ENTREVISTA A BOLA ‘JAfonso’ revela inspiração em Ronaldo: «A motivação dele é algo fora do normal»

Campeão do mundo de futebol virtual encheu de elogios o jogador do Al Nassr, que também é madeirense, e explicou a razão pela qual fez a sua celebração após vencer o Mundial na Arábia Saudita

Há cerca de um mês, João ‘JAfonso’ Vasconcelos venceu o campeonato do mundo de futebol virtual na Arábia Saudita, país onde brilha atualmente o seu ídolo, Cristiano Ronaldo, quem considera ser uma grande fonte de inspiração para a sua carreira, até por também ser madeirense.

Após ter conquistado o Mundial, o jogador de 20 anos não conteve a alegria e fez a icónica celebração do avançado do Al Nassr, sendo que o próprio explicou que foram os adeptos presentes na bancada que pediram esse festejo, mas que ele cumpriu, de bom grado.

«Aquela celebração no fim foi porque a bancada pediu, ou seja, os adeptos árabes, ainda por cima sabiam que eu era português, então também é algo que queria fazer e que acho que é algo que fazia sentido fazer. E o Ronaldo, somos da mesma terra e acho que ele é uma inspiração para toda a gente, porque a sua mentalidade, tudo aquilo que ele atingiu, é algo fora do normal e, portanto, obviamente que eu tento olhar para ele como um exemplo e um modelo a seguir. Eu posso dizer que ele, de um certo modo, teve influência na minha carreira, mas quando ele diz que devemos sempre trabalhar e lutar pelas nossas coisas, eu acho que obviamente que é muito bonito falar e dizer coisas muito bonitas, mas o mais difícil é, de facto, alcançar os nossos objetivos, e eu acho que, de um certo modo, eu olhei para ele como um exemplo de... 'OK, ele está a dizer isto, eu vou olhar para a mentalidade dele e tentar ser um pouco como ele.  Eu acho que, de certo modo, ele inspirou-me nesse sentido por causa da sua mentalidade. Para mim é algo fora do normal», disse, falando, de seguida, sobre os poucos segundos em que interagiu com Neymar, após ter levantado o troféu em solo saudita.

'JAFONSO' ao lado de Neymar, após ter conquistado o Mundial na Arábia Saudita (Foto: EWC)

«Por acaso, foi algo muito rápido. Falei muito pouco com ele, foi ali uma questão de segundos, mas ele disse que sabia quem é que eu era, porque viu que eu tinha eliminado dois brasileiros, portanto, ali até me ri um pouco. Sabia quem é que eu era por causa disso, tinha vencido o torneio e que tinha eliminado dois brasileiros, um na final, e foi um pouco isso. Foi algo muito breve, mas que foi bom», referiu, antes de revelar que ficou muito feliz por ter sido congratulado pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes.

«Eu fiquei muito feliz, porque é uma pessoa que não olha para os eSports com algum preconceito. É uma pessoa que, de facto, valoriza e olha, no caso para um atleta de eSports, como olha para um de futebol, por exemplo. Eu acho que isso é muito bom. Agora assim, celebridades, figuras públicas, não houve assim nenhuma que me surpreendesse», explicou, falando mais concretamente sobre a homenagem que ele e a sua equipa, Luna Galaxy, de Diogo Jota, foram alvos pela FPF na Cidade do Futebol.

Diogo Jota e a sua equipa Luna Galaxy a serem homenageados por Fernando Gomes (Foto: FPF)

«O evento era para homenagear a Luna Galaxy, a equipa do Diogo, a minha equipa, por termos sido campeões nacionais e o Diogo também, enquanto dono da equipa. Aproveitaram que ele estava cá para o estágio de futebol com a Seleção e recebeu o prémio enquanto CEO da equipa. Eu também fui homenageado individualmente por ter sido o melhor jogador dessa competição e também por ter sido campeão do mundo. Foi um evento muito bom para mim, foi um pouco do que eu disse ainda agora sobre o presidente Fernando Gomes, que é o facto de a federação olhar para os eSports com muita seriedade, e como praticante da modalidade obviamente que eu me sinto muito bem ao saber que as pessoas olham para isto com seriedade. O que eu posso dizer é que acho que a maneira como os olham para os eSports é acertada, porque eu acho que é uma questão de tempo até crescer ainda mais daqui a uns anos. Por isso fiquei muito feliz com esse evento e com essa homenagem», garantiu.

‘JAfonso’ ainda agradeceu bastante o apoio do jogador do Liverpool e também do seu treinador, Armando, até porque considera que, sem os dois, não teria sido campeão do mundo, pelo menos não já: «Posso falar do Diogo e do Armando, que são pessoas muito especiais e que tiveram e têm muita importância na minha carreira, porque são pessoas que há três anos apostaram em mim e acreditaram no meu potencial. E, portanto, eu acho que o Diogo não é só um patrão, digamos, não é só alguém que tem uma equipa, é de facto alguém que tem interesse, ou seja, uma pessoa muito competitiva com a sua equipa, que tem realmente interesse, e é uma pessoa muito presente. De vez em quando costumo falar com ele, geralmente ele também quer saber se está tudo bem, eu sinto que ele não olha para isto apenas como um negócio, mas sim algo que ele também gosta de ter e, portanto, fico muito feliz por trabalhar com pessoas como ele. No caso do Armando, eu já estou há três anos a trabalhar com ele e foi um trajeto que eu fiz com ele. Obviamente que ele sabia que eu tinha este sonho, este objetivo de ser campeão do mundo, e acho que eu confiei muito nele, e ele confiou muito em mim, e trabalhámos juntos durante três anos com muitos altos e baixos para finalmente sermos campeões do mundo, portanto ele é a pessoa mais importante da minha carreira, porque se não tivesse tomado a decisão de me juntar ao Armando e ao Diogo, não estaria aqui hoje, certamente», finalizou.

Por fim, apontou ao próximo objetivo… ser bicampeão do mundo, isto depois de ganhar o próximo major desta nova temporada, o FC PRO Open 25, para o qual já está qualificado, e ainda revelou o desejo de representar Portugal ao mais alto nível, portanto, numa grande competição: «Qualquer pessoa gosta de representar o seu país, seja onde for. O que cabe a mim é trabalhar para ser escolhido. É algo que gostaria, conquistar um título pela seleção, mas se não for convocado está tudo bem. Obviamente que é um objetivo que eu quero, mas preciso de ter resultados no clube para lá chegar. Foco-me mais em ter resultados no clube, depois a seleção é um prémio de todo o trabalho, mas sim gostaria muito de representar Portugal e de ganhar um Europeu ou um Mundial, caso exista.»