Tudo o que disse Vitinha antes do primeiro teste da Liga das Nações

SELEÇÃO03.09.202417:47

Médio mostrou-se confiante nas suas qualidades e na capacidade da Seleção de vencer jogos e conquistar os adeptos portugueses

Vitinha foi o jogador escolhido para responder às perguntas dos jornalistas na conferência de imprensa de antevisão ao jogo contra a Croácia, o primeiro do percurso de Portugal na próxima edição da Liga das Nações. O médio do PSG mostrou-se confiante na capacidade da Seleção disputar qualquer jogo, revelou-se feliz pelo momento que vive ao serviço da equipa das quinas e da equipa francesa e garantiu aos adeptos portugueses que tudo vão fazer para os deixar satisfeitos com a formação lusitana.

— Cristiano considerou que o Euro não foi uma desilusão. Para esta Liga das Nações, o que considera ser ou não uma desilusão? Vencer a prova, chegar às meias-finais?

— Sem querer cair no erro de pôr as expectativas demasiado altas, temos sempre de apontar muito alto. Temos uma grande equipa, temos grandes jogadores, selecionador... Todas as condições para chegarmos longe e temos de ter essa responsabilidade de nos cobrarmos. Agora, não podemos dizer que 'tudo o que não seja a vitória, seja um fracasso'. Isso não. Vamos jogo a jogo. Agora, a Croácia primeiro, depois a Escócia e depois falaremos mais a frente. Mas para já, ganhar estes dois jogos.

— Houve aqui a entrada de novos jogadores que, por exemplo, não estiveram no campeonato da Europa. O que é que eles podem trazer de diferente à seleção?

— Eu acho que podem trazer muita coisa. A verdade é que, quando é a primeira vez que vens cá, vens com muita energia e com muita vontade de mostrar. E é isso que eu espero que eles tragam. Têm de estar tranquilos, porque nós já sabemos o que valem. Mas têm de estar com essa preparação de mostrar tudo, de dar tudo, para ajudar a seleção. E espero que tragam muita energia e muita vontade de trabalhar e de ganhar.

— Olhando para este primeiro adversário, a Croácia, que enfrentámos recentemente, foi, de resto, o último jogo de preparação antes do campeonato da Europa. Que jogo é que está à espera na próxima quinta-feira, tendo em conta também o potencial da Croácia?

— É uma grande seleção, com grandes nomes, bem preparada. Nós tivemos um jogo muito difícil no Jamor, se bem se lembram. Queremos retificar alguma das coisas que fizemos na altura, mas já não somos essa mesma seleção. Tivemos muitos jogos que pelo meio, competimos no Europeu e sabemos, precisamente, o que fazer de diferente para levar a melhor desta vez contra a Croácia. Mas sabemos que o outro lado está uma grande seleção, preparada com certeza. Agora cabe-nos dar tudo, com as ideias que o Mister vai falar e já falou um pouco, que irão fazer a diferença neste jogo.

— O Vitinha foi uma das grandes figuras da seleção nacional neste campeonato da Europa. Como é que se sente, em termos pessoais? Acha que atingiu outro patamar, agora que vai começar uma outra competição? Tem mais experiência também.

— Claro que sim. Qualquer jogador, no plano individual, quer estar no seu melhor. Quer ser importante na seleção, quer ser importante no clube e eu não sou diferente, tento fazer isso. Felizmente, este ano, ganhei outra importância aqui na seleção e também no PSG, pode dizer-se. E agora quero dar continuação. É difícil, é preciso consistência e os jogadores têm, muitas das vezes, dificuldade em tê-la. E é isso que eu quero fazer. Quero manter isto, quero manter essa qualidade também de jogo. E quero ser titular, quero jogar. Seja aqui, seja no clube. Quero sempre ajudar o clube e a seleção.

— Na sequência desta última pergunta. E também no exemplo que o Cristiano disse ontem, que quando vem, pensa sempre em ser titular. Vitinha também é assim? Quando vem, pensa sempre que vai ser titular? Já se sente um titular indiscutível?

— Eu acho que a pergunta, se a fosse fazer aqui a todos os jogadores da seleção, todos respondiam que querem ser titulares. Se não, alguma coisa estava errada. Nós vimos aqui para ajudar a seleção, sabendo que podemos não ser titulares. E temos de saber lidar com isso, como é óbvio. Eu já sou, muitas vezes. Já soube lidar também quando não fui titular. E quero continuar a saber lidar com as duas situações, mas, se for possível, quero sempre ser titular.

— Ainda numa idade tão tenra, mas já com a experiência que tem, como é que foi receber um português [João Neves] na equipa onde está a jogar? Tem muitos conselhos para lhe dar? E se conseguem também fazer essa transferência do clube para a seleção?

— Fiquei muito contente com a vinda do João para o PSG. É uma grande ajuda e vai ser uma grande ajuda. Não tento dar muitos conselhos, porque também não sou tão mais velho que ele. Ou quero pensar que não sou tão mais velho que ele para estar aí de peito cheio a dar conselhos. Tento ajudar, ele também dá a sua ajuda. Muitas vezes até vê coisas que os mais velhos não veem. Ele e outros mais jovens. É por isso que é bom trazer este sangue novo. Traz boas coisas sempre. Há coisas diferentes. Jogue com o João ou com outro colega no meio, desde que jogue, eu vou estar feliz. E que ganhemos, claro.

— Ronaldo ontem pediu lotação esgotada nos dois jogos. Pôs essa tónica de haver apoio também por parte dos portugueses. Mas a verdade é que não há ainda lotação esgotada para nenhum dos dois. Isso pode demonstrar algum desinteresse dos portugueses depois do apelo? Ou não se pode fazer essa leitura ainda?

— Se calhar é por ser um dia da semana. Não sei. Eu espero, como o Cristiano disse ontem, que esteja a lotação esgotada. Faz diferença para nós sentir esse carinho, sentir esse calor dos adeptos, sentir um estádio cheio a apoiar-nos para ganhar. Os jogos da seleção são sempre muito especiais quando é assim. E faço, das palavras do Cristiano e das minhas duas, um apelo para que o estádio esteja cheio, tanto no próximo jogo como no de domingo, porque faz totalmente a diferença.

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— Acha que este jogo com a Croácia, além da importância que tem por ser um adversário direto pela qualificação para a fase final, se também é importante no sentido de recuperar aqueles adeptos que ficaram desiludidos com a campanha de Portugal no Euro?

— É um facto. Esse jogo também tem essa importância. Eu compreendo que haja adeptos insatisfeitos, como disse, ou não tão contentes. Nós também ficámos muito tristes quando não conseguimos ir mais longe no europeu. Não era o nosso objetivo. Mas qualquer jogo que nós tenhamos, seja depois de uma grande vitória, seja depois de não termos ido tão longe como queríamos no Euro, são importantes para manter os portugueses perto de nós, perto da seleção, e sempre com muita fé em nós. Da nossa parte, dizer a todos os portugueses que nós somos os primeiros a ficar tristes e frustrados quando as coisas não correm bem e que queremos, como vai acontecer no próximo jogo, mostrar que somos melhores, que conseguimos fazer melhor, que vamos dar tudo. E é isso que eles podem ter bem cientes na cabeça deles, que nós vamos dar tudo dentro de campo para ganhar e para deixar todos os portugueses contentes.