ENTREVISTA A BOLA «Pepe continua a ser dos melhores centrais do mundo»

SELEÇÃO13.07.202410:30

Em entrevista a A BOLA, Diogo Leite analisa a campanha da Seleção no Euro 2024

Em excerto da entrevista concedida a A BOLA em Berlim, dois dias antes da final do Euro 2024, Diogo Leite analisa a prestação da Seleção Nacional no torneio. O rendimento de Pepe e Diogo Costa - que não surpreendeu -, o papel de Cristiano Ronaldo e o ciclo que se segue, e do qual o central do Union Berlin quer fazer parte.

- Como viu a campanha de Portugal aqui no Europeu da Alemanha?

- Portugal demonstrou tudo dentro de campo. Viu-se união, qualidade, a paixão que cada um tinha para levar Portugal à final. Queria muito que isso acontecesse. O último jogo mostrou que temos qualidade para sermos uma das melhores seleções, fomos superiores à França, mas o jogo foi decidido na lotaria dos penáltis. Infelizmente caiu para a França, mas fica para o futuro a juventude que a Seleção tem, a qualidade com experiência. Nos próximos anos vamos voltar a dar alegrias a Portugal.

- A imagem final da campanha acaba por ser aquele momento do Pepe a chorar, abraçado ao Cristiano Ronaldo.  O Diogo trabalhou com o Pepe, e já disse que ele é uma inspiração. Que interpretação fez daquele momento?

- É uma imagem forte. Conhecendo o Pepe, claro que ficou triste pela derrota. É uma pessoa muito apaixonada, muito intensa, que adora ganhar, seja no jogo ou no treino. Foi uma imagem forte. De realçar também a qualidade que ele mostrou no Europeu. Não me surpreendeu, pois trabalhei com ele e vi o dia-a-dia dele, a paixão que ele coloca em cada momento, dentro e fora de campo. Mostrou todo o trabalho que tem feito. Continua a ser dos melhores centrais do mundo, mesmo com a idade que tem.

- E espera que ele continue a jogar?

- É sempre bom para o futebol. O Pepe é uma lenda do futebol, e é bom continuarmos a ter jogadores como ele, com a qualidade que ele tem, com o rendimento que apresenta, contra equipas de elevada qualidade. No Europeu a dificuldade é gigante, e ele esteve muito bem. Mostra a qualidade que tem.

- No FC Porto é que não ficará. Mesmo assim devia continuar a jogar?

- O Pepe é que vai decidir. Não estou na cabeça dele, mas é sempre bom ver um jogador destes a jogar. Mesmo para os mais jovens, para aprenderem muito daquilo que é e que foi.

- E como o Diogo viu o rendimento do Cristiano? Parecia num patamar diferente do Mundial do Catar, até pelo que fez na qualificação, mas não conseguiu marcar neste Europeu…

- É sempre um momento de dificuldade extrema. Também defrontas equipas que defendem mais baixo, e é difícil a bola entrar, criar oportunidades. É difícil, num momento como este, numa fase final de Europeu, em que as equipas joga mais na expectativa, à espera do momento certo para atacar, é difícil chegar ao último terço. Mas, no geral, a Seleção tentou tudo, e mostrou no último jogo. Infelizmente não conseguiu a passagem nos penáltis.

- E aquela exibição memorável do Diogo Costa frente à Eslovénia?

- Fantástico. Como colega dele, mas também amigo, foi uma sensação muito feliz. Por Portugal, e por ter sido ele. Não me surpreende, pois já o conheço há muitos anos, e joguei muito tempo com ele. Já demonstrava esta qualidade, e é mérito do seu trabalho. Está no top dos melhores guarda-redes.

- Depois deste Europeu vai ser difícil para o FC Porto segurar o Diogo Costa?

- Não sei. Cabe ao FC Porto e ao Diogo decidirem o melhor. Mas o Diogo teve um Europeu bastante bom e nada me surpreendeu, pela qualidade que ele tem, por ser muito completo em todos os momentos. Estou muito feliz por ele.

- O Diogo Leite assumiu que tinha o objetivo de estar neste Campeonato da Europa, até por ser disputado na Alemanha. Ficar de fora foi um duro golpe ou, com o tempo, foi percebendo que seria muito difícil?

- Não foi um duro golpe. Claro que queria muito ir, era uma ambição que eu tinha. Já estive em alguns estágios, embora sem fazer a estreia. É a decisão do selecionador, tenho de aceitar e respeitar. Tinha essa ambição, mas agora quero continuar a trabalhar para voltar lá e fazer a minha estreia, afirmar-me na Seleção. Acho que esse dia chegará, farei tudo por isso.

- Abre-se agora um novo ciclo, já virado para o Mundial. O foco é claramente fazer a estreia neste novo ciclo?

- Sim, o Mundial está nos meus planos. Quero estar lá. Primeiro é fazer o melhor no clube, para depois ter a possibilidade de ser chamado e mostrar a minha qualidade na Seleção e poder estrear-me.

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