ENTREVISTA A BOLA Diogo Leite: «Milan? É bom quando se ouve o interesse de outros clubes»

INTERNACIONAL13.07.202409:30

Central português recebeu a equipa de reportagem de A BOLA no Union Berlin. Neste excerto da entrevista fala da cobiça de outros emblemas, especialmente do italiano Milan, agora treinado pelo português Paulo Fonseca

Diogo Leite garante sentir-se bem em Berlim, mas não fecha a porta a uma saída. O central português conversou com A BOLA na capital alemã, que este domingo recebe a final do Euro 2024, e fez um balanço positivo das duas épocas já cumpridas com a camisola do Union. Neste excerto da entrevista fala da forma como sair da zona de conforto ajudou-o a crescer, e comenta também as notícias relativas à cobiça de outros clubes, desde logo o Milan, agora treinado por Paulo Fonseca.

BERLIM - Vai começar a terceira época no Union Berlin. Que balanço faz dos dois anos anteriores, recuperando também um pouco daquela que era a expectativa quando aqui chegou, ainda emprestado pelo FC Porto?

- O balanço é positivo. A época passada foi a oposta da primeira, na qual conseguimos um feito histórico para o clube [apuramento para a Liga dos Campeões], que foi especial para mim. Fizemos um campeonato muito bom. A época passada não foi tão boa, mas também pela qualidade e pelo grau de dificuldade da Bundesliga. Tivemos mais dificuldades, mas conseguimos a manutenção no último jogo. Foi um dia feliz, aqui na nossa casa, e conseguimos manter o clube na Bundesliga.

- Essa permanência foi garantida com um golo já no período de compensação. Como foi gerir essas emoções todas, começar a época a disputar a Liga dos Campeões e sofrer até ao fim, com a permanência garantida na compensação?

- Depois da época de qualificação para a Liga dos Campeões estávamos com expectativa alta, mesmo sabendo que o campeonato seria duro e longo. As coisas não correram como queríamos, mas esse último jogo mostrou o sacrifício e o trabalho da equipa, com os adeptos aqui no estádio. Foi um jogo intenso, em que sofremos muito, mas no final foi um dia feliz para nós, pois ganhámos e conseguimos mantermo-nos na Bundesliga.

- E o balanço a nível individual?

- Desde a primeira época que senti essa evolução, como jogador e como pessoa, por ter saído da minha zona de conforto, de perto da minha família, da minha cidade. Fez-me bem, foi a decisão certa, também porque fui bem integrado no grupo, toda a gente ajudou, o que facilitou a adaptação. Sinto-me cada vez melhor, a evoluir mais. Como disse, é um campeonato muito difícil, com jogadores de grande qualidade, e isso coloca-nos à prova em cada jogo. É preciso ter o nível de concentração no máximo. Isso fez-me crescer muito, e espero continuar a crescer e a dar alegrias a este clube.

Estádio An der Alten Försterei, casa do Union

- O Union teve a época em que ficou em 4.º lugar e agora a 15.ª posição. Qual o patamar em que o clube quer fixar-se?

- Queremos estar uns patamares acima, mas o objetivo inicial é mantermo-nos na Bundesliga. Depois, consoante o campeonato vai, pensar um pouco acima e, quem sabe, nas competições europeias.

- Como tem sido a adaptação novo treinador, Bo Svensson?

- Muito boa. O grupo está muito motivado. Estamos no início, mas o grupo está feliz. As sensações com o mister são muito boas, temos tentado aplicar as ideias dele, que são diferentes dos anteriores, como é normal. Já tivemos o primeiro jogo-treino e as sensações foram boas. Queremos continuar assim, evoluir. É um momento para isso, para preparar a época, e queremos chegar bem ao campeonato.

- O mercado está aberto e o Union não tem nenhum português. Gostava de ter aqui companhia portuguesa no plantel?

- Comento isso com os meus colegas. Não tenho nenhum português, nem nenhum sul-americano. Só falo inglês e um bocado de alemão. Ter aqui um português e ouvir uma voz portuguesa seria sempre bom. Quem sabe…

- Já recomendou alguém?

- Não, por acaso não, mas se o clube trouxer estarei aqui para receber, como fizeram comigo, e se for português será mais fácil ajudar.

- O mercado está aberto também para saídas, claro. O Diogo tem sido associado a alguns clubes, nomeadamente o Milan, agora treinado pelo Paulo Fonseca. Ainda existe a possibilidade de sair?

- Gosto sempre de pensar no presente, e estou aqui no Union, a dar o máximo para o clube alcançar os seus objetivos. Claro que, se vier uma boa oportunidade para o clube e para mim, vamos ver. Logo se decidirá o melhor para os dois. Gosto de me focar no presente. Não penso muito, é o que tiver de acontecer. Se for uma oportunidade boa para ambos os lados, é algo que vamos discutir.

- Mas o Milan é um clube que luta por títulos e, ainda para mais, tem um treinador português. Isso é atrativo, imagino…

- O Milan é um grande clube, toda a gente sabe, está no top dos clubes europeus. É bom quando se ouve interesse de outros clubes, é sinal de que o teu trabalho está a ser recompensado, que estás a fazer um bom trabalho, e isso dá-me motivação para continuar a trabalhar e a dar o meu máximo a cada dia. Estou focado no presente. O que vier depois, logo se verá.