Espaço Universidade A prática desportiva em Montemor-o-Novo (Artigo Vítor Rosa, 196)
Dois alunos que frequentam o 12.º ano de escolaridade em Montemor-o-Novo, Guilherme Alves e Filipe Carvalho, levaram a cabo um trabalho de investigação no âmbito da disciplina de Sociologia. O trabalho teve como principal objetivo averiguar as condições que o concelho de Montemor-o-Novo tem para oferecer aos seus atletas, e se estes estão satisfeitos com a oferta disponível. Para esta investigação, recorreu-se ao inquérito por questionário junto de várias pessoas. A pesquisa decorreu entre 5 de abril e 8 de abril, tendo obtido 76 respostas: 38 do sexo feminino e 38 do sexo masculino, com idades a partir dos 12 anos. De sublinhar que a amostra foi não probabilística, ou seja, não se pode extrapolar os dados.
Dos resultados apurados, é possível constatar que o futebol é a prática desportiva mais praticada pelos rapazes, no concelho, enquanto nas raparigas é a natação. Ou seja, para os rapazes são desportos mais coletivos e para as raparigas são práticas mais individuais. 16% (n= 8) pratica mais do que uma modalidade desportiva. A análise efetuada permite concluir que os indivíduos estão, minimamente, satisfeitos com as condições de acesso para a prática de uma modalidade desportiva.
No que diz respeito ao universo em estudo, 67,6% (n= 46) dos respondentes indica conseguir conciliar o horário da prática desportiva com a escola e/ou trabalho, e 32,4% (n= 22) não tem essa oportunidade. Os dados do inquérito permitem também verificar que a prática desportiva é realizada, essencialmente, durante a parte da tarde. Perceciona-se ainda que os inquiridos já tiveram a possibilidade de participar numa competição promovida por uma organização e/ou clube.
Os autores do trabalho concluem que as instituições/clubes do concelho de Montemor-o-Novo conseguem apoiar os seus atletas, quer no acesso às instalações, quer na promoção de eventos competitivos, quer ainda na promoção da diversidade das práticas desportivas. Este tipo de trabalhos, ainda que modestos cientificamente, realizados pelos alunos das escolas secundárias, são muito interessantes para a recolha de informação sobre os locais onde vivem e na participação nas comunidades (escolares, associativas, etc.) onde se inserem. A escola tem o papel de formar os cidadãos e procura dar-lhes as ferramentas que permitam desbravar novos caminhos do conhecimento. É preciso dar voz aos jovens. Apresento os meus parabéns a estes dois alunos pelo seu trabalho.
Vítor Rosa
Sociólogo, Pós-Doutorado em Sociologia e em Ciências do Desporto, Doutor em Educação Física e Desporto, Ramo Didática