Vítor Vinha faz a análise ao Portugal-Islândia
Bernardo Silva e Bruno Fernandes foram fundamentais na equipa nacional FOTO IMAGO
Foto: IMAGO

O mister de A BOLA Vítor Vinha faz a análise ao Portugal-Islândia

SELEÇÃO20.11.202317:37

Qualificação imaculada

1. Flexibilidade tática
Partindo do seu sistema de jogo mais tradicional, 4x3x3, Portugal apresentou nuances táticas ofensivas. Para fazer face à organização defensiva islandesa (4x4x2, em bloco intermédio), a seleção portuguesa baixou o médio defensivo Palhinha, no centro do terreno, e, juntamente com Ruben Dias e Inácio, formou uma linha de três, conferindo uma vantagem de 3x2 na construção. João Mário, titular pela primeira vez, deu largura pelo corredor direito, empurrando Bernardo Silva para zonas interiores. Cancelo, partindo da posição de lateral esquerdo, procurou o centro do terreno, tanto para ser um elo de ligação, como para apoiar o ataque. João Félix deu largura pelo corredor esquerdo, tendo inúmeras situações de 1x1 para desequilibrar. Os médios interiores, Otávio e Bruno Fernandes, tiveram a função de ligar jogo e de atacar os 'half spaces', com movimentos de rutura intra linha defensiva adversária. Ronaldo foi a referência, no ataque da equipa de Roberto Martinez.

2. Portugal dominador
Com o desejo de fazer o pleno de vitórias, recheado de qualidade técnica e velocidade, Portugal empurrou o adversário para o seu último reduto. Nesse momento, a Islândia defendeu em 5x4x1, com o médio esquerdo Sigurdsson a baixar na lateral, para a linha defensiva, dificultando a tarefa lusa. No entanto, alternando os ritmos de jogo, muito criativo e com um ataque móvel assente numa dinâmica de 'passa e desmarca' nos corredores, Portugal foi criando inúmeras situações para finalizar. Ronaldo deu os primeiros sinais de perigo. Otávio, após excelente jogada, num cruzamento remate, fez a bola beijar a trave. Inácio cabeceou ao lado, após livre de Bruno Fernandes, que tal como Bernardo Silva, protagonizou remate de golo desviado pela muralha adversária. Muitos cruzamentos perigosos intercetados. Portugal tentou de várias formas até que, ao minuto 36, conduzindo a bola pela direita, Bernardo fixou dois adversários, dando atrás para Bruno Fernandes que, num remate cruzado, inaugurou o marcador. Ruben Dias, numa incursão pela direita, rematou cruzado para excelente defesa. Na segunda parte, a toada ofensiva manteve-se e, ao minuto 66, Portugal chegou ao golo. Félix a rematar cruzado, Ronaldo na recarga e Ricardo Horta a encostar para o resultado final.

3. Susto só no fim
A Islândia teve dois remates no início da primeira parte, mas foi nos descontos que teve oportunidade de marcar. Minuto 90+2, remate para defesa apertada de Diogo Costa e, na sequência, Raphael Guerreiro desvia remate de Traustason para a trave. 

4.Destaques
Bruno Fernandes teve uma preponderância tremenda no jogo luso. Dinamizou o ataque e fez um golaço que desbloqueou o jogo para a equipa nacional. Bernardo Silva, ao seu estilo, foi deixando a sua marca. Assistiu Bruno, teve cruzamentos de golo e remates perigosíssimos. Foi uma constante ameaça ofensiva.