos. Estão aqui as melhores equipas da Europa e são todas grandes equipas.

- O que pode vir a ser decisivo neste jogo?
- Crucial será também a nossa frescura física. O Leipzig é uma equipa competitiva e forte no duelo individual. Temos de ter capacidade para igualar essa capacidade física. Será uma equipa bastante intensa, mas temos de perceber aquilo que o jogo nos está a dar.

- Edwards é um caso encerrado para si?
- É encerrado no sentido de que não é opção técnica para este jogo.

- Perdeu com o Benfica na Taça da Liga, mas não perdeu nenhuma partida ao fim de 90 minutos. O Sporting já ultrapassou o cabo das tormentas emocionais?
- Essa tormenta de que falam foi muito mais de fora para dentro que ao contrário. O Sporting estava em todas as frentes. Acredito que tenha havido um período curto de algum impacto porque a equipa sabia o que significava Ruben Amorim, mas há momentos. Todas as equipas passam por momentos menos bons. Nunca deixaram de ser Sporting ou de estar em todas as frentes. E os adeptos têm sido importantes nesse sentido, com as demonstrações de carinho. Lembro-me bem que na época passada, quando vim a Alvalade pelo Moreirense, senti o ambiente que se vivia e disse ao Ruben que ia ser campeão. Era clara a sintonia.

- E é o mesmo ambiente agora?
- Acredito que sim. Tenho sentido dessa forma, acreditado muito nele, e que cada vez vai ser melhor. Mas a demonstração dada tem sido essa: de fora para dentro.

- Até que ponto a sobrecarga dos jogos vai pesar?
- Preocupa sempre. Felizmente temos departamentos muito bons que nos ajudam diariamente. Contratempos acontecem em todo o lado. É saber passar por eles e é preciso arranjar soluções. Eles vão dar uma boa resposta física. Há jogadores que têm estado com mais fadiga, há que ter algum cuidado, mas tenho a certeza que vão dar resposta, independentemente de quem jogar. A malta que entra também tem dado sinal que está para ajudar. O Viktor foi um bom exemplo. Jogou 10 minutos, entrou com muita vontade e ainda fez o seu golo.

 - Vai ser negativo não ter adeptos no estádio?
- É algo que queríamos. Tem sido muito importante o carinho e o calor que têm criado. Fisicamente não estão, mas estarão por certo, em casa, a sofrer connosco e também nos vão passar essa energia.