Pepe: «Ser português é um orgulho imenso para mim»

Internacional luso terminou a carreira aos 41 anos e recordou a história ao serviço da Seleção Nacional

Um dos jogadores com mais internacionalizações na história da Seleção portuguesa anunciou, esta quinta-feira, que terminou a carreira.

Kepler Laveran de Lima Ferreira, mais conhecido como Pepe, representou a formação das quinas durante 17 anos e, no vídeo em que confirmou o final da carreira, falou sobre o que é ser português: «Humildade. Gratidão. Genuíno. Ser português é um orgulho imenso para mim. Sei que não nasci aqui em Portugal, mas considero-me português, porque sou muito grato àquilo que Portugal me deu. Muito grato mesmo. Tentei retribuir aos portugueses fazendo aquilo que melhor sei, que é jogar futebol. Consegui dois títulos pela Seleção portuguesa, que me enchem de orgulho.»

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«[Os títulos conquistados pela Seleção] Fazem me ver que a minha luta por Portugal foi uma luta que me deu recompensas e que pude retribuir aos portugueses aquilo que eles me deram, de me abrirem a porta de Portugal, de me darem a oportunidade de poder jogar e de poder defender as cores de Portugal», disse o ex-jogador.

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Sobre a trajetória na Seleção, Pepe recordou o momento em que decidiu representar Portugal e a sua estreia de quinas ao peito: «Vou começar quando anunciei que estava disponível para representar a Seleção portuguesa. Foi num jogo V. Setúbal-FC Porto. Nesse momento, se calhar apanhei muita gente de surpresa, mas o meu sentimento era esse. Era de poder vestir a camisola de Portugal.»

«Quando me estreei pela Seleção portuguesa foi um turbilhão de emoções, foi o assumir de um comprimsso que ia ter, até ao dia de hoje, com a Seleção e assim foi. Sempre colocando o interesse da Seleção primeiro e lutando por aquilo que ia representar para os portugueses, que era ser humilde dentro de campo, respeitar os adversarios, trabalhar ao máximo e dar o meu melhor em todos os jogos para poder honrar as cores de Portugal», continuou.

O defesa lembrou, ainda, a conquista do Euro 2016 e destacou o apoio dos adeptos, tanto em França como na chegada a Portugal: «Mesmo quando nós chegamos a França, sentimos o carinho dos portugueses, dos imigrantes. Quando chegámos a Portugal, vimos os caças a acompanharem-nos até ao aeroporto de Lisboa. Abriram-se as portas e vimos o aeroporto parado, os funcionários à nossa espera. No nosso percurso por Lisboa, vimos que o país parou para nos receber e esse momento foi lindo, marcou-me bastante.»

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Por fim, abordou o último Europeu e o significado das lágrimas após a eliminação frente à França, nos quartos de final: «Foram [lágrimas] de impotência. Eu acreditava muito que íamos ganhar este Europeu, eu sonhava que ia ganhar pelo grupo que nós tinhamos, pelos jogadores que nós tinhamos... Eu como mais velho, sentia a paixão que os meus companheiros tinham. O trabalho deles foi incrível e foram lágrimas de impotência, por não corresponder aos portugueses e às expectativas que eles criaram para nós.

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«Também por saber que era o meu último jogo, que não ia ter outra oportunidade de poder dar alegrias a eles. Portanto, pelo que foi o meu objetivo quando me naturalizei, sabia que aquele momento ia terminar e que não ia ter oportunidade de dar alegrias ao nosso povo. Foi essa impotência que senti nesse momento, mas agradeço a todos os portugueses que acreditaram na nossa equipa».

«Nós falávamos que tínhamos uma grande Seleção, um grande ambiente, um grande espírito...tínhamos todas as condições para ganhar esse Europeu. Também tive a oportunidade de falar depois desse jogo e disse que o 'futebol é isso'. Quatro dias atrás, tínhamos tido uma alegria enorme nos pelnáltis, quatro dias depois, levou-nos esse sonho de poder dar, na minha última competição, uma alegria a um povo que me deu tanto,» concluiu.

Pepe termina a carreira como o terceiro jogador com mais internacionalizações pela Seleção Nacional. Foram 141 jogos, oito golos marcados, dez competições disputadas e dois títulos conquistados. Um histórico do futebol português.